Wallis Simpson era “uma ditadora que não amava o duque”, diz antigo mordomo
Acabam de vir a público as memórias de um dos empregados dos duques de Windsor e estão cheias de revelações chocantes – escritas por alguém que conviveu com o casal durante cinco anos.

O penteado de vilã da Disney que usou nos últimos anos de vida era, talvez, uma demonstração visual do temperamento que a família real nunca duvidou que tivesse: fria, má, calculista, gananciosa, pessoa que não olha a meios para atingir os fins, americana usurpadora e com manias de grandeza. Falamos de Wallis Simpson. Para quem vê de fora, à distância segura de quase 100 anos, a paixão assolapada que fez com que o rei Eduardo VIII abdicasse do trono para poder casar-se com a socialite duas vezes divorciada. Mas para quem viu a partir de dentro, parece que a história era muito diferente. É que acabam de vir a público as memórias de um dos mordomos do casal, Alan Fisher, escritas nos anos 70, e que pintam uma imagem pouco elogiosa da duquesa. Qualquer semelhança com outras realidades é pura coincidência.


Alan Fisher trabalhou com os duques de Windsor durante cinco anos, em meados da década de 1950 e foi cerca de 20 anos depois, no final da década de 1970, que decidiu escrever sobre esses tempos em que ele e a mulher, Norma, criada da duquesa, viveram em casa dos Windsor. Sobre esse período, Alan partilha o seguinte: "Foi uma grande emoção... Eles viviam numa escala que superava em muito a da família real." Um comentário curioso, tendo em conta que os Windsor viviam, em grande parte, à conta de uma mesada paga pelo Palácio de Buckingham. "A Duquesa ensinou-me tudo o que sei – duas vezes. Tinha um gosto impecável, era impecável na maneira como se vestia e vivia a sua vida. E eu estava muito ciente de que estava a viver uma parte da história", recorda Fisher, que morreu em 2006.

Mas nem tudo eram rosas. Alan conta, também, que a duquesa era "difícil e implacável", mas a revelação mais chocante é que, para o mordomo, Wallis não amava o duque: "Ele era apaixonado por ela 100% do tempo. Mas ela não estava, de forma nenhuma, apaixonada por ele. Muitas das suas acções demonstraram-no de forma quase violenta. Mas, naturalmente, mantinha uma fachada em público." Fisher especula que "devem ter havido muitos momentos na vida de ambos em que ela olhou para ele e pensou em tudo o que poderia ter sido. Isso deve tê-la deixado extremamente amargurada", acrescentando que "ela sabia quão fraco ele era, e deve ter pensado muitas vezes que, se ele fosse um homem mais dominante, talvez a coroa de Inglaterra tivesse aterrado na sua cabeça". E conclui dizendo que Wallis "nunca se teria conformado com o título de rainha consorte" e que "rainha ditadora seria um título mais apropriado".


Alan revela ainda ter descoberto, mais tarde, que "apesar de o duque estar a morrer de cancro na garganta [...] a duquesa continuou a dar grandes jantares quando devia estar a cuidar do pobre duque, tornando os seus últimos momentos tão felizes quanto ela poderia facilmente ter feito. Bastava tão pouco para o agradar. Qualquer pequeno gesto da duquesa era muito importante para ele."


Estas memórias manuscritas foram postas à venda pelos sobrinhos de Alan Fisher, herdeiros do mordomo, e estão incluídas num lote que inclui fotografias dos duques nunca antes vistas, cartas, um quadro equestre oferecido a Fisher e autografado pelo duque e diversas outras recordações desses tempos passados ao serviço de uma realeza paralela. O lote foi arrematado por 4200 libras.
Quem sabe se o novo dono não venderá os documentos à Netflix para fazer uma nova série: The Uncrowned.

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