Todas as coisas maravilhosas
“Pensei como seria diferente uma lista criada por mim aos 8 anos ou agora; ou talvez não.”

Há semanas, depois de assistir à comovente interpretação do actor Ivo Canelas, no monólogo Todas As Coisas Maravilhosas, de Duncan Macmillan, senti que devia plagiar o mote e começar a fazer a minha lista. Já se sabe que Dezembro e Janeiro, mesmo num ano bizarro como este que estamos a viver, são sempre meses de balanço em que tentamos organizar mentalmente, por listas ou não, o que fizemos e o que faremos. Pensei que, tal como sucede no texto do monólogo, quando somos miúdos é mesmo fácil indicarmos milhentas coisas maravilhosas, até porque ainda não nos apercebemos nem vivemos uma data de coisas feias e perigosas com que somos confrontados mais tarde na vida. Pensei como seria diferente uma lista criada por mim aos 8 anos ou agora; ou talvez não. Então, aqui vai – 10 coisas maravilhosas que desejo em 2021:
- Rir acompanhada, de preferência até me doer a barriga e/ou me faltar o ar (também estaria na minha lista aos 8 anos).
- Nadar nua no mar (também na lista dos 8 anos).
- Andar de bicicleta (provavelmente a primeira da lista aos 8 anos).
- Abraçar (idem aos 8 anos, mas referindo-me ao meu cão).
- Comer cenas à mão (idem aos 8 anos).
- Fazer sexo com alguém que amamos (esta não, claro, o sexo metia-me nojo).
- Descobrir sítios novos (idem aos 8 anos, fosse uma rua a um quilómetro da casa dos meus pais ou uma cidade no outro lado do planeta).
- Conduzir sozinha sem destino, a ouvir alto As Variações de Goldberg de Bach (aos 8 preferia ouvir rádio em cima do telhado dos meus pais, mas a música também estava lá).
- Ajudar alguém, mesmo numa coisa pequena como baixar-se para apanhar algo que caiu (fui escuteira aos 8 anos, o instinto já lá estava).
- Gostar do mundo e das pessoas; chega de tanto sarcasmo e misantropia. Ter noção do privilégio de poder assistir ao momento irrepetível de uma folha que cai da árvore, ou ao nascimento de alguém (em pequena gostava de quase tudo e nunca me queixava do que não gostasse).
É surpreendente fazer este exercício e descobrir que não há praticamente alterações de gosto da infância até agora. E fiz este exercício também na esperança de inspirar quem me lesse a fazer o mesmo, a criar a sua lista de coisas maravilhosas. Não é uma lista de objectivos, disso estamos fartos e não nos ajuda, mas um inventário de coisas lindas, que nos animam. Como aconteceu comigo depois de ver o tal espectáculo, queria que acontecesse convosco. Acredito que é preciso encontrar beleza e alegria nas pequenas coisas e que, muitas vezes, é uma escolha decidir onde colocamos os nossos olhos — nos picos do cacto ou na sua flor.
*A cronista escreve de acordo com o Acordo Ortográfico de 1990.




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