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Dia do Beijo. O que acontece no cérebro (e na boca) quando beijamos alguém?

Uma boa higiene oral é essencial para que um simples beijinho não se torne numa experiência desagradável, principalmente entre namorados. Entrevista com Ricardo Maia, médico dentista da Clínica Santa Madalena, sobre mitos e outros factos curiosos neste Dia Internacional do Beijo, 13 de abril.

'As Cinquenta Sombras de Grey' (2014)
'As Cinquenta Sombras de Grey' (2014) Foto: IMDB
13 de abril de 2023 Ana Filipa Damião

Entre namorados, amigos ou família, o beijo é uma forma clara de expressar carinho por alguém de quem gostamos em muitos países e culturas, Portugal incluído, embora a demonstração de afeto não seja universalmente aceite do mesmo modo. Além disso, o ato está associado a inúmeros benefícios para a saúde mental. "O nível de cortisol, a hormona relacionada com o stress, diminui consideravelmente, enquanto aumenta a quantidade de endorfina e oxitocina, que estão relacionadas com o prazer e com o bem-estar, tornando-se um antidepressivo e relaxante", desmistifica Ricardo Maia, médico dentista da Clínica Santa Madalena, a propósito do Dia Internacional do Beijo.

Dito isto, o que pensávamos ser o "beijinho perfeito" pode revelar-se uma dor de cabeça, devido às doenças que lhe estão associadas. "São, na sua maioria, infeções por vírus, bactérias e fungos que podem ser transmitidos através da saliva ou gotículas de saliva, como gripe, mononucleose, herpes, varicela, papeira, candidíase ou sífilis", exemplifica o especialista. E apesar de serem, por norma, de curta duração, há quem possa sofrer de complicações, "como a propagação da infeção para outros locais do corpo."

Afinal, basta um beijo de dez segundos para haver a troca de 80 milhões de bactérias, sendo que a média por mililitro de saliva ronda os 100 milhões. "Existem até 600 espécies diferentes que variam de pessoa para pessoa, dependendo de muitos fatores ambientais. Os casais que se beijam, em média, nove vezes ao dia possuem uma composição bacteriana muito similar. Apesar disso, os cientistas afirmam que estes microrganismos ajudam a fortalecer o sistema imunológico", explica o médico dentista.

Com tantos "bichinhos", não admira que uma boa higiene oral seja o segredo para impedir que os mesmos se desenvolvam para algo menos bom. Além de manter os dentes bonitos e saudáveis, evita complicações na boca, nomeadamente doenças nas gengivas ou cáries, para não mencionar o mau hálito, que pode ainda estar ligado a ulcerações ou cancro oral. "A língua parece formar um ecossistema ideal [para os microorganismos] pela sua grande área de superfície e a sua estrutura papilar, e por essa razão é importante usarmos um raspador de língua todos os dias quando escovamos os dentes e bochechar com um elixir sempre após a escovagem, dado que tudo isto contribui para uma boa saúde oral e um hálito fresco", aconselha Ricardo Maia.

É importante ressalvar que as cáries não são transmitidas por meio da troca de saliva, mas sim devido a um desequilíbrio do processo de desmineralização e remineralizarão do esmalte dentário e por causa da placa bacteriana.

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