Do mais recente exílio de Juan Carlos, que pode por em causa a monarquia à polémica sexual em torno do príncipe Andrew sobre o envolvimento com o caso Epstein, eis os escândalos que abalaram as monarquias europeias.
07 de agosto de 2020 às 10:30 Ana Rita Paiva
O casamento desastroso do rei Juan Carlos de Espanha e o exílioO rei Juan Carlos e a rainha Sofia tiveram, desde cedo, atritos. Apesar dos sorrisos e da serenidade da rainha, quem a acompanha de perto garante que é apenas uma postura própria de quem se esforça por manter as aparências. Ao longo dos anos, foram muitos os rumores de infidelidades por parte do rei. Os 70 anos da rainha marcaram uma mudança de atitude, assumindo a continuação do casamento apenas no papel e optando por viver a vida distante do marido. Agora, com a ida de Juan Carlos ou para o Estoril, em Portugal, ou para a República Dominicana (ainda não se sabe) - a monarquia está nas mãos de Filipe VI e Letizia. Mais um escândalo a somar à monarquia espanhola, que tem sido muito abalada pelo caso dos alegados milhões que o rei emérito recebeu e que foram depositados numa conta desconhecida na Suiça.
O terceiro filho da Rainha Isabel II deu recentemente uma entrevista à BBC onde falou sobre a sua amizade com o agressor sexual Jeffrey Epstein, que foi preso no verão passado por tráfico sexual e terá cometido suicídio já na prisão. Além de não expressar qualquer tipo de empatia pelas vítimas de Epstein, Andrew mal censurou o comportamento do amigo. Sem expressar qualquer arrependimento pelo seu relacionamento com o agressor, o príncipe defendeu que foi "conveniente" não cortar relações pela sua tendência pessoal para ser "demasiado nobre". Quanto às alegações de se ter encontrado com a menor Virginia Roberts em 2001 e da foto que mostra o príncipe com a mão na cintura da então adolescente, este negou ter tido qualquer tipo de contacto com ela ("não podem provar que a foto não é falsificada").
"Considero impossível carregar com esta enorme responsabilidade e desempenhar, tal como havia desejado, as minhas obrigações de rei, se não puder contar com a ajuda e o apoio da mulher que amo", disse no seu discurso de abdicação, em 1936. O que se seguiu foi uma clara desaprovação do povo britânico seguida de um acentuado ódio, sobretudo a Simpson, uma socialite norte-americana, duas vezes divorciada. Casaram em junho de 1937, no Château de Candé, na região francesa de Indre-et-Loire.
A relação da princesa Margaret com Peter TownsendBastou um pequeno gesto para confirmar que os rumores da relação eram verdadeiros. Durante a coroação da rainha Isabel IIde Inglaterra, a princesa Margarida retirou um pedaço de pó da farda de Peter Townsend, mostrando um grau de intimidade que chamou a atenção da imprensa. A relação, relatada na primeira temporada da série da NetflixThe Crown, foi escondida pelo palácio. Townsend fazia parte do staff e era um antigo oficial da Força Aérea Real, divorciado e dezasseis anos mais velho. Em 1955, depois de dois anos afastados, tiveram a possibilidade de casar caso a princesa Margarida abdicasse dos seus privilégios, o que nunca chegou a acontecer.
As simpatias nazis do duque de WindsorEm 1957, a imprensa norte-americana publicava os Marburg Files, um conjunto explosivo de documentos que mostravam que Edward, duque de Windsor, não era apenas um simpatizante dos nazis, mas fazia parte de uma conspiração liderada por Hitler para levá-lo novamente ao trono. Se o duque estava ou não ciente disso ainda está em debate, mas uma coisa é certa: em 1937, encontrou-se com Hitler na Alemanha.
A separação desequilibrada de Carlos e DianaEm 1992 surgiram vários rumores de que a princesa teria um amante e em dezembro do mesmo ano, o casal real anunciou o fim do casamento com um divórcio "amigável". Logo depois, surgiram registos de gravações de um telefonema entre o príncipe Carlos e Camilla Parker Bowles, confirmação da relação de vários anos.
A entrevista da princesa Diana à BBCEm 1995, a princesa deu uma entrevista à BBC sem consultar o palácio. Nessa conversa, falou da sua bulimia e do colapso do seu casamento com o príncipe Charles, dizendo: "Sempre houve três pessoas naquele casamento".
Sarah Ferguson recebe pagamento para influenciar o príncipe AndrewEm 2010, o jornal News of the World divulgou que Sarah Ferguson aceitou 50 mil euros de um jornalista que fingiu ser um empresário, prometendo dar-lhe acesso privilegiado ao seu ex-marido, o príncipe Andrew. O momento ficou registado em vídeo e Sarah Ferguson pediu desculpa: "Eu lamento profundamente a situação e o constrangimento causado. É verdade que minha situação financeira está sob pressão, no entanto, isso não é desculpa para um lapso grave de julgamento e lamento muito que isso tenha acontecido. Posso confirmar que o duque de York não estava ciente ou envolvido em nenhuma das discussões que ocorreram ", disse. No entanto, estrago estava feito e Ferguson não foi convidada para o casamento do príncipe William e Kate Middleton e tem até hoje uma relação difícil com a família real.
A rebeldia do príncipe Harry Durante vários anos o príncipe Harry foi considerado uma espécie de enfant terrible da família real inglesa, entre festas em Las Vegas, comentários racistas e aquela máscara de Hitler. No entanto, com o passar do tempo, Harry cresceu e tornou-se um membro funcional da família real, focando-se em questões sociais e solidárias e regressando a muitas das causas da princesa Diana.
Meghan Markle sofre ataque de ódio por parte do pai e irmãA família deMeghan Markleatacou a duquesa de Sussex nas semanas antes do seu casamento com o príncipe Harry. A irmã e o pai acusaram Meghan de ter cortado relações com a família paterna e de ser egoísta.
O filho fora do casamento do marido da princesa Anne da família real britânica
Embora ainda estivesse casado com a princesa Anne, o capitão Mark Phillips teve um caso com uma professora de arte da Nova Zelândia do qual nasceu um filho. A mulher teve o filho e a criança não faz parte da realeza, por isso, ambos vivem em total privacidade.
Com Juan Carlos I exilado em Abu Dhabi há mais de um ano, a monarca de 82 anos conserva uma agenda preenchida, mantendo-se estoica em relação aos múltiplos escândalos da coroa e mostrando, uma vez mais, porque continua a ser a figura real mais querida entre os espanhóis.
Acabam de vir a público as memórias de um dos empregados dos duques de Windsor e estão cheias de revelações chocantes – escritas por alguém que conviveu com o casal durante cinco anos.