Escândalos reais. As histórias que superam as de Harry (e dos Windsor)
Há muito tempo que as turbulentas vidas da família real britânica concentram a atenção de monárquicos e republicanos em todo o mundo. No entanto, também outros reinos e dinastias têm vilões, ovelhas negras e casos dignos de espanto. Na Europa e fora dela.

Mas se os lances telenovelescos das vidas (pouco) privadas dos Windsor têm alimentado uma vasta indústria editorial e televisiva (de que o livro Na Sombra, de Harry é o episódio mais recente), importa não esquecer que, de forma mais modesta, também outras dinastias reinantes, na Europa e fora dela, dão o seu contributo para este "circo" que bate aos pontos, no campeonato do interesse do público, qualquer investida das meninas Kardashian ou do clã Aveiro. É que a suposta patine da realeza ainda tem um prestígio que falta ao mundo do espetáculo, caminhe este sobre stilettos ou sobre chuteiras.

É bem possível que os duques de Sussex estejam muito satisfeitos com a alta rentabilidade do seu mediático bater com a porta, mas, lamentamos dizê-lo, é proeza de pouca monta comparada com os feitos da princesa Martha Louise, da Noruega. Sabemos que Oslo não é Londres, mas a verdade é que a filha do rei Harold V, quarta na linha de sucessão ao trono, renunciou aos seus deveres reais para se concentrar no seu negócio de... medicina alternativa. Para tal decisão, muito terá contribuido o seu noivado com um autoproclamado xamã, Durek Verrett, popular guia espiritual de Hollywood, que, entre outras teses, defende, por exemplo, que o cancro é uma escolha do doente. Recorde-se que Martha Louise, hoje com 51 anos, já tinha perdido o título de "Sua Alteza Real" em 2002, quando decidiu trabalhar como vidente.

Ainda na Escandinávia, a rainha Margarida da Dinamarca, que se prepara para celebrar o jubileu de ouro, decidiu que estava na altura de pôr a família a trabalhar. A partir de 1 de janeiro deste ano, os seus quatro netos, filhos do seu filho Joaquim, deixarão de ser príncipes, uma vez que os títulos serão "descontinuados". No entanto, manterão os seus lugares na linha de sucessão ao trono.

O príncipe Joaquim é o segundo filho da rainha e tem quatro filhos, com idades compreendidas entre os 23 e 10 anos. A reação não se fez esperar. O príncipe declarou à imprensa ter sido apanhado de surpresa por este anúncio "muito triste". De acordo com o jornal britânico The Guardian, também a ex-mulher do príncipe, mãe dos seus filhos mais velhos ter-se-á mostrado chocada com a decisão da antiga sogra:"Isto veio do nada. As crianças sentem-se excluídas. Não conseguem perceber porque é que as suas identidades lhes estão a ser retiradas". Enquanto isso, o herdeiro da coroa, o príncipe Frederico, e os seus quatro filhos manterão o título, embora só o primogénito, o príncipe Christian, segundo na linha de sucessão do trono, venha a receber uma anuidade do Estado.
Em Espanha, esgotado o tema das transgressões extraconjugais do rei emérito, Juan Carlos, eis que a "prensa de corazon" desperta para a possibilidade de Filipe VI ter posto termo ao crescente idílio entre a mãe, a rainha Sofia, e Alfonso Diez, nada mais, nada menos do que o viúvo da duquesa de Alba, o mesmo homem sem pergaminhos, nem armaduras no hall de entrada, que pusera os filhos de Cayetana à beira de um ataque de nervos. De acordo com dois dos mais reputados cronistas das alcovas Bourbon, Pilar Eyre e Jaime Peñafiel, a cumplicidade entre Alfonso e Sofia era tal que Sua Majestade terá proclamado o fim do contacto com a mesma veemência com que, noutros tempos, a rainha-mãe descartava as candidatas a namorar com o jovem Felipe.


Não se pense que estas intrigas são apanágio da Europa. Houvesse uma versão tailandesa de The Crown e ela teria muito para contar sobre o rei Maha Vajiralongkorn, coroado oficialmente em 2019, dois anos após a morte do antecessor. Considerado um dos homens mais ricos do mundo, já foi casado quatro vezes e, enquanto príncipe herdeiro, nomeou o seu poodle seu ajudante de campo. Quando este morreu, em 2015, mandou celebrar exéquias oficiais de acordo com o rito budista. Aos 70 anos de idade, Sua Majestade detém poderes próximos do absolutismo, mas os seus deveres não o impedem de exibir publicamente o seu gosto por tatuagens e crop tops.
Do Mónaco, tão animado nos tempos em que a dupla de irmãs Carolina e Stéphanie mudavam de namorados a grande velocidade, as notícias resumem-se agora aos avanços e recuos da saúde de Charlene, a consorte do príncipe Alberto. Parece que, em matéria de Grimaldis, teremos de aguardar pela próxima geração.


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