Assédio sexual, divórcio e tribunais. Tudo sobre a polémica entrevista de Angelina Jolie

A atriz americana abordou vários temas sensíveis na sua mais recente entrevista, como a separação de Brad Pitt e a tentativa de assédio sexual que alegadamente sofreu aos 21 anos por parte de Harvey Weinstein.

07 de setembro de 2021 às 17:00 Ana Filipa Damião

Na entrevista dada ao jornal The Guardian, Angelina Jolie falou sobre diversos marcos importantes da sua vida, como o seu trabalho humanitário e o livro que escreveu denominado Know Your Rights and Claim Them.

Contudo, a conversa ficou marcada por assuntos menos felizes, como a tentativa de assédio sexual  que alegadamente sofreu por parte de Harvey Weinstein, atualmente condenado a 23 anos de prisão por assédio e abuso sexual a várias mulheres, nomeadamente do espetro de Hollywood onde Angelina se insere.

A atriz terá sido assediada sexualmente pelo ex-realizador aos 21 anos enquanto gravava o filme Playing By Heart. "Era algo a que eu tinha de escapar. Afastei-me e avisei as pessoas a respeito dele. Lembro-me de contar ao Jonhy, o meu primeiro marido, que foi ótimo em relação a isso, para espalhar a palavra junto dos outros rapazes – não deixem as raparigas ir sozinhas com ele", disse ao The Guardian.

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Foto: Getty Images

A realizadora contou que as mulheres tendem a minimizar a agressão sexual se conseguirem fugir dela, tal como ela o fez. "A verdade é que a tentativa e a experiência da tentativa é por si só já uma agressão", afirmou. "Pediram-me para fazer O Aviador, mas eu disse que não porque ele estava envolvido. Nunca mais me associei ou trabalhei com ele. Foi difícil para mim quando o Brad o fez", admitiu, referindo-se ao filme Inglourious Basterds, de 2009, no qual Pitt entra.

Nesse seguimento, a ativista de direitos humanos recordou também a altura em que o ex-marido abordou Weinstein para trabalhar no filme Killing Them Softly, isto já em 2012, e como este ato a magoou, pois Pitt tinha conhecimento do caso de assédio sexual. "Discutimos sobre isso. Claro que magoou", confessou Jolie.

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Relativamente às acusações, Weinstein afirma, através do seu assistente, que se tratam de afirmações falsas, negando qualquer ato:"nunca houve assédio, nem tentativa de assédio" disse.

Outro tema que marcou a entrevista de Jolie foi o seu divórcio e batalha da custódia dos seis filhos do casal, que a atriz apenas referiu ter-se tratado de uma experiência traumática. "Não sou o género de pessoa que toma as decisões que tomei de ânimo leve. Demorou muito até estar numa posição onde sentisse que tinha de me separar do pai dos meus filhos", contou.

Foto: Getty Images

"Penso que no final do dia, mesmo que tu e algumas pessoas que tu amas sejam as únicas pessoas que sabem a verdade da tua vida, aquilo por que lutas, ou aquilo que sacrificas, ou aquilo que sofreste, vens para estar em paz com isso, independentemente de tudo o que se passa à tua volta", disse a ativista.

Embora o casal esteja separado desde 2016, o divórcio só foi oficializado em 2019, e custódia dos filhos tenha sido decidida apenas em maio deste ano, com o juiz a conceder guarda partilhada com Pitt. É de destacar que Jolie ainda se encontra envolvida numa situação judicial, que inclui acusações de abusos infantis contra o ex-marido devido a um suposto momento de violência com Maddox, o filho mais velho do casal, de 20 anos.

Nos últimos tempos, Angelina Jolie tem-se dedicado aos filhos. "Só quero que a minha família se cure, e quero que todos possamos seguir em frente — todos nós, incluindo o pai deles. Quero que nos curemos e sejamos pacíficos. Seremos sempre uma família", confessou ao jornal. 

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