Dois truques improváveis para voltar a adormecer depois de acordar a meio da noite
Despertares noturnos: eis uma das epidemias da vida moderna. Michael Breus, psicólogo clínico e especialista em medicina do sono, também conhecido como "The Sleep Doctor", indica duas sugestões inusitadas, mas certeiras, para resolver o problema. Testámos e aprovamos.

Andamos todos a dormir mal. Quanto a isso, não há dúvida. Felizes os que têm 20 anos e conseguem dormir com a cabeça encostada a um martelo pneumático porque – acreditem – não dura sempre. A partir de determinada idade, meados dos 30, talvez, começamos a ter um sono mais leve. Mesmo quem não tem filhos e não precisa de acudir aos gritos de "mamã, tenho xixi", vai dar por si a ouvir uma voz, dentro da sua própria cabeça, a dizer "levanta-te, pá, tens xixi". Ou isso, ou acorda com o som do vizinho de cima a fazer xixi – será que devo meter-lhe um recado debaixo da porta a recomendar uma visita a um urologista? Enfim, acredite-se ou não, há muito xixi na meia idade. Isso e noites mal dormidas.
Quem não toma comprimidos para dormir, anda atolado em cápsulas ou gomas de melatonina. E embora, regra geral, ajudem a melhorar o sono, a verdade é que nem sempre impedem que se acorde a meio da noite. E o que acontece a seguir é um sem fim de vira para a direita, vira para a esquerda, olha para as horas, entra em desespero. Michael Breus, um psicólogo clínico e especialista em medicina do sono, tem sugestões para voltar a adormecer mais depressa. Testámo-las e podemos garantir que resultam.





Sugestão número 1 – não se levante da cama para fazer xixi. De acordo com este médico, enquanto dormimos temos um batimento cardíaco baixo, de 60 batimentos ou menos por minuto. Quando nos levantamos e andamos pela casa o ritmo cardíaco acelera pelo que, quando voltamos para a cama, temos dois trabalhos pela frente: não só adormecer como – para conseguirmos fazer isso –, abrandar o ritmo cardíaco. Como é óbvio, se precisamos de ir à casa de banho, então, é isso que temos de fazer, sob pena de desenvolvermos uma infeção urinária. Mas, em princípio, toda a gente consegue distinguir a sensação de urgência de uma bexiga cheia, daquela ação motivada pelo piloto automático: acordar, levantar, xixi. Esta jornalista, que desenvolveu a tendência muito pouco agradável de acordar a meio da noite para ir à casa de banho, passou a fazer o seguinte: quando acorda e lhe ocorre a ideia de fazer xixi, diz para si própria: "Não, tu não precisas de ir à casa de banho. Vais à casa de banho de manhã. Agora não é hora de fazer xixi." Estranhamente, resulta em cerca de 80% das vezes. Os outros 20% são verdadeiros casos de urgência.
Sugestão número 2 – não olhe para o relógio. Já aconteceu a todos: um dia acorda às 4h03 e daí em diante, por algum motivo – que só pode estar relacionado com magia negra – durante as semanas seguintes, acorda, diariamente, às 4h03. Pim, olhos abertos, do nada, vai confirmar aquilo que já sabe: são 4h03. Esta jornalista padecia deste problema e, mesmo antes de ter lido os conselhos deste médico, começou a fazer a coisa óbvia: não olhar para as horas. O que, estranhamente, faz com que a situação não se arraste tanto no tempo. Sobre estes despertares noturnos, Michael Breus chama a atenção para outra questão: a matemática cerebral que começamos a fazer, contando pelos dedos das mãos as horas que faltam para nos levantarmos, pondo na balança o cansaço que ainda sentimos versus o tempo que nos sobra – o que é meio caminho andado para entrarmos em paranóia e demorarmos ainda mais tempo a adormecer. Com a dificuldade em adormecer vem a ansiedade e a irritação e... claro, aumenta o ritmo cardíaco. Ou seja, já ninguém dorme tão cedo.

Mito ou verdade. Quanto mais velhas ficamos, de menos sono precisamos?
Com a idade, algumas pessoas tendem a dormir menos horas do que as recomendadas. A verdade é que este não tem de ser o novo "normal". Ana Santa Clara, psiquiatra com competência em Medicina do Sono, desmistifica este pensamento.
Do estendal viral ao fechador de cortinas. Os gadgets de casa que não sabíamos que precisávamos
Seja para poupar tempo, aumentar o conforto ou cuidar da saúde, os aparelhos domésticos são cada vez mais inteligentes e indispensáveis. De robôs aspiradores a purificadores de ar, conheça as inovações que prometem revolucionar a nossa rotina e transformar a casa num verdadeiro lar do futuro.