"Nigella Lawson da Rússia", a mulher que pode vir a ser presa por Putin
Veronika Belotserkovskaya, o nome verdadeiro desta personalidade , corre o risco de ser condenada até 15 anos de prisão depois de criticar a guerra na Ucrânia e as ações do presidente russo no Instagram.
Foto: @belonika24 de março de 2022 Máxima
É conhecida como a Nigella Lawson da Rússia, mas o seu nome verdadeiro é Veronika Belotserkovskaya. Aos 51 anos, é influencer e autora de vários livros de culinária (daí a referência a Lawson, chef britânica) e está em risco de ser presa pelo Governo russo sob as novas leis de censura de Vladimir Putin. Segundo estas, é proibido qualquer crítica à guerra na Ucrânia, até porque esta continua a ser descrita como uma "operação militar especial".
De acordo com o Comité de Investigação Russo, Belotserkovskaya revelou ter um discurso de ódio político sob o pretexto de relatórios de informações falsas sobre as ações das Forças Armadas da Federação Russa e que, por isso, está a ser investigada. Além disso, é acusada de publicar "informações deliberadamente falsas sobre a utilização do exército para destruir cidades e civis na Ucrânia, incluindo crianças, no decurso da operação militar especial", citou o diário The Daily Mail.
Perante as acusações e possível pena de 15 anos, a influencer declarou no Instagram: "fui oficialmente declarada como uma pessoa decente." Noutro post, escreveu que não considera o povo ucraniano como seu inimigo, mas sim como irmãos e irmãs, visto ter nascido na Ucrânia, em Odessa. "Estou absolutamente horrorizada com o número de mães de ambos os lados que não vão esperar que os filhos voltem para casa", disse, referindo ainda a quantidade de rapazes de 18 a 20 anos que se tornaram "carne para canhão" para satisfazer as ambições imperais de Putin. Escreveu ainda: "Tenho medo pelos meus filhos. Quero que eles vivam num mundo sem este ódio monstruoso que, todos os dias, esta guerra de m**** continua a criar. Uma guerra que ninguém quer! Porque só as pessoas insanas podem querer isto. Não tenho vergonha de ser russa. Tenho vergonha agora, como uma cidadã do mundo que não pode mudar nem resolver nada disto. Vergonha da minha impotência."
Noutros posts, denuncia os "patriotas" e "propagandistas" que apoiam a guerra, e aqueles que gastaram dinheiro na militarização russa, em vez de melhorarem a vidas das pessoas. Confessa ainda que nem durante a sua infância, no auge da Guerra Fria, teve tanto medo. "Quero adormecer e acordar de novo e perceber que foi apenas um sonho monstruoso."Já à nação vizinha, deixou uma mensagem inspiradora: "Meus queridos irmãos e irmãs ucranianos, abraço-vos com todo o meu coração. Força e coragem."
Com o Instagram bloqueado e a vida incerta na Rússia, Belotserkovskaya permanece em segurança em França, onde tem uma villa e se prepara para abrir uma escola de culinária, segundo o mesmo artigo do The Daily Mail. "Muito provavelmente nunca poderei voltar para casa," disse.
Renega o epíteto de socialite, mas foi por causa da vida sumptuosa que teve ao lado do oligarca Sergei Pougatchev que se tornou conhecida do grande público. Alexandra Tolstoy, 48 anos, de nacionalidade britânica apesar do apelido, voltou a ser notícia após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
A mulher de Volodymyr Zelensky não deixa margem para dúvidas que não quer estar à margem do que se passa no país. "A nossa resistência tem um rosto particularmente feminino."
Perante a ameaça de uma invasão pela Rússia, homens e mulheres estão a alistar-se em unidades de reserva para “salvar o seu país” e “proteger os seus filhos”.
Liderado por Maria Zakharova, um grupo inflexível de porta-vozes bem-entendidas em media tornaram-se na arma de eleição do Presidente para a sua propaganda de guerra.
É claro que a mulher do Presidente, Olena Zelenska, está perto daqueles cujas vidas estão a ser devastadas pela guerra – e as suas contas nas redes sociais provaram ser fundamentais. Da história de amor com o Presidente Zelensky ao combate no terreno, até onde vai o seu poder?