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Será que nos lavamos corretamente no duche? Da duração à regularidade, ao método

A frequência, a duração e a temperatura são três coisas a ter em atenção. Existem conselhos que deveriam ser respeitados, mas a maioria nem os conhece.

Foto: Universal Pictures
07 de junho de 2023 Ângela Mata
Um bom duche é sempre revigorante, seja em que altura do dia for. Além de garantir, obviamente a nossa higiene, dá logo energia se for tomado logo pela manhã, e se pelo contrário for tomado ao fim do dia, relaxa ou refresca nos dias quentes.

Acontece que por norma, os nossos gestos no banho são meio mecânicos e praticamente automáticos. Aliás, nem pensamos muito neles. Só que existem certas regras que deveriam ser respeitadas para não prejudicar a nossa higiene corporal.

Por exemplo, lavar demasiado não significa lavar melhor. É errado acreditar que é imprescindível tomar banho todos os dias. Alain Géloën, diretor de pesquisa do CNRS e autor de Skin Microbiota, explicou recentemente que "a pele, como o intestino, tem a sua própria microbiota" [consiste numa grande variedade de bactérias, vírus, fungos e outros microrganismos unicelulares que habitam no nosso organismo e que trazem benefícios à saúde], contribui para a manutenção do PH e contém os chamados microrganismos simbiontes [que vivem em simbiose] que nos protegem dos microrganismos patogénicos. As bactérias contidas nessa microbiota também purificam a pele, tornando-a mais sólida e resistente."

Daí que, ao tomar banho com muita frequência, danificamos essa microbiota e, portanto, ficamos menos protegidos contra ataques. "Quando toma banho, desequilibra um pouco a microbiota, mas ela recompõe-se sozinha depois de algumas horas. Ao tomarmos banho com muita frequência, ela [a microbiota] terá problemas para se autoregular isso pode causar borbulhas, vermelhidão, irritação", de acordo com Marie-Estelle Roux, dermatologista, num artigo da Madame Figaro.

E quanto tempo devemos demorar no duche? Os especialistas aconselham não mais do que 10 minutos. É difícil dispensar um longo banho para relaxar depois de um dia exaustivo de trabalho, mas a verdade é que pouco tempo será o ideal. A água retira a película hidrolipídica – uma mistura de sebo, água e células de queratina – que protege a pele. E quanto mais tempo ficamos no duche, mais removemos essa película protetora. A pele tende, então, a ficar seca, e logo, mais frágil e propensa a irritações.

No que toca à temperatura da água, esta deve ser morna. Para o bem da pele, independentemente de ser inverno ou verão, as temperaturas mornas ou mais baixas são as mais indicadas. "O calor afina os lipídios, a gordura que protege a pele. Se tomarmos um banho quente, vamos diluir todas as membranas e, portanto, promover a perda de bactérias que compunham a nossa microbiota", explicou Alain Géloën à revista francesa. E banhos frios também fazem bem à circulação sanguínea e ao metabolismo.

Atenção também deve ser dada ao tipo de produtos que usamos no banho. Quer se tenha a pele seca ou oleosa. A água já por si resseca, os sabonetes e géis de banho usados podem secar ainda mais. "Devemos privilegiar sabonetes que não contenham sabão, ou seja, que não tenham sofrido reação de saponificação", aconselha a dermofarmacologista Christine Lafforgue na mesma publicação.

A saída do chuveiro também não pode ser feita de qualquer maneira. Devemos primeiro secar suavemente com a toalha. Esfregar irrita a pele. E é altamente recomendável aplicar creme ou leite hidratante para reconstituir o nosso filme hidrolipídico mais rapidamente.
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