Travar a queda de cabelo na mudança de estação? É possível
Chegado o outono, é comum encontrar-se mais fios na escova de pentear, um fenómeno muitas vezes normal, mas que pode ser combatido.
Existem centenas de produtos capilares à escolha nas prateleiras de qualquer hipermercado ou loja de cosmética, das marcas low-cost aos topos de gama. O que, à primeira vista, parece ser o sonho de qualquer admirador/a de higiene capilar, mas a verdade pode não ser assim. Além de sabermos navegar habilmente por entre as embalagens apelativas, também é importante saber ler os seus rótulos, pois só assim descobrimos o melhor produto para o nosso tipo de cabelo. Para esclarecer este tema, o luso-francês Mathieu Dubet - mais conhecido por Matt, hairstylist do cabeleireiro Lisbaeta, em Lisboa, respondeu às nossas dúvidas.
Originária da língua hindustâni, a palavra champô (chhámpná) significa massajar. Trata-se de um produto composto por tensoativos, como o sabão e os detergentes, cuja única função é lavar. Assim, um bom champô é aquele que "lava corretamente o couro cabeludo sem nunca danificar os fios", diz-nos Matt. E é por esta razão que devemos escolhê-lo consoante o estado do couro cabeludo e nunca com base no estado da fibra capilar, ou seja, o comprimento do cabelo.
Mitos e dúvidas frequentes
O champô precisa de fazer espuma? Não, afirma o especialista, visto que não é esta que atua sobre a lavagem do cabelo. "Os champô topo de gama não contém muita espuma. O importante é espalhá-lo em vários pontos e massajar bem", seja com os dedos ou com escovas de silicone, perfeitas para otimizar a lavagem sem agredir, além de estimularem a circulação sanguínea.
A máscara e o condicionador são a mesma coisa? Não, tratam-se de dois produtos completamente diferentes e com funções distintas. O condicionado é um creme composto maioritariamente por água, que serve para hidratar, amaciar e dar brilho. O seu efeito é imediato, devido ao pH ácido.
Por outro lado, a máscara tem uma ação mais demorada. É essencialmente constituída de proteína, essencial para nutrir e dar força ao fio. Tal como uma máscara de rosto, trabalha nas camadas inferiores, e tem um pH menos ácido, afirma Matt, reforçando ainda que o melhor é utilizá-la fora do banho.
Lavar o cabelo todos os dias faz mal? "Quanto mais lavamos o couro cabeludo, mais retiramos a película hidrolipídica (feita de água e gordura, é a barreira que protege a epiderme), e por isso recomenda-se lavar duas a três vezes por semana. Contudo, "no caso dos cabelos extremamente finos, rapidamente "colados à cabeça", a lavagem diária com um champô com pouco sulfato é uma boa opção.
Existem ingredientes que devemos evitar? Sim, afirma o especialista - os sulfatos (sal que resulta da combinação do ácido sulfúrico com uma base, são responsáveis pela espuma) e os silicones sintéticos. O primeiros são usados para se conseguir alegadamente uma melhor lavagem, mas o seu uso frequente acaba por secar a fibra dos fios. Já os silicones sintéticos (também há extrato de silicones naturais) dão brilho ao cabelo, porém, se usados em excesso, criam uma barreira impermeável à volta do mesmo. O que poderá levar à acumulação de suor entre o espaço da camada plástica e o couro cabeludo, uma vez que este não "respira" naturalmente. O resultado é um cabelo baço e sem vida.
O que procurar para cada tipo de cabelo? Quem tem um couro cabeludo oleoso, deve optar por champôs à base de argila, pois são purificantes, enquanto que quem sofre de secura deve procurar por óleo de noz pecã ou de jojoba, por exemplo, nos ingredientes, e proteína, que pode ser de arroz. Já os citrinos são ideais para dar volume aos cabelos mais lisos. Matt aconselha ainda produtos ricos em óleo (coco, jojoba ou macadâmia) para tratar fios ondulados, e champôs sem sulfato para os pintados.