Beleza / Wellness

É possível acelerar o metabolismo e queimar mais calorias?

Genética? Alimentação? Desporto? Se se está a perguntar quais são as variáveis que influenciam o nosso metabolismo, leia este artigo.

Foto: Filme Perfect, 1985, com Jamie Lee Curtis. IMDB
24 de dezembro de 2021 Rita Silva Avelar
Toda a gente tem uma amiga que come 'sem destino', mas nunca engorda. O metabolismo de algumas pessoas é responsável pelo facto de algumas não engordarem mesmo que comam o que queiram, enquanto outras passam a vida a fazer dieta e não conseguem perder peso. Mas nem tudo se resume ao metabolismo, isso é um mito. o exercício físico, a qualidade da alimentação e o descanso são fatores que interferem com o nosso peso, acima de tudo. E o défice calórico é o grande truque para quem quer perder peso.

"Metabolismo, basicamente, é a designação do conjunto de todas as reações bioquímicas do nosso corpo" explica Joana Jacinto, nutricionista. O metabolismo é "um processo pelo qual o seu corpo converte o que come em energia. É um processo complexo que combina todos os alimentos e bebidas com oxigénio para que o seu corpo se possa mover e desempenhar funções 'silenciosas' quando está em repouso, tais como respirar, ajustar os níveis hormonais, regular a digestão e circulação sanguínia", explica o personal trainer e fisioterapeuta Crys Dyaz à Elle. "Em resumo, o metabolismo determina o ritmo a que se queima calorias e isto, por sua vez, é conhecido como taxa metabólica basal ou metabolismo basal", acrescenta o especialista.

Sobre o metabolismo basal, Joana Jacinto confirma que há vários mitos associados ao termo. "Há grande confusão entre metabolismo (conjunto de todas as reações do corpo) com metabolismo basal (energia estimada que gastamos completamente em repouso absoluto). Este metabolismo basal terá sempre a sua maior fatia relacionada com a quantidade de massa magra que o indivíduo tem. Tendo em conta que a massa magra é um tecido metabolicamente ativo e portanto gasta imensa energia para "se manter. Assim sendo quanto mais massa magra tivermos mais energia em repouso estaremos a consumir."

Uma curiosidade, acrescenta a nutricionista, para percebermos melhor a distinção entre os dois, é que um obeso, ao contrário do que se possa pensar, tem um metabolismo basal super elevado, porque naturalmente com um corpo maior tem mais massa magra também e portanto gasta mais energia em repouso. No entanto, a velocidade com que processa todas as reações do seu corpo poderá ser mais lenta do que o normal (o vulgar metabolismo lento)."

Ou seja, "com isto poderemos ter pessoas com o comumente apelidado "metabolismo rápido", mas que simultaneamente tenha um metabolismo basal baixo (por ter uma massa muscular abaixo dos valores normais para um indivíduo da sua altura e idade)", explica.

Por fim, Joana Jacinto desmistifica a pergunta que queremos ver respondida: "Na realidade há estratégias e alimentos que podem sim "acelerar" o metabolismo. No entanto será sempre numa porporção baixa, tanto que praticamente se torna insignificante", esclarece.

"Os termogénicos [como a pimenta ou o gengibre], por exemplo, aumentam a temperatura corporal e com isto, sim, aumentam o dispêndio energético diário", exemplifica. "Mas na melhor das hipóteses este aumento reflete-se num gasto de mais 20/30kcal num dia, o que na prática não significa alteração alguma relevante para que haja perda de peso por défice calorico. 

Voltamos ao que sabiamos: treino de força, comer uma dieta saudável, dormir bem e beber água suficiente são alguns os melhores conselhos para quem quer queimar calorias. Mais importante: estar em défice calórico. Resumindo, "há muita coisa que pode eventualmente acelerar a dispêndio de energia em repouso (o chamado aumentar o metabolismo) mas numa quantidade que não chega a ser relevante.
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Joana Jacinto, Metabolismo, Desporto, Nutricionista, Saúde, Corpo
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