Excessos na festas? A alternativa às dietas detox que funciona

Será a desintoxicação o segredo para limpar o organismo depois de uma semana de celebrações e comida na mesa? Rita Ribeiro, nutricionista, explica o que fazer (e não fazer) para eliminar os excessos do organismo.

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02 de janeiro de 2023 às 16:53 Ana Filipa Damião

Chega a primeira semana de janeiro e com ela a conhecida reflexão: "talvez devesse fazer um detox para limpar o organismo". Afinal, este é um regime alimentar especialmente popular depois da quadra natalícia e do réveillon, dias em que há mais tendência a comer doces e fritos para além da ingestão de bebidas alcoólicas.

"As dietas/programas detox, por norma, envolvem abordagens nutricionais curtas que, alegadamente, auxiliam o nosso organismo na eliminação de potenciais compostos químicos, aos quais somos expostos pelo ambiente ou alimentação", explica à Máxima Rita Ribeiro, nutricionista na clínica Fisiogaspar, em Lisboa. Contudo, "regra geral, podem apresentar um risco para a saúde, na medida em que são muito restritivas e promovem a eliminação de vários grupos alimentares, sem qualquer tipo de necessidade ou fundamento científico". É certo que é do interesse do indivíduo aumentar o consumo de líquidos, hortícolas e fruta, mas esta é uma prática que deveria ser recorrente e não estar apenas inserida num contexto de desintoxicação.

É, no entanto, possível fazer outros ajustes na rotina diária se o objetivo é haver uma diminuição à exposição de potenciais compostos tóxicos, ou até mesmo auxiliar na sua eliminação - beber água regularmente, garantir as horas mínimas de descanso, minimizar o consumo de alimentos processados, evitar fumar e praticar exercício físico -, mas "associar o conceito e necessidade em desintoxicar e limpar o organismo decorrente de dias alimentares mais recheados pode promover uma má relação com a comida e potenciar uma constante necessidade de compensação", alerta Rita Ribeiro.

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A par da mudança de comportamentos, a nutricionista aconselha alguns alimentos com efeitos detox, tais como brócolos, alho e cebola, pela presença de fitoquímicos; curcumina, que reduz inflamação; e coentros, algas nori e chorella, pois parecem reduzir a acumulação de certos metais como cádmio, alumínio ou chumbo.

No entanto, grande parte dos ensaios referentes a estes produtos foram realizados em animais, pelo que "não podemos transpor a sua potencial eficácia para humanos", para não mencionar a diferença das doses dos compostos e dos fatores associados ao estilo de vida de cada pessoa. 

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