Fizemos uma consulta com uma astróloga no Zoom. Contamos a experiência
Alexandra Ramos Duarte é a primeira a confessar-se como cética, apenas para dizer que deixa de o ser em cada consulta que dá, e que na verdade a astrologia sempre fez parte da sua vida. Hoje é uma astróloga de "agenda cheia", e uma das preferidas das personalidades portuguesas.

Antes de se tornar a especialista em astrologia que é hoje, Alexandra Ramos Duarte fugiu do "chamamento" dos astros durante décadas. Ou pelo menos tentou. Sempre se interessou pela área mas, quando chegou a altura de entrar no ensino superior, optou por estudar comunicação social. Desde então, passou pela rádio, pela imprensa, pela indústria farmacêutica e por diversos cursos holísticos, como meditação, homeopatia e naturopatia. Foi apenas quando sofreu um grande esgotamento que compreendeu que lhe era humanamente impossível continuar a desviar-se do seu caminho. E assim regressou a casa. Conversa com Alexandra, a propósito do lançamento do seu primeiro livro Use os Astros a seu Favor (editora Planeta), num misto de consulta e entrevista, em registo intimista.
Com apenas uma data e local de nascimento, Alexandra conseguiu traçar o nosso mapa astral, um gráfico complexo que permite "ir ao encontro de tudo aquilo que queremos saber e aprofundar" sobre nós. Em quinze minutos descobrimos que existe a possiblidade de termos sido um eremita em vida passada, que a nossa missão atual está em Virgem, e que por isso temos de aprender a lidar com rotinas e horários. Difícil para quem, segundo a especialista, necessita da sua liberdade. Também descobrimos que somos um signo muito dual, por um lado seguido pelo coração, e por outro pela razão.
É possível um mapa astral estar errado?
Nunca. O mapa diz assim: "esta pessoa nasceu a "x" horas a determinada data e sítio, e nesse exato momento em que ela respirou, a lua estava no céu numa determinada zona, Marte estava numa determinada zona", e por aí adiante. Quando as pessoas me dizem "eu sou cética", eu respondo, "olhe lá para cima para o céu". Vê a lua, conseguimos ver tudo, e isso tudo que nós vemos é o que os planetas nos indicam. O que acontece é que a nossa personalidade afirma-se no mapa ao longo dos anos.

Há pessoas que fazem comigo o seu mapa há cinco anos, e dizem-me que, ouvindo a primeira consulta de novo, só agora entendem muitas das coisas que lhes disse na altura.

Mesmo em pequena, já acreditava no poder que os astros terão sobre nós ou era apenas curiosidade?
Comecei por curiosidade, porque a minha mãe também lia muito sobre essas áreas. Mesmo antes de entrar na faculdade, fui trabalhar para o Jumbo de Cascais, a assar chouriços, para fazer o meu primeiro curso de astrologia, que era apenas de 15 dias. Claro que chegou a um ponto que, quando disse que se calhar queria estudar aquilo no ensino superior, o meu pai disse que eu era louca, para escolher se fizesse favor um curso dito normal, e fui então para comunicação social na Universidade Católica.

E ao mesmo tempo pensei, já que tenho de ir estudar para Lisboa, porque não vou tirar um curso de astrologia lá? Começava às sete e tal da tarde e era com uma astróloga muito conhecida. Os mesmos seis anos que estudei na Católica estudei no Quiron (Centro Português de Astrologia). Mas eu era cética sim. Depois fui trabalhar em comunicação e para o Brasil, mas ao mesmo tempo o Brasil é a terra da espiritualidade…
E ainda passou pela indústria farmacêutica.
Sim. Pensei em experimentar, e entretanto fiz outros "três mil" cursos em paralelo para tentar fugir aos astros. Porque na altura aquilo ainda era tabu. Fiz cursos de homeopatia e naturopatia, dei aulas de meditação, inclusive na Cruz Vermelha Portuguesa, até que chegou uma altura da minha vida em que eu disse chega. E tive uma depressão enorme.


Mãe de dois filhos, Alexandra não queria continuar a varrer o seu sonho para debaixo do tapete, como quem esconde migalhas, e foi nesse momento que decidiu entregar-se por completo, conta à Máxima, embora admita que ainda sente um pouco de apreensão por parte dos outros.
Sabem, dou consultas para todo o mundo e tenho muitas figuras públicas, como a Cuca Roseta, que fazem o mapa comigo. A astrologia não é nenhum tabu, é sobre ouvires falar de ti, é sobre descobrires o teu potencial. Quando vamos ao psicólogo, nós é que falamos mais. Aqui, não preciso que a pessoa fale, eu falo [com base nos mapas].
A Alexandra estudou num colégio católico e a seguir na Católica. A religião e a astrologia são opostos?
Não. Eu costumo dizer o seguinte: espiritualidade, religião e fé são coisas distintas. A espiritualidade diz -me "eu creio", a religião diz me "no quê". Estive um mês na Turquia, há pouco tempo, e rezei a Maomé. E pode-me ver [através da videochamada] com uma medalha da Nossa Senhora, mas entretanto também tenho uma imagem de Buda aqui ao lado, tenho o Santo António com as crianças ao colo, tenho uma imagem de Ganesha, que é a deusa dos obstáculos, e também de São Jorge.

Uma vez estava na Indonésia de férias e houve um miúdo que me veio perguntar "no que é que acreditas?", porque ele viu que eu tinha uma imagem de Nossa Senhora no colar e estava à frente de uma imagem de Ganesha a chorar, pois tinha perdido o pai dos meus filhos. Respondi que acreditava que a deusa Ganesha me podia ajudar, mas Nossa Senhora também. "Vocês não acreditam também em vários deuses e entidades?", perguntei, e ele disse "sim". Então é a mesma coisa, a astrologia não tem a ver com isso. A fé pode ser encontrada no surf, onda após onda no silêncio do mar. Isto pode ser um clichê, mas tudo são ondas eletromagnéticas, tudo é energia, e portanto essa energia faz com que aquilo que se passa acima de nós - os planetas, os astros, a lua, os luminares - tenham uma repercussão em nós. Agora chamamos à fé aquilo que nós quisermos.

A doença do seu ex-marido, pai dos seus filhos, foi uma espécie de empurrão para fazer aquilo que mais gosta?
Sem dúvida. O pai dos meus filhos faleceu com cancro do pulmão. Nunca fumou, sempre foi magro e saudável. Não comia doces... Eu tenho uma história muito bonita com ele: casámos e divorciámo-nos duas vezes, porque a vida é mudança e eu acredito que as pessoas passam na nossa vida o tempo que têm de passar. Seja nos relacionamentos ou nos trabalhos, temos de estar neles o tempo que for necessário e depois a jornada e o caminham continuam.

Ele era um homem da razão, era engenheiro, andou no Colégio Militar, e portanto era uma pessoa cheia de valores e um pilar gigante na vida dos meus filhos, e a perda dele, claro, veio ainda sublinhar mais a importância de fazermos aquilo que amamos. Costumo comparar a morte ao seguinte: quando estamos a dormir, saímos do nosso corpo e vamos sonhar. Não temos consciência do nosso corpo durante a noite, e então é isso que acontece com a morte. A alma sai e fica só o corpo, tal como quando dormimos. Foi isso que passei aos meus filhos, quando tive de lhes contar. Foi o dia mais difícil da minha vida. Mas ela tem de seguir e creio realmente que quem parte não parte mesmo, está só do outro lado. E isso é muito claro para mim, mais ainda porque falo nas consultas sobre quem fomos em vidas passadas e o que é que viemos aqui fazer.
Quais são as maiores preocupações de quem a procura?
Faço muitas vezes o mapa da relação: ajudam-me a falar de si, a falar da outra pessoa e a falar da própria relação, porque ela também tem um mapa, que é a junção dos dois. Faço muitos mapas de jovens para saber a orientação profissional, quais é que são as áreas que mais têm a ver com eles. E muitos mapas de bebés, que indicam quem é o meu filho e como é que o devo educar. A astrologia dá para muita coisa, também para questões profissionais. Dá pistas.


No livro afirma que a sua missão é comunicar e expressar o que vai dentro "do seu Eu e do seu coração". É ajudar os outros. Sente que já cumpriu o seu propósito?
A minha missão está muito, muito completa. Primeiro, eu costumo dizer que sou a pessoa mais cética deste mundo, faço isto porque após tantas consultas isto para mim já é uma ciência, que quando constatamos alguma coisa ela vira ciência, portanto isto já não são especulações. Sou e deixo de ser cética em cada consulta, porque isto bate tudo muito certo. Depois, acho que já cheguei onde queria: tenho a minha agenda cheia, tenho muito sucesso, acabei de escrever um livro. Tenho pessoas que confiam no meu trabalho e, portanto, se me perguntarem o que é que gostava de atingir mais? Mais nada, acho que agora estou no momento oposto, que gostava de ter um bocadinho mais tempo, porque os meus filhos pedem muito de mim. Sinto-me perfeitamente realizada. Se ganhasse o Euromilhões, continuava a trabalhar.
Quando temos esta missão de ajudar pessoas… o desenvolvimento pessoal está muito na moda, mas isto para mim não é uma moda, é o ar que respiro, é aquilo que eu preciso.
O que é que diria às pessoas que não acreditam na astrologia?

Convido a olhar para o céu, para a lua, Marte e Vénus. Aquilo tem uma influência em nós. As dúvidas e o ceticismo vencem-se. Costumo dizer às pessoas para virem fazer uma consulta e que deixam de ser céticas em segundos. Acreditando ou não, há uma manifestação dos planetas em nós, como há nas marés. O que é que faz a meteorologia? É futurologia, diz que para a semana vai chover todos os dias. Pode errar, mas a probabilidade de acertar é grande. É a mesma coisa com a astrologia.

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