O que têm Penelópe Cruz, Charlotte Casiraghi e Vanessa Paradis em comum?
As embaixadoras da Chanel juntaram-se para conversar sobre moda e recordar memórias de estilo.
"Será extraordinário. A sua casa vai revolucionar a moda!" terão dito a Christian Dior muito antes deste saber que tal seria verdade. Tal como se lê na biografia do designer francês eram frequentes os encontros do costureiro com personalidades que viam o que mais ninguém vê na palma de uma mão, numa bola de cristal ou mesmo num baralho de cartas. O universo e o esoterismo faziam parte dos interesses de Dior.
Assim, para a apresentação da coleção primavera-verão 2021 de Alta-Costura da maison, Maria Grazia Chiuri foi buscar inspiração à relação de Christian Dior com tudo o que era místico e impenetrável, além do mundo terreno.
Numa semana de Alta-Costura que será totalmente online, a encenação das criações da diretora criativa deve muito ao realizador italiano Matteo Garrone, que baseou a sua narrativa visual no emblemático tarot Visconti-Sforza, decorado pelo iluminista Bonifacio Bembo para o Duque de Milão, no século XV.
Na coleção sobressaem vestidos projetados com silhuetas imponentes, em oposição às cinturas mais vincadas que muitas vezes marcam as coleções da Dior. As capas ganham um protagonismo redobrado nesta história primaveril, como elemento essencial a marcar a coleção, onde também há espaço para peças mais comuns como calças, camisas ou saias. Os tons assemelham-se aos de um baralho de tarot, onde o dourado e cinza predominam, com leves apontamentos de preto. Nos tecidos destacam-se materiais de alta qualidade como o veludo, a organza ou a caxemira, mas também delicados bordados com motivos florais.
A Sacerdotiza e a Morte, a Justiça e a Imperatriz ou mesmo o Louco - célebres cartas do tarot - inspiram a coleção em formato de vídeo, uma reinterpretação de deste universo místico, que só imaginamos nos sonhos, ou na Alta-Costura.