Como uma app de encontros criou a mulher multimilionária por mérito próprio mais nova do mundo

Whitney Wolfe Herd foi cofundadora do Tinder aos 20 e tal anos e tornou-se alvo de perseguição misógina. Agora, a sua app de encontros orientada para o público feminino, o Bumble, fez dela uma das mulheres mais ricas do mundo aos 31 anos. Por Jane Mulkerrins

25 de maio de 2021 às 07:00 Máxima

Na primeira vez que me encontrei com Whitney Wolfe Herd, há quatro anos, a sede do Bumble era um humilde apartamento com dois quartos na baixa da cidade de Austin, no estado do Texas. Uma jovem equipa de apenas 10 pessoas (com mais 20 em Londres, Nova Iorque e Los Angeles), e o labrador dourado velhinho de Wolfe Herd, Jack, estavam amontoados no espaço minúsculo, cujo segundo quarto estava inteiramente ocupado pelo merchandising amarelo vibrante do Bumble. Wolfe Herd, na altura com 27 anos e indiscutivelmente impressionante – educada, apaixonada, bem-falante e motivada – fundara a app de encontros que obriga as mulheres a tomar a iniciativa apenas dois anos e meio antes. Entrara recentemente para a prestigiada lista "30 Under 30" da revista Forbes, acompanhando a atriz Margot Robbie, a autora de best-sellers Emma Cline e a ginasta olímpica Simone Biles.

Wolfe Herd tem estado ocupada nos quatro anos que se passaram desde então. Casou-se – com Michael Herd, um herdeiro texano da indústria petrolífera de 33 anos, num magnífico evento de três dias num castelo na costa amalfitana – e teve um filho, Bobby, que tem agora 18 meses. Os colaboradores do Bumble totalizam atualmente mais de 700, distribuídos por escritórios em Austin, Barcelona, Londres e Moscovo, e o serviço tem 42 milhões de utilizadores ativos em 150 países. No passado mês de fevereiro, quatro horas depois de o Bumble ser lançado na Bolsa de Valores de Nova Iorque, Wolfe Herd, de 31 anos, tornou-se a mais jovem mulher CEO de uma empresa cotada em bolsa e também a mais jovem mulher multimilionária por mérito próprio, com um valor líquido estimado em 1.600 milhões de dólares. Não sei, ao certo, o que andei a fazer nos últimos quatro anos da minha vida, mas estou a sentir-me um pouco preguiçosa.

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Quando Wolfe Herd entra na nossa reunião via Zoom a partir de Austin – vestida a rigor com uma camisola cor-de-rosa, azul e preta do Bumble – parece não ter envelhecido um só dia. A única ligeira diferença é uma certa reserva em partilhar o seu paradeiro. Visitei a sua antiga casa, uma mansão num terreno enorme em Austin, junto ao rio Colorado, mas a família já não vive ali, diz-me cautelosamente. Imagino que se tenham mudado para um local ainda mais grandioso, dado o valor combinado do casal. Como tem um fundo de ecrã amarelo com a marca Bumble, não faço a menor ideia. Não disponho de quaisquer pistas para além do chilreio dos pássaros e dos ocasionais gritinhos do seu filho pequeno. Não a culpo por querer proteger a sua privacidade. É uma multimilionária com um bebé e um historial inquietante de ser perseguida por trolls.

Na verdade, ela é uma de apenas 100 mulheres multimilionárias por mérito próprio do mundo, numa realidade em que as mulheres ainda só representam cinco porcento das 500 pessoas mais ricas do planeta. Parte do problema deve-se a falta de investimento em empresas fundadas por mulheres. "É difícil para uma mulher obter capital, porque somos avaliadas por bitolas impossivelmente altas", diz Wolfe Herd. "Os homens são aplaudidos por serem pensadores grandiosos e ousados, enquanto as mulheres têm de seguir diretrizes muito estritas, segundo as quais não devem expor-se demasiado e devem ser contidas e reservadas. Até temos dificuldades em acreditarmos em nós próprias, com medo de sermos etiquetadas como egocêntricas ou arrogantes. Sei bem no que estou a falar", diz, "porque já passei por isso."

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O sucesso de Wolfe Herd incomoda muita gente e os seus feitos são menosprezados devido à sua parceria com a Badoo, a gigantesca rede social do empresário russo Andrey Andreev, que investiu consideravelmente no Bumble na sua fase inicial. "A Badoo também investiu em muitos outros negócios, nos quais nunca ouvimos falar e já nem existem", contrapõe Wolfe Herd. "Nós recebemos valores muito modestos. Não foram 100 milhões de dólares como algumas pessoas disseram. A ideia de que me entregaram tudo de bandeja não corresponde minimamente à verdade", afirma.

Toquei num ponto sensível. Compreensivelmente. O facto de ser mais fácil acreditar que Wolfe Herd – que já foi apelidada, de uma forma algo pouco paternalista, de "a Elle Woods do mundo da tecnologia", uma referência a Legalmente Loura – é simplesmente o rosto e não a verdadeira fundadora de uma empresa que vale milhares de milhões de dólares é a prova provada da misoginia que ela pretende combater com a app que criou.

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Para quem não anda na linha da frente dos namoros há uma década, o Bumble funciona de uma forma parecida com o Tinder ou o Hinge – com base em localização e proximidade, com os utilizadores a deslizarem o ecrã para a direita para "Sim" ou para a esquerda para "Não" – mas com uma diferença crucial. As mulheres é que dão as cartas. Os homens não podem iniciar uma conversa (mesmo que digam "Sim") e a mulher tem 24 horas para o fazer antes de o "match" expirar. (Nos "matches" entre pessoas do mesmo sexo, ambas as partes podem iniciar a conversa.) Embora o pacote básico seja gratuito, os utilizadores podem subscrever um plano premium por £14,99 mensais ou pagar £59,99 por 30 "spotlights", enviando o seu perfil para a frente da lista que é apresentada aos outros ao deslizarem o ecrã.

"Não é biologicamente imperativo que os homens tenham de nos convidar para sair. Isso é condicionamento social. E a Internet tem sido concebida de modo a refletir as normas de género nas relações. Mas nós podemos mudar isso", diz Wolfe Herd.

"Já perdi a conta a quantas vezes ouvi uma mulher dizer: ‘Nunca teria tomado a iniciativa, mas agora também já faço abordagens na vida real. Dou o primeiro passo’, relata, orgulhosa. "E dizem-me: ‘Foi porque o Bumble normalizou isso para mim’. O Bumble normalizou dar o primeiro passo, quer pessoalmente – quando vemos alguém que achamos atraente ou interessante – ou noutras áreas, como enviar um CV.

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Foto: Bumble

"Acho que estamos a resolver os problemas do mundo? Não. Mas se acho que, ao fazermos pequenos ajustes através dos produtos e da tecnologia, temos o potencial para reencaminhar os comportamentos numa direção mais positiva? Sim. E se acho que isso tem repercussões positivas a longo prazo? Sim, acho que sim."

Pela primeira vez desde a segunda vaga, o feminismo está a dar dinheiro. O momento atual – o empoderamento posterior ao #MeToo e a primeira vice-presidente mulher dos E.U.A. – tem sido apresentado como um bem transacionável e vendido aos consumidores que, mais do que nunca, alinham a sua identidade com as marcas. E Wolfe Herd é, sem dúvida, um génio do marketing e do branding. Os coloridos cartazes do Bumble e os anúncios apresentados no YouTube usam frases engraçadas como – "Sê a CEO com quem os teus pais sempre quiseram que te casasses" – mas ela também luta a sério. Em 2019, o Bumble integrou num grupo de influência que pressionou o estado do Texas a aprovar uma proposta de lei que multava pessoas que enviassem imagens obscenas sem consentimento dos destinatários em 500 dólares: imagens de pénis não-solicitadas são agora ilegais no Texas. Agora, ela quer leis visando o assédio e as ofensas verbais online e o equivalente digital a fazer assobios e comentários desrespeitosos.

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"As mulheres empresárias costumam fazer coisas para resolver problemas", diz, enquanto os homens, na sua opinião, têm mais probabilidades de ter ideias meramente vocacionadas para o sucesso. Para Wolfe Herd, resolver este problema em particular – "a toxicidade e o abuso online" – sempre foi uma questão pessoal.

Membro da equipa fundadora do Tinder, a primeira app de encontros "swipe right", Wolfe Herd foi igualmente a sua primeira vice-presidente de marketing aos 23 anos. Também namorou durante algum tempo com outro cofundador, Justin Mateen, que, segundo diz, lhe enviou mensagens de texto abusivas e lhe chamou "pega" e "caça-fortunas" quando ela terminou a relação. Outro membro sénior da equipa, diz Wolfe Herd, comentou que ter uma mulher como cofundadora fazia a empresa "parecer uma brincadeira". Wolfe Herd processou o Tinder por assédio sexual – a empresa negou qualquer conduta indevida – e ganhou uma indeminização num valor não revelado publicamente, mas que, segundo os boatos, foi de um milhão de dólares.

O caso foi acompanhado de perto pela imprensa e, no verão de 2015, Wolfe Herd foi terrivelmente perseguida. "Emails, mensagens de texto, tweets, pessoas a aparecerem em minha casa – foi tudo muito estranho e horrível", diz. Chegou a receber ameaças de violação e homicídio vindas de estranhos. "Eu tinha 24 anos e estavam a pôr-me a letra escarlate ao peito. Decidi recuperar o controlo da minha vida e da minha narrativa", afirma. "E tentar fazer algo que ajudasse a resolver o problema que me estava a afetar."

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Existe, porém, um outro fator na história, sobre o qual Wolfe Herd raramente fala publicamente. Ela teve um namoro que um amigo da família comentou como sendo "uma das relações mais horríveis que já vi". O homem, que nunca foi identificado, referia-se, alegadamente, a Wolfe Herd, à sua mãe e à sua irmã como "p***s", atirou um relógio à cabeça da mãe dela numa festa e chegou a ameaçar Wolfe Herd com uma pistola. "Sofri abusos emocionais graves durante os meus anos formativos e isso fez-me muito mal", comentou. "Mostrou-me um lado muito escuro das relações e ajudou-me a perceber melhor o que se passa de errado na dinâmica de género."

Filha de Michael, construtor imobiliário, e Kelly, dona de casa, separados há mais de uma década, Wolfe Herd e a sua irmã mais nova, Danielle, cresceram numa cidade pequena nos arredores de Salt Lake City, no estado de Utah. Embora o seu pai seja judeu e a mãe católica, a região é predominante e ardentemente Mórmon, o que, segundo Wolfe Herd, se traduzia numa "comunidade e uma sociedade incrivelmente patriarcal".

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"Nunca me esquecerei de ter 17 anos e de dizer: Por que são sempre os homens a controlar as relações? Porque é que todas as mulheres que a minha mãe conhece passam os dias a chorar por se estarem a divorciar ou porque o marido não as trata bem? Eu percebia que aquilo era um problema, mas toda a gente aceitava as coisas tal como eram. ‘É mesmo assim que as coisas são." E a minha voz interior dizia: Lá porque é assim que são, isso não significa que tenham de ser.’"

Juntamente com os serviços de entregas, os jogos e os hortos e centros de jardinagem, as apps de encontros tiveram um crescimento explosivo durante a epidemia, quando solteiros sedentos por sexo, presos nas suas casas, se viraram para a única forma verdadeiramente segura de conhecer pessoas. O uso de apps de encontros, incluindo o Hinge, o Tinder e o Happn, bem como o Bumble, aumentou entre 17 porcento e 23 porcento no ano passado, face aos 12 meses anteriores. O Bumble também teve um aumento de 42 porcento nas videochamadas, com 33 porcento de utilizadores a dizerem que pensam continuar a usar a função de videochamada – que já fazia parte do Bumble antes da pandemia e que Wolfe Herd descreve "como uma coisa óbvia, em termos de segurança" – quando recomeçarem a ter encontros depois da pandemia.

Confesso que sou uma utilizadora de apps de encontros muito relutante. Acho que a reação Pavloviana que o processo me inspira – que é de desilusão sempre que alguém em quem eu nem sequer estava assim tão interessada não me responde – me faz mal, enfraquece-me, por isso tendo a manter-me à distância. No entanto, sou solteira e vivo sozinha, por isso o isolamento e o tédio da pandemia instalaram-se depressa. Entrei na app não tanto em busca de romance ou sexo, mas porque estava farta de não falar com ninguém fora da minha rede de relações. Sentia a fala de namoriscar, claro, mas também sentia a falta das interações sociais inesperadas do quotidiano. Conheci homens muito simpáticos no Bumble, mas a conversa rapidamente perdia o interesse e nunca me encontrei com nenhum deles, ao contrário do que aconteceu no Hinge, que me rendeu alguns belíssimos encontros e um namoro adorável, embora de curta duração (ele era demasiado novo para mim, mas isso dava matéria para outro artigo inteiro).

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A minha amiga Alison, que usa bastante o Bumble e o Tinder, ainda prefere o segundo e tem uma teoria, segundo a qual a natureza do Bumble faz com que as mulheres tenham de fazer o trabalho todo, recompensando a passividade nos homens e isso, na opinião dela, causa problemas mais tarde porque eles não tomam a iniciativa de combinar encontros, enviar mensagens ou telefonar.

E embora o Bumble esteja empenhado em combater o abuso, o assédio e os comportamentos lascivos e ameaçadores, é impossível erradicá-los completamente. Em reação ao meu comentário engraçado sobre a sua barba, um homem respondeu-me: ‘És mesmo aquela mistura perfeita de gira e sexy que me dá vontade de te colar à parede e f****-** com força.’ Bloqueei-o.

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O Bumble também deu vários passos no sentido de proporcionar segurança às suas utilizadoras, incluindo banir armas das fotografias (um problema que afeta mais os E.U.A.) bem como "comentários não-solicitados e derrogatórios… sobre a aparência de alguém, forma física, tamanho ou saúde", como o do tipo que me chamou "thicc" (uma espécie de elogio que significa curvilínea) e depois me perguntou se o comentário tinha sido demasiado atrevido. Apaguei-o.

Wolfe Herd só usou uma app de encontros uma vez na vida. "Tive um encontro com um tipo que conheci no Tinder e não correu bem, obviamente." Conheceu Herd em Aspen, em 2014. Reza a lenda que ele entrou no luxuoso hotel Little Nell vestido com botas de cowboy e equipamento de esqui e sentou-se ao lado da sua futura mulher, junto à lareira. A primeira frase que lhe dirigiu foi: "Ouvi dizer que tens uma dotcom?" "O meu marido é um rancheiro descontraído que gosta de participar em rodeios", diz ela com uma gargalhada. "Ainda tem um endereço de email da Yahoo e olha para o telefone duas vezes por dia. Não poderíamos estar em pontas mais opostas do espetro." Apesar disso, "já andei com ele a cavalo umas seis vezes, admite.

"Mas se eu fosse solteira, usaria o Bumble", diz, entusiasmada. "A minha mãe já usou o Bumble e a minha avó já usou o Bumble. Mães de amigas minhas conheceram novos companheiros no Bumble e tenho amigas que se divorciariam e conheceram os novos maridos no Bumble." Ela não finge que o Bumble é perfeito. Vários estudos realizados nos últimos cinco anos descobriram graves injustiças nas experiências de utilizadoras de diferentes etnias. Um estudo realizado pela OkCupid descobriu que as mulheres negras têm, frequentemente, menos matches em apps de encontros, um número seguido de perto pelo dos homens negros, e que as mulheres de cor relatam frequentemente experiências de fetichização, desumanização e hipersexualização em apps e sites de encontros. Um novo livro publicado este mês, The Dating Divide: Race and Desire in the Era of Online Romance, da autoria dos sociólogos Jennifer Lundquist, Celeste Vaughan Curington e Ken Hou-Lin, diz que os sites de encontros online exacerbam as divisões raciais, sobretudo as que permitem aos utilizadores aplicarem filtros de "preferências" com base na raça (Isso não é possível no Bumble).

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"Uma das minhas maiores falhas foi, quando comecei o Bumble, estar a tentar resolver um problema que me afetava a mim e às mulheres que eu conheço", diz Wolfe Herd. E a realidade é que a maioria destas mulheres têm a mesma aparência. Os problemas que eu estava a tentar resolver para elas são muito diferentes dos problemas enfrentados pelas mulheres de cor. Um dos meus maiores erros foi não ter dado prioridade a isso mais cedo." O Bumble dispõe agora de uma equipa de diversidade que pretende abordar os problemas do uso da app por pessoas de qualquer grupo minoritário ou marginalizado, incluindo pessoas com incapacidade ou deficiência visual.

Uma das coisas mais enternecedoras da mulher multimilionária por mérito próprio mais nova do mundo é a sua vontade – diria, mesmo, insistência – em verbalizar as suas próprias dificuldades e falhas. Ela voltou ao trabalho 18 semanas depois de Bobby nascer, "CEO de 700 pessoas, em confinamento, com uma grave depressão pós-parto e cheia de ansiedade", disse. "Sentia-me tão perdida, assustada e confusa. Foi uma fase sombria." Agora que é mãe, continua a ver os emails a cada duas horas durante a noite, como era famosa por fazer, levantando-se frequentemente às 4h30 para trabalhar?

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Tive uma epifania", diz Wolfe Herd, abanando a cabeça. "Era um comportamento tóxico, para mim e para os outros, porque o facto de eu dizer isso transmitia às raparigas ou às jovens empresárias que também deveriam fazê-lo. Acho que perpetuamos a cultura do esgotamento nervoso (burnout)", admite.

"A realidade é que, trabalhei o dia inteiro durante muitos anos e isso não era nada saudável. Perdi uma grande parte da minha vida", diz. "Passei demasiado semanas sem falar com pessoas que me são queridas, ou com a minha família, sem ligar à minha avó, e são coisas de que me arrependo."

Mas esperem lá. Ela é multimilionária aos 31 anos. De certeza que isso não seria possível sem um esgotamentozito.

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"Perdi os meus vintes", diz. "Sentia-me como se fosse uma máquina desde os 22 anos. Por isso, OK, estou numa lista qualquer, mas quem quer saber de uma lista? O que interessa é a alegria de viver. Esta corrida não é obrigatória. É uma escolha. E temos de nos lembrar disso. Porque, no final, não é assim que o nosso valor se mede." Ela tem razão, claro que sim, mas é muito mais fácil dizer isto quando se é a mulher multimilionária por mérito próprio mais nova do mundo.

E esta conversa toda sobre equilíbrio não me convenceu. Ao contrário de outras apps de encontros, o Bumble é o único que se diversificou – há o Bumble Bizz para criar redes de contactos profissionais e o Bumble BFF para conhecer novos amigos platónicos. "Sempre quis trabalhar com mais do que encontros", diz. "Mas pensei ‘vou começar pelos encontros’. Vamos arranjar o que está errado nos encontros amorosos e depois arranjamos as amizades porque, quando mudamos a forma como as mulheres se sentem nas suas relações amorosas, elas já não sentem necessidade de serem competitivas e más umas para as outras. Por isso, sempre vi os encontros como um primeiro passo."

Os seus planos para o Bumble são tipicamente ambiciosos. Ela sugere que poderá vir a ser um espaço com "recursos para tudo aquilo de que possamos precisar, para enfrentar qualquer dificuldade – divórcio, menopausa, uma separação, trauma, desgosto – ou partilhar qualquer alegria e comemorá-la com alguém".

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Neste momento, diz, "o espaço para fazer amigos está a explodir". As redes sociais com maior crescimento incluem várias apps para "fazer amigos", como a Itsme, a Hoop e a Wink, "e esperamos que a Bumble também esteja nessa linha da frente."

"Sentimo-nos sozinhos. Somos criaturas de comunidade e não fomos feitos para estar sozinhos. Nunca foi suposto os seres humanos isolarem-se", afirma. "Se a pandemia nos ensinou alguma coisa, foi a importância das nossas relações."

Jane Mulkerrins/The Times/Atlântico Press

Tradução: Érica Cunha Alves

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