Reflexão

Sophie Turner, uma má mãe nunca vem só

A atriz britânica e Joe Jonas, casados há quatro anos, anunciaram o divórcio esta semana com o músico norte-americano a queixar-se – alegadamente, claro – que a futura ex-mulher estava pouco em casa.

Sophie Turner e Joe Jonas na festa da Vanity Fair em março deste ano
Sophie Turner e Joe Jonas na festa da Vanity Fair em março deste ano Foto: Getty Images
08 de setembro de 2023 Rosário Mello e Castro

A história repete-se para mostrar como é fácil varrer décadas de emancipação feminina para debaixo do tapete – e neste caso são muitos os homens que se voluntariam para a tarefa pouco doméstica. Joe Jonas, do coletivo musical Jonas Brothers, banda favorita de adolescentes e ex-adolescentes norte-americanas, pediu o divórcio a Sophie Turner, atriz de A Guerra dos Tronos e X-Men, por terem "estilos de vida muito diferentes", lê-se nas notícias publicadas em vários sites de celebridades e não só. Enquanto Jonas, de 34 anos, gosta de estar em casa com as filhas do casal, de 3 anos e 14 meses, respetivamente, Turner, de 27 anos, não se importa de ir a uma festa ou outra, comportamento pouco recomendável a uma mãe que se quer recatada, fada do lar e, de preferência, pouco dada a confusões. Dizem ainda as mesmas fontes que o cantor tentou "várias vezes salvar o casamento de quatro anos" e que "nunca quis separar a família", mas fê-lo por acreditar que seria "o melhor para as suas meninas."

Precisamente por não ter escolha, o músico contratou a equipa legal que tratou do divórcio de Tiger Woods e esperou que a narrativa da mãe ausente fizesse o restante trabalho. Afinal, dizem as mesmas fontes "muito próximas", Jonas tem passado os últimos três meses a tratar das filhas enquanto, pasme-se, Sophie Turner passou uma temporada a gravar uma série no Reino Unido, onde nasceu, aproveitando para sair à noite e divertir-se, o que, naturalmente, põe em risco as filhas que estavam nesse momento em casa, com o pai, a milhares de quilómetros de distância. A decisão de Sophie Turner é, no mínimo, estranha até porque, como também todos sabemos, o nascimento de um filho, o dia mais bonito da vida de qualquer elemento do sexo feminino, transforma as mulheres em senhoras de meia idade obviamente avessas a música muito alta, abstémias e com sérias dificuldades na pista de dança. Turner estava a pedi-las quando, depois de duas gravidezes antes dos 30 anos, decidiu restabelecer ambições, desejos e a sua própria identidade. E fê-lo deixando Jonas a fazer o trabalho (de qualquer pai?) sozinho. É difícil e questionável discutir a divisão de tarefas domésticas de vidas que não se conhece e de vidas que passam fases de mais e menos trabalho, maior ou menos disponibilidade, ou simplesmente paciência, para os filhos. No entanto, toda a gente sabe que as boas mães não conseguem estar longe das suas crianças, especialmente as mais pequenas, e preferem ser elas a pegar-lhes ao colo, dar-lhes de comer e trocar-lhes a roupa enquanto os pais, que passaram nove meses sem aborrecimentos como problemas de estômago ou órgãos comprimidos por um bebé de três quilos, estão à vontade para beber cervejas com os amigos. Não é assim que se celebra a chegada de um bebé?

O casal, que entretanto confirmou o divórcio nas redes sociais, já disse que tudo será amigável. Joe Jonas foi fotografado a comer gelados com as filhas numa esplanada, uma mera coincidência claro está, e Sophie Turner não se pronunciou mais sobre o tema. Há qualquer coisa de perigoso numa mãe que sabe quem é.

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