Pontas de lança. Seis mulheres que dominam o tema Desporto em Portugal
Escrevem, relatam, comentam, analisam, respiram futebol. Leonor Pinhão, Mariana Águas, Sofia Oliveira, Cláudia Lopes, Mariana Fernandes e Rita Pedroso são mulheres para quem o jornalismo desportivo foi uma opção e que contribuem ativamente para que este seja – cada vez mais - um território diversificado. E, já agora, desempoeirado.
Em abril de 2023, a Comissão da Carteira Profissional de Jornalista contabilizava 5300 jornalistas em Portugal, dos/as quais 2180 eram mulheres (ou seja, pouco mais de 40%). Ainda minoritárias nas redações, elas foram conquistando o seu espaço desde a década de 1960, altura em que as primeiras jornalistas chegaram à imprensa nacional. No livro As Primeiras Mulheres Repórteres: Portugal nos Anos 60 e 70 (Tinta da China), Isabel Ventura dá conta dessa evolução, apresentando os números que comprovam a tendência para um processo de feminização que, nunca se tendo concretizado, muito contribuiu para que as redações nacionais fossem mais equilibradas do ponto de vista do género. No entanto, a distribuição das mulheres nas redações não se fez de uma forma uniforme.
O jornalismo desportivo – e a cobertura jornalística do futebol em particular – ainda parece ser um território maioritariamente masculino. É pelo menos essa a conclusão de um inquérito realizado em 2018 em 19 órgãos de comunicação nacionais, do qual resultou o artigo académico As Jornalistas de Desporto em Portugal: minoritárias e com pouco poder. Nele, as investigadoras Cláudia Martins e Carla Cerqueira dão conta dessa hegemonia masculina e da tendência para as mulheres cobrirem assuntos menos mediáticos. Ainda assim, é impossível não constatar o muito que já mudou nos últimos anos, não só na imprensa (e na rádio), mas sobretudo na televisão, onde critérios relacionados com a imagem acabaram por abrir espaço para a entrada delas. É destas e de outras questões que nos falam seis mulheres para quem o futebol é uma paixão - e por motivos que nada têm a ver com as clubites habituais.

Falamos da pioneira Leonor Pinhão, a primeira a trabalhar num jornal desportivo em Portugal. Da já veterana Cláudia Lopes, com passagens por vários canais televisivos nos quais consolidou um estilo que combina profissionalismo com descontração e jovialidade. Da pivot Mariana Águas, que conseguiu ultrapassar o estigma de um apelido, conquistando um espaço próprio. Da multifacetada Mariana Fernandes que, desdobrando-se entre imprensa, rádio e televisão, depressa passou de talento promissor a premiado. Da polémica Sofia Oliveira, a comentadora que nunca teve medo de não ser popular. Da jovem Rita Pedroso, apaixonada por jornalismo e futebol que se confessa a viver um (trabalho de) sonho. Percursos possíveis porque, um dia, alguém arriscou o primeiro passo. Provas vivas de que o lugar da mulher é onde ela quiser estar: seja na redação, na televisão ou no relvado.

Créditos
Fotografia: Ricardo Lamego
Styling/produção: Marina Sousa
Cabelos: Eric Ribeiro
Maquilhagem: Elodie Fiuza
Entrevista em Vídeo e Edição: Rita Silva Avelar e Ana Sofia Pinto

Mundo, Discussão, Futebol, Mulheres, Jornalistas desportivas, Desporto, Comentadoras, Portugal, Futebol em Portugal, Sofia Oliveira, Leonor Pinhão, Cláudia Lopes, Mariana Águas, Mariana Fernandes, Rita Pedroso, As Primeiras Mulheres Repórteres: Portugal nos Anos 60 e 70
Rita Pedroso: “Devemos ser quantas quisermos ser”
Entusiasmada a falar daquilo que ama, o desporto, a jornalista é um dos rostos femininos promissores do Record. À Máxima, conta como o sonho de trabalhar na área se tornou real quase sem dar conta.
Entrevista Patrícia Reis: “Não há nada pior do que uma mulher machista e uma mulher machista neste país é um cliché"
Da meia-noite à seis é o retrato de duas vidas que atravessam a insónia da pandemia… em 2022. Um romance para oferecer no Natal ou ler num trago enrolada numa manta de sofá.