Histórias de amor moderno. “A minha ex-mulher obrigava-me a declarar quanto gastava ao fim de cada dia”
“Quando dei por mim vivia uma vida dupla.” Todos os sábados, a Máxima publica um testemunho de como é o amor no séc. XXI.

Entrei numa relação através do Bumble por insistência dos meus amigos e no seguimento de um período depressivo – tinha passado por uma relação falhada e pela perda de uma amiga de forma súbita. Ela trabalhava em saúde, eu em marketing e, ao longo das semanas seguintes, encontrámo-nos várias vezes, fomos bebendo café e combinando programas noturnos. Em nenhuma dessas ocasiões me pareceu que o dinheiro era, para si, uma obsessão. Percebi rapidamente que não comprava "pequenos luxos", objetos que considero, eu, pequenas coisas que nos aconchegam a alma. Um creme para o rosto, uma camisa especial, um presente para oferecer sem razão nenhuma – mesmo que custasse dois euros – para dizer ou assinalar que se lembrava de mim.
Casámos. Achei que esta fraqueza da minha mulher, que tanto amava, era apenas um sinal de que era poupada e precavida. Até que passou a ser gananciosa: arranjou três trabalhos, nunca queria sair nem jantar fora, abominava programas de grupo que envolvessem gastar dinheiro em conjunto, cancelava planos a dois à última da hora.

Um dia descobri que usava uma aplicação de poupanças que contabilizava tudo, até ao mais ínfimo detalhe. Noutra ocasião discutimos no supermercado porque eu escolhi uma peça de carne mais cara. Percebi que era o fim quando me começou a pedir que fizesse o mesmo: cronometrasse o meu dinheiro até ao mais ínfimo detalhe, e que só o gastasse em coisas "que dessem retorno" financeiro e que realmente fossem vistas como um investimento.
Eu estava apaixonado e não via, mas a situação começava a tornar-se insuportável, ao ponto de ficar ansioso sempre que comprava um tal mimo para mim, e de, por isso, o esconder. Inventava que me ofereciam coisas ou que as tinha herdado de um familiar. Quando recebia um bónus no trabalho, ao fim do mês, não dizia que o tinha ganho. Comecei a esconder as idas a jantares fora com amigos, e mesmo nos almoços de família, quando levava um vinho mais caro, fazia-o de forma discreta para que ela pensasse que já lá estava ou que outra pessoa o tinha comprado. Um dia repreendeu-me quando passeávamos na baixa do Porto e dei uma nota de cinco euros a um sem-abrigo. Aquela frieza gelou o meu coração – penso que foi esse o momento em que tudo mudou.
Quando dei por mim vivia uma vida dupla. Já não lhe contava o meu dia – fiquei completamente consciente de que tudo o que fazemos envolve dinheiro ou envolve falar sobre gastos e queria evitá-lo ao máximo. Quando dei por isso, apercebi-me que nem de férias podíamos ir. Foi o fim de um pesadelo, e o início da liberdade, o dia em que assinámos o divórcio. Hoje sei que as pequeninas coisas, os pequenos detalhes, tomam conta de tudo e assim como começam relações também as destroem.

“A nossa vida sexual é eletrizante, mas odiamo-nos mais de metade do tempo”
“Após 20 anos de casamento, a nossa vida sexual está melhor do que nunca.” Aos sábados a Máxima publica um testemunho de como é o amor no séc. XXI.
"Há 10 anos que não durmo com o meu marido"
"O meu diário diz-me que já passou uma década, 10 anos inteiros, desde que o meu marido se mudou – não da nossa casa –, mas do nosso quarto." Aos sábados, a Máxima publica um testemunho de como se vive o amor no séc. XXI.
“Tenho fantasias com o novo melhor amigo do meu marido – e acho que é mútuo”
“Tenho a perfeita consciência de que vou deixa-lo beijar-me com toda a boa vontade, mas não faço ideia do que vou fazer a seguir.” Aos sábados, a Máxima publica um testemunho de como se vive o amor no séc. XXI.
“O meu namorado ganha menos do que eu e isso está a separar-nos”
“A gestão do orçamento partilhado matou qualquer réstia de sex-appeal.” Todos os sábados, a Máxima publica um testemunho de como é o amor no séc. XXI.
Histórias de amor moderno. “Em 4 meses gastámos 31 mil euros em vinhos de Bordéus e caviar”
"Saí a meio da noite, e quando ele chegou eu já não estava. Deixei a minha Bimby, os meus copos da Vista Alegre e os meus tupperwares da salada em casa dele." Todos os sábados, a Máxima publica um testemunho de como é o amor no séc. XXI.
Histórias de amor moderno. “Descobri que o meu noivo andava com a nossa vizinha de cima”
"Havia uma pequena desconfiança com a vizinha do 3º esquerdo – vivemos no 4º direito – porque sempre que nos cruzávamos no elevador ela agia de forma incomodada, havia uma sensação de constrangimento permanente." Todos os sábados, a Máxima publica um conta sobre como é o amor no séc. XXI, a partir de um caso real.
Histórias de amor moderno: “Com os ciúmes, insultava-me e atirava coisas pela janela”
“Chegava de viagem, inquiria, discutíamos, acusava-me de o trair, insulta-me aos berros para o bairro inteiro ouvir e desatava a atirar coisas da janela do terceiro andar.” Todos os sábados, a Máxima publica um conta sobre como é o amor no séc. XXI, a partir de um caso real.
Histórias de amor moderno: “Víamo-nos duas vezes por ano. Vivemos assim durante dois anos e meio."
“Depois de tantas mudanças e de tantas conquistas, não queria abdicar da minha independência financeira, e muito menos da minha autonomia enquanto mulher.” Todos os sábados, a Máxima publica um conta sobre como é o amor no séc. XXI, a partir de um caso real.