Histórias de amor moderno. “Socorro! Toda a gente gosta do meu namorado menos eu”
“A perfeição nunca é demais exceto quando vivemos com ela.” Todos os sábados, a Máxima publica um testemunho de como é o amor no séc. XXI.

Todas as manhãs olho para o meu namorado e pergunto-me se será naquele dia que descubro uma falha até agora estrategicamente escondida, enterrada em camadas e camadas de sorrisos e boa vontade.
A perfeição nunca é demais exceto quando vivemos com ela. Começa por ser entusiasmante, comovente, até uma das razões que nos fez gostar daquela pessoa – afinal, não é todos os dias que se conhece um homem que põe as mãos na massa, em casa e não só, alguém que nos vê como uma parceira igual, e que não espera uma fada do lar quando chega a casa. O problema é que, três anos depois, passados quase sempre a dividir casa, tudo o que me encantava no início parece agora uma espécie de pesadelo cor de rosa.
Adoro o meu namorado, mas a sua personalidade nem por isso. E tudo parece estar a piorar rapidamente. Há momentos em que anseio por uma resposta torta, um pedido meu por satisfazer, uma máquina da loiça mal arrumada. Que insubordinação deliciosa seria ele dizer-me que não a qualquer coisa ou chamar-me a atenção para algo que eu faça mal. Há umas semanas, atrasei-me 45 minutos a chegar a um compromisso que ele planeara há meses e, apesar das minhas desculpas, apressou-se a dizer que certamente eu tinha feito tudo para chegar a horas. Não tinha. Mesmo nos meus atrasos que são, aliás, constantes, encontra razões para me elogiar de forma completamente desnecessária, ao ponto do desconforto, em especial quando estão outras pessoas presentes. Todos os meus amigos e familiares o adoram menos eu.
Existe a perfeição de todos os dias, que dobra camisas e faz o jantar, e a perfeição dos grandes gestos, daqueles que todas as amigas invejam, "que sorte ele levar-te a viajar de surpresa" ou "não acredito que te pagou mais um jantar gourmet sem motivo." O meu namorado é excelente a praticar ambas.

Recentemente, apercebi-me de que quase já não cozinho no dia a dia e no último fim de semana reparei que nem um copo de água ele me deixou ir buscar à cozinha. Faz-me todas as vontades, mesmo sem que lhas peça, o que inclui pequenas mordomias e também surpresas constantes, desde as já mencionadas viagens a ir buscar-me ao emprego sem avisar.
É cómodo e atencioso, sim, mas sinto-me filha do melhor pai do mundo e não a namorada de um homem que ainda nem chegou aos quarenta anos. Resultado? Percebi que a perfeição até pode ser uma grande qualidade, mas é a qualidade menos sexy do mundo.

Mundo, Diversão, Histórias de Amor Moderno, Relação
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