Qual é o glamour de fumar?
A ciência diz que o tabaco mata, mas a moda insiste em manter o cigarro entre os dedos. Imagem e estética ou pura rebeldia? Fomos saber porque é que a indústria não consegue deixar de fumar.
Excêntrico e perfeccionista, obcecado pela cor, por padrões e pela forma, Dries van Noten é, muito provavelmente, um dos criadores mais discretamente geniais do nosso tempo. Em 2008 foi distinguido com o International Award of The Council of Fashion Designers of America e em março deste ano apresentou a sua centésima coleção, que serviu como pretexto para o lançamento de dois livros, numa retrospectiva inédita do seu trabalho.
As duas obras reúnem imagens exclusivas dos bastidores e dos desfiles de van Noten, além de esboços que nos deixam espreitar o universo criativo, as inspirações e influências daquele que é um dos "designers mais cerebrais da indústria e, ainda assim, capaz de criar objetos com uma essência emocional", como escreveu David Colman para o The New York Times.
Nos livros é analisada a estética de cada coleção e desconstruído o vocabulário do criador belga em mais de duas mil fotografias. Os textos, escritos pelos conhecidos jornalistas de moda Susannah Frankel e Tim Blanks, guiam-nos pelo contexto e moodboard de cada coleção, estabelecendo paralelismos com entre o trabalho de van Noten e as esferas que despertam a curiosidade e criatividade do criador, desde a pintura e fotografia às artes performativas e cinema.
"Gosto da ideia de comemorar o meu passado para me focar no futuro e crescer mais como designer. Publiquei um livro para assinalar o meu 50º desfile e, por isso, a ideia de voltar a publicar uma retrospectiva a propósito da 100ª coleção surgiu naturalmente. Entusiasma-me ter todos os desfiles reunidos, conseguir voltar a lembrar, a ler e a compreender o contexto e a inspiração de uma coleção através de textos e imagens – não só do desfile mas de tudo o que o envolve", explica Dries van Noten numa nota enviada à imprensa.
Editados pela Lanoo Publishers, os livros vão estar disponíveis na Bélgica e Holanda já em setembro e no mundo inteiro a partir do mês de outubro. A edição que junta as duas obras custa 140 euros e tem o nome de Dries van Noten, 1-100.