Como adaptar o sono dos bebés à mudança para a hora de verão?
Perder uma hora de sono – que é o que acontece quando mudamos para o horário de verão – é difícil para uma pessoa adulta. Para um bebé, que não compreende o que se passa, é ainda pior. A Máxima falou com um pediatra para saber o que pode fazer para que a transição seja tão suave quanto possível.
Foto: Unsplash28 de março de 2025 às 08:00 Madalena Haderer
No próximo domingo, dia 30 de março, à uma da manhã os relógios andam para a frente e passa a ser duas da manhã. Se isto confunde a cabeça e troca as voltas ao sonode uma pessoa adulta, que dizer de uma criança ou bebé, que ainda não sabe ver as horas? A mudança para o horário de verão – em que, na prática, se perde uma hora de sono – tem sido associada a diversos efeitos adversos para a saúde humana. Um estudo publicado no New England Journal of Medicine, por exemplo, revelou que os casos de enfarte do miocárdio aumentam cerca de 5% na semana seguinte ao ajuste dos relógios para o horário de verão, com maior incidência nos três primeiros dias. A perda de uma hora de sono e os consequentes distúrbios do sono são apontados como explicações prováveis para este aumento. E isto é, lá está, entre pessoas adultas, capazes de compreender o que está a acontecer e de se defender – na medida do possível – das consequências perniciosas.
Se tem um bebé e ainda não passou por uma mudança destas, é capaz de estar apreensiva com o que a espera. Ou talvez já tenha passado por isso e tenha sido uma experiência tão traumática que está aterrorizada por ter de o fazer novamente. Para debelar todos os seus receios e dar-lhe as armas e a informação de que precisa para enfrentar mais este desafio, a Máxima falou com o pediatra João Rio Martins, que explica tudo o que pode fazer para que a adaptação ao novo horário seja tão fácil e suave quanto possível.
A mudança da hora para o horário de verão é desafiante para pais e crianças?
A mudança para a hora de verão pode ser desafiante para pais e crianças, especialmente porque muitas vezes envolve perder uma hora de sono. O nosso "relógio biológico", ou ritmo circadiano, regula-se principalmente pela exposição à luz natural, pelo que uma alteração repentina na hora pode causar alguma desregulação temporária.
Depende da idade e da sensibilidade individual da criança. Em bebés e crianças pequenas, cujo sono já pode ser instável, uma mudança horária pode causar um aumento na irritabilidade, dificuldades em adormecer e despertares noturnos mais frequentes. A curto prazo, pode afetar o humor e a atenção, mas dificilmente terá consequências graves se for bem gerida.
O que é que os pais podem fazer para adaptar o sono das crianças com rapidez e eficiência?
A melhor estratégia é preparar o organismo para a mudança de forma gradual. Nos dias anteriores, ir adiantando a hora de dormir e acordar em 10-15 minutos por dia; garantir exposição à luz natural logo de manhã, para ajudar o relógio biológico a ajustar-se mais rapidamente; evitar luz azul à noite, pois pode dificultar a produção de melatonina; e manter a rotina de sono consistente, com rituais relaxantes e um ambiente calmo antes de dormir.
Devem esperar dificuldades, choro, birras?
Sim, é possível que aconteçam. Crianças mais sensíveis podem ter mais dificuldades nos primeiros dias, manifestando-se com cansaço, irritabilidade e birras. No entanto, com uma adaptação progressiva e paciência, a maioria ajusta-se sem grandes problemas ao fim de poucos dias.
Qual das mudanças horárias (para hora de verão ou hora de inverno) tende a ser mais desafiante e/ou prejudicial para o bem-estar e a saúde das crianças? Porquê?
A mudança para a hora de verão tende a ser mais difícil, porque muitas vezes implica perder uma hora de sono. A privação de sono, mesmo que pequena, pode afetar o comportamento e o humor da criança. Além disso, os dias mais longos dificultam a produção de melatonina, tornando a adaptação mais demorada. A mudança para a hora de inverno, apesar de também exigir um ajuste, é mais fácil porque se ganha uma hora de sono, o que geralmente não tem um impacto tão marcado.
Do ponto de vista do bem-estar infantil, seria melhor que não existissem mudanças horárias?
Tendo em conta exclusivamente o bem-estar infantil, sim, manter um horário fixo ao longo do ano evitaria este impacto biológico e ajudaria a manter um ritmo de sono mais estável. As alterações sazonais forçadas não são naturais e exigem sempre uma adaptação do organismo, o que podia ser evitado se não houvesse mudanças na hora.
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