Afinal, devemos ou não usar soutien? E quais os riscos?
Embora o verão reforce o desejo de esquecer esta peça no fundo do guarda-roupa, será que essa é a melhor escolha a fazer?
O verão deve ser aproveitado da melhor forma, seja na praia, na piscina ou numa caminhada na natureza. No entanto, as altas temperaturas trazem também uma preocupação: a transpiração.
Quando o corpo começa a sobreaquecer, inicia-se quase de imediato um processo de evaporação, de forma a regular a temperatura corporal. No entanto, não temos poder sobre a quantidade de suor que o nosso corpo produz, dado que esta é determinada pela genética de cada indivíduo.
Inclusive, pode acontecer o que a comunidade médica denomina de hiperidrose, uma condição caracterizada por transpiração excessiva, que pode causar vergonha e incómodo. Na verdade, o suor "puro" é inodoro, e apenas se torna desagradável quando entra em contacto com bactérias que vivem na pele, explica Duarte Salema Garção, médico e diretor clínico da My Clinique, em conversa com a Máxima.
"O suor excessivo pode aparecer em qualquer zona do corpo, sendo mais comum nas axilas, mãos e pés, e por vezes pescoço e tronco. Deve-se à atividade excessiva das glândulas sudoríparas, desencadeadas por diversos fatores", como desporto, calor ou stress, esclarece o médico.
Ainda que um pouco dolorosa, uma solução para este problema é a aplicação de botox nas áreas mais afetadas, um procedimento que tem vindo a tornar-se cada vez mais popular e cujos efeitos são prolongados. "Os efeitos têm duração de 6 a 8 meses, porém estudos mostraram pacientes que apresentaram diminuição de suor durante 12 meses", afirma o médico. Mas como funciona na prática?
A toxina botulínica, mais conhecida como botox, consegue bloquear a produção de fibras colinérgicas simpáticas da região das glândulas sudoríparas, ou seja, a produção de suor é travada. De acordo com Salema Garção, este é um tratamento fiável, já que "vários estudos demonstraram a sua eficácia, segurança e boa tolerância como opção a outros procedimentos tópicos, sistémicos ou cirúrgicos".
Ademais, não é necessária a colocação de desodorizante depois da injeção, já que o "bloqueio provocado causa atrofia e involução das glândulas sudoríparas temporariamente, evitando assim a colonização de bactérias e do odor". Ainda assim, Duarte Salema Garção afirma que não há qualquer problema na utilização de produtos perfumados nas zonas que contêm a toxina, desde que não tenham álcool na sua composição.