Novo livro de autora de Normal People: "Sempre me interessei até onde a história e a cultura moldam as nossas relações íntimas."
Em Mundo Belo, onde Estás, a autora irlandesa dos aclamados ‘Conversas entre Amigos’ e ‘Pessoas Normais’ regressa aos seus temas de sempre, da amizade à saúde mental, e confronta-os com os altos e baixos da sua própria fama.

Sally Rooney olha para dentro para explicar o mundo e, sem pensar muito nisso, passou a ser descrita por muitos como a voz de uma geração. Aos 30 anos, e depois de publicar dois romances aplaudidos um pouco por todo o mundo, a autora decidiu lidar com o sucesso – e consequentes críticas – escrevendo sobre o sucesso. Mundo Belo, onde Estás, editado pela Relógio d’Água, segue as vidas de duas amigas separadas por uma viagem de carro que se torna cada vez mais longa: Alice, uma escritora a braços com a sua súbita fama (para além de uma séria crise de saúde mental) e Eileen, uma editora com dificuldade em pagar a renda, perdida nos meandros emocionais da sua última separação. Qualquer semelhança com as personagens dos dois anteriores romances e com a própria Rooney não é, como admite a autora, pura coincidência, mas antes um feliz regressar às questões do amor e da amizade, "temas que me parecem ser suficientemente grandes para serem explorados ao longo de uma vida inteira", diz.
Podemos começar pelo título do livro? Trata-se da tradução de uma frase de um poema de Schiller, mais tarde adaptado para música por Schubert e depois tomado como título para a Bienal de Liverpool de 2018, que foi onde captou a sua atenção. Pergunto-me que conotações ele tem para si e que sentimentos e reflexões poderá provocar nos leitores?

Deparei-me com esta frase pela primeira vez quando estava a ouvir uma emissão de rádio da BBC acerca da Bienal de Liverpool. Essa emissão, um episódio da Saturday Review, usou uma passagem áudio de Ian Bostridge e Julius Drake interpretando Schubert, D.677, que eu considerei ser insuperavelmente maravilhosa. E a frase ficou-me na memória. Isto foi no verão de 2018, quando eu comecei a trabalhar no projecto que viria mais tarde a tornar-se neste romance. No outono, tive de facto ocasião de visitar a Bienal e foi por volta dessa altura que decidi usar o mesmo título para o meu livro.
É uma frase com várias camadas, portanto.
Obviamente que a frase sugere um certo desencantamento com a vida contemporânea. E, retirado de contexto, este desencantamento poderá ser francamente nostálgico – o "mundo belo" pode, usando-se a imaginação, localizar-se num qualquer momento específico da história – ou poderá ser mais vago e difuso. Durante algum tempo, fiquei assim como que fascinada pela recorrência deste tema ao longo da história da literatura – a tradição "ubi sunt" na poesia latina, a proeminência das ruínas e do declínio na literatura anglo-saxónica e depois os poetas do século XVIII, como Schiller, comparando a relativa pobreza estética da era moderna com o imaginado esplendor da vida antiga. Penso que esta sensação de um mundo lindo que está a morrer pode ser bastante contemporânea, devido ao momento político e à crise climática que vivemos hoje. Mas, na verdade, a terminologia cultural que usamos para esta experiência pré-existe há muito as presentes circunstâncias em que vivemos e eu acho isto interessante.

Mundo Belo, onde Estás gira em torno de quatro personagens que, entre elas, nos dão um esboço de relações já estabelecidas e recém-formadas, amizades tanto entre o mesmo sexo e opostos, casos de amor e um tipo menos definível de amor platónico. Há algo muito divertido na forma como apresenta as diferentes nuances de relações e afeto entre as personagens. Pode contar-nos como abordou estas questões?
Demorei muito tempo a decidir como contar a história deste romance. Era tão difícil para mim responder a qualquer uma das perguntas básicas a que um romancista tem de dar resposta: de quem é esta história, quando começa, quando acaba, quem a conta e por aí fora. Nenhuma das técnicas narrativas que tinha usado nos meus dois livros anteriores – narrativa no tempo passado e na primeira pessoa no primeiro romance e uma narrativa na terceira pessoa omnisciente e no tempo presente no segundo – me parecia servir para nada desta vez. Tive de arranjar um novo tipo de voz narrativa (ou pelo menos nova para mim) de maneira a que a história que eu queria contar fizesse sentido. Ao mesmo tempo, é uma história muito simples. É acerca de quatro personagens e das relações entre elas. Eu só tinha de dedicar algum esforço a encontrar a forma, estrutura e voz certas para transmitir o romance que eu sabia que queria escrever.
Uma das quatro – e talvez aquela que nós poderemos encarar como a personagem principal do livro – é uma romancista, a Alice. Romances com escritoras são muitas vezes zonas de areias movediças. O que a atraiu a fazer isso?

Primeiro que tudo, talvez valha a pena dizer que eu não acho que o romance tenha uma personagem principal! A maior parte do livro está estruturada de uma forma muito rígida em "rondas" de quatro capítulos cada, igualmente repartidas entre as quatro linhas narrativas do romance. O meu último livro tinha uma estrutura fixa semelhante, alternando entre as perspectivas das duas personagens principais – mas alguns leitores ainda assim ficaram com a sensação de que uma ou outra delas era a "verdadeira" personagem principal. Penso que, até certo ponto, é uma apreciação subjetiva.
Quanto ao que me atraiu a escrever acerca de uma escritora: os meus livros anteriores foram parcialmente passados em escolas e universidades e acontece que quando os escrevi ainda não tinha passado muito tempo fora de ambientes escolares e universitários. Desde então, tenho passado a maior parte do meu tempo a escrever e editar. E agora, por acaso, uma das minhas protagonistas neste livro é uma escritora e outra é editora. Por isso, penso que é justo dizer que escrevo sobre aquilo que conheço. Os acontecimentos deste romance, tal como os dos meus dois anteriores, são absolutamente ficcionais, mas o mundo focado no livro baseia-se num mundo real em que na verdade vivi. A minha experiência do mundo é, obviamente, muito limitada, e eu também só escrevo acerca de um pequeno número limitado de coisas na minha ficção. Mas não me importo: há uma data de outros autores a escrever acerca de outras coisas.
A Alice e a Eileen têm frequentemente longas discussões sobre política e sociedade por email, que são reminiscentes das altercações entre Frances e Bobbi em Conversas entre Amigos. Pode ser difícil apresentar ideias e considerações em ficção. Como é que isso funciona consigo?

Penso que a vida intelectual das personagens centrais é mais substancial neste livro do que na minha obra anterior. Por um lado, isso poderá dever-se ao facto de as personagens serem mais velhas e terem tido tempo para ler mais e desenvolverem as suas ideias com maior profundidade. Por outro, é porque as duas principais personagens femininas trabalham ambas em campos intelectuais – uma como escritora e a outra como editora. No entanto, penso também que este romance está mais profundamente preocupado com a natureza da amizade intelectual. Eu estava especialmente interessada na interação entre as ideias de Eileen e Alice e a sua relação: como é que os seus pensamentos e opiniões afetavam a sua amizade e de que forma é que as especificidades da sua amizade informavam o desenvolvimento das suas ideias. Portanto, há uma espécie de toma-lá-dá-cá neste livro, um movimento entre pensamento e sentimento e de vaivém – e eu vejo esse movimento como parte do enredo do romance (tal como ele é).

A Alice passou por uma crise de saúde mental e, em consequência, mudou-se de Dublin para um modo de vida muito mais solitário na costa. É uma decisão sobre a qual ela e outras personagens parecem sentir-se ambivalentes: trata-se de uma fuga da vida ou de um passo rumo à novidade? O que quis sugerir com isto?

A decisão de Alice de deixar Dublin é, de várias maneiras, o acontecimento que espoleta o romance. Sabemos logo desde cedo no livro que Eileen e Alice viveram juntas durante vários anos quando estavam na casa dos 20 anos e, depois disso, continuaram a viver na mesma cidade, talvez tomando a sua proximidade como dado adquirido. O romance começa depois de Alice se ter mudado para uma vila costeira no Condado de Mayo. Ao passo que Eileen continua a viver e a trabalhar em Dublin tal como antes. Elas estão separadas por uma viagem de carro de algumas horas, mas nenhuma delas conduz, e as ligações por transportes públicos são más. Então, elas são confrontadas com a questão de como e quando voltarão a ver-se de novo. A viagem, em si, é um pequeno inconveniente, mas começa a assumir um significado descomunal à medida que o romance avança.
Quanto a saber se Alice tomou ou não a decisão "certa" ao mudar-se para uma pequena vila longe de todos os seus amigos e família, penso que não estava interessada em fazer um juízo de valor desse tipo. Ela está, nitidamente, bastante isolada no seu novo meio-ambiente. Mas talvez o relativo isolamento seja aquilo de que ela precisa. Eu estava mais interessada em observar a sua tentativa de criar uma nova vida para si própria do que em chegar a uma conclusão acerca de saber se era ou não uma boa vida. É a vida que ela tem, que é a única coisa que importa no que ao romance diz respeito.
Tal como em Pessoas Normais, essa diferença entre Dublin e o resto da Irlanda, e a percepção que as pessoas da capital têm das pessoas do campo e vice-versa, é uma parte importante do pano de fundo do romance. Quão importante é este factor no tecido da sua escrita?

Neste romance, penso que existe uma diferença considerável entre a cidade e o campo. Mas a diferença é sobretudo literal em vez de imaginária: há duas personagens a viver numa pequena vila e duas outras que vivem vidas muito diferentes na capital. A distância literal que as separa, e as inevitáveis diferenças nos seus estilos de vida, são uma parte importante do livro. Mas as perceções da disparidade cultural não entram assim tanto em jogo. Três dos quatro protagonistas são (tal como eu própria) do Oeste da Irlanda; o único natural de Dublin está agora, de qualquer forma, a viver em Mayo. Dublin é uma cidade relativamente cosmopolita e muitas das pessoas que lá vivem não nasceram lá, obviamente. Suponho que este livro seja mais acerca de escolher (ou ser levado a escolher) onde construir uma vida e que tipo de vida construir.
A Alice inicia uma espécie de relação ambígua com Felix, que ela conhece online – os dois parecem criar uma ligação bastante próxima, mas também antagonizarem-se um ao outro. Tecido nas malhas da sua história está também um enredo de dinâmica de classes e diferenças financeiras e de habilitações – algo que, mais uma vez, a Sally integrou em Pessoas Normais.
A relação de Alice com Felix – que não frequentou a universidade e trabalha num armazém de expedição portuária – está sem dúvida estruturada, em parte, sobre a desigualdade financeira. Mas, pensando bem, penso que a dinâmica de classes está presente em todas as relações principais do romance. O Simon e a Eileen conhecem-se pela primeira vez em crianças e a relação entre as suas famílias é, de certa maneira, uma história de disparidade de classe. E, embora Eileen e Alice se possam ter conhecido como estudantes em relativa igualdade de termos, o sucesso de Alice deixou-a agora numa posição de enorme privilégio financeiro, ao passo que Eileen tem dificuldade em pagar a renda. O que é interessante, para mim, é a pressão que estas desigualdades exercem nas vidas e relações das personagens. Não estou realmente a tentar oferecer qualquer comentário específico sobre a injustiça da desigualdade de classe, embora eu, pessoalmente, ache que é profundamente injusto. Os leitores podem tirar as suas próprias conclusões acerca disso. O que me interessa é que as minhas personagens têm de viver com estas desigualdades, independentemente do que pensarem acerca delas intelectualmente. As consequências para as suas vidas emocionais, e para a sua consciência de si próprias, são de certa forma parte da ação dramática do romance.

Tanto a Alice como a Eileen têm sentimentos muito complicados acerca das relações românticas e da maternidade. É claro que estes não são dilemas novos, mas pergunto-me se a Sally considera que há questões novas envolvidas para a geração das suas personagens?
Sempre me interessei pela dimensão até onde a história e a cultura moldam as nossas relações íntimas. Assim, considero, de facto, tendo em conta o ritmo acelerado das alterações tecnológicas e culturais, que alguns dos sentimentos das personagens acerca do amor e da maternidade são geracionalmente específicos. Ambas as mulheres se preocupam com a parentalidade no contexto específico da crise climática e ambas enfrentam uma cultura sexual e romântica imensamente diferente daquela que a geração dos seus pais enfrentou. Por outro lado, não quero dar a entender que os problemas deles são demasiado especiais. Cada geração vive mudanças e tem de raciocinar para, de alguma maneira, encontrar um rumo através dessa mudança. Mas eu interesso-me por alguns dos desafios específicos do nosso momento cultural presente e pela maneira como as personagens poderão responder a esses desafios.


As personagens também têm uma relação complicada com as suas famílias, que estão na sua maioria indiretamente presentes: a irmã de Eileen, que vai casar-se, ou o irmão de Felix. Pretende afastar-se da ideia do núcleo familiar enquanto motor dos romances e, em vez disso, substituí-lo por grupos de amigos?
Penso que as relações românticas são o motor principal do meu trabalho, embora haja nelas, normalmente, muitas outras coisas a acontecer, também. E isso costumava ser típico do romance enquanto género mais abrangente. Relações românticas e sexuais conduzem a narrativa – (e.g.) Emma, Anna Karenina, As Assas da Pomba, Em Busca do Tempo Perdido – sustentando e enriquecendo profundidades e complexidades adicionais nesses livros. Penso que é isso, basicamente, o que procuro atingir na minha obra. Em finais do século XX, o desenvolvimento do romance talvez se tenha afastado da vida romântica em direcção à vida familiar, produzindo alguns livros muito bonitos e cheios de significado. Mas embora o romance de família tenha sido um grande desvio do romance de casamento, nenhum deles é "melhor" do que o outro. E eu penso que continuam a poder fazer-se coisas interessantes a partir do ponto de vista romântico. Se eu consegui, de facto, ou não concretizar isto não me cabe a mim julgá-lo.
Eileen e Simon estão separados da Alice pela distância ao longo de grande parte do romance – e quando se reúnem, há imensa emoção acumulada. Isso pareceu especialmente pertinente agora, em que todos nós estivemos separados dos nossos entes queridos. Isso contribuiu para o seu processo de escrita?

Sim, penso que sim. A parte final do livro é também a última parte que eu escrevi e foi escrita durante um período de quase confinamento absoluto, em que eu estive sem ver amigos ou membros da minha família durante muito tempo. Penso que essa foi, em parte, a razão por que a minha experiência ao escrever aqueles capítulos, em que as quatro personagens estão todas juntas num sítio, foi tão intensa. As experiências normais de partilhar uma casa com amigos – estar juntos à mesa durante as refeições, esperar para tomar duche, ficar acordado até tarde na conversa – pareceu estar muito mais repleto de significados e sentimentos do que o normal. Eu estava mesmo com muitas saudades dos meus amigos. Eu já tinha planeado unir as quatro personagens lá para o fim do livro, mas as circunstâncias em que eu estava a escrever desempenharam, sem dúvida, um papel na forma como a parte final se desenvolveu.
Tal como toda a sua escrita, há uma sensação de as personagens estarem a braços com emoções monumentais, tentando percebê-las e perceber-se a si próprios. Ao mesmo tempo, há uma dimensão cómica, como se nos estivesse a convidar a contemplar o quão ridículos podemos ser às vezes. É uma leitura correta, esta? Vê-se a si própria como escritora humorística?
Eu acho a vida muito divertida. Por isso, não seria honesto que eu tentasse escrever acerca da vida, mesmo que seja ficção, sem tentar encaixar [na minha escrita] quão divertida ela é. E, é claro, as minhas personagens estão muitas vezes a tentar fazer-se rir umas às outras, com diferentes graus de sucesso. Tenho de admitir que elas me fizeram rir bastante quando estava a escrever a seu respeito. Para mim é difícil imaginar amizade ou amor sem um sentido de humor partilhado, que tem de incluir a capacidade de nos rirmos de nós próprios. Mas eu tento evitar satirizar as personagens. Não acho que sejam mais ou menos ridículas do que eu própria – que é o mesmo que dizer que tenho a certeza de que são verdadeiramente ridículas, às vezes, e eu também.

Considera existir uma relação entre os seus livros em termos de tema ou de estilo? Há algum mundo Rooney em que todos eles existem?
Eu sinto, realmente, que os livros estão relacionados pelo infeliz facto de eu os ter escrito. Eu nunca tentei conscientemente desenvolver um "estilo", mas tenho muitas limitações enquanto autora. E essas limitações podem muito bem ser descritas como "estilo" – é provavelmente o termo mais simpático à mão. Os livros são, sem dúvida, tematicamente semelhantes. Como mencionei antes, de facto escrevo acima de tudo acerca de relações românticas e amizade. Esses parecem-me ser temas suficientemente grandes para serem explorados ao longo de uma vida inteira, mas tenho a certeza de que as outras pessoas sentem de maneira diferente. Certamente não seria injusta se sublinhasse que os meus livros são todos bastantes parecidos uns com os outros. Concordo que há semelhanças, mas talvez eu esteja mais confortável com isso do que outras pessoas estariam, porque isso também é verdade acerca de alguns dos meus romancistas favoritos. Muitos dos romances de Henry James, por exemplo, são muito parecidos uns com os outros e as "estacas" do enredo são quase sempre de natureza marital ou sexual. Mas o James é, ainda assim, na minha perspetiva, um dos maiores romancistas da língua inglesa – não porque os seus romances sejam todos muito diferentes, mas em parte porque o não são.
Sente que este romance tem uma afinidade com outros romances, atuais ou passados?

Eu sinto, de facto, que este romance tem uma afinidade com os outros. Mas tenho de ir com um pouco de cuidado aqui, porque não quero parecer que estou a comparar-me com alguns dos maiores romancistas que já viveram. Sou influenciada pelos meus livros favoritos, mas isso nada diz acerca do que consigo fazer com essa influência. Seja como for: quando eu estava mais ou menos a meio do Mundo Belo, li o romance de Natalia Ginzburg, Happiness, as Such, e era tão bom que quase quis desistir de escrever de todo. Acho que é um livro verdadeiramente perfeito. Também li e adorei Os Irmãos Karamazov, de Dostoievski, enquanto estava a escrever este romance. E, é claro, o Henry James também lá está, e eu li A Taça Dourada pela primeira vez durante o processo de escrita – outro romance acerca de dois casais interligados e o seu enredo nas vidas um do outro. Na verdade, fui buscar o nome "Felix" à novela de James Os Europeus, embora o Felix dele não pudesse ser mais diferente do meu. Pergunto-me se, num qualquer nível subconsciente, não estaria também a recordar-me de outro Felix literário que adorei – uma personagem do NW de Zadie Smith, que tem sido um dos meus mais favoritos romances desde o momento em que o li. Talvez descrever estas influências como "afinidades" seja ir longe demais. Mas é justo dizer que não poderia ter escrito este livro sem os exemplos orientadores de outros romances que admiro.
Tradução: Adelaide Cabral



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