Como era a relação da princesa Ana com a sua mãe, a rainha Isabel II?
Segunda e única filha de Isabel II, a princesa real partilhava diversos interesses com a mãe, começando com a paixão de ambas por cavalos.
Mais do que uma monarca, a família real perdeu um pilar insubstituível. Os príncipes William e Harry perderam a avó, mas Carlos, Ana, André e Edward perderam a mãe. Nascida a 15 de agosto de 1950, em Londres, Ana Isabel Alice Luísa (Anne Elizabeth Alice Louise em inglês) é a única filha de Isabel II e do príncipe Filipe, a segunda mais velha de quatro irmãos.
Com apenas três anos, ganhou o título de princesa aquando da coroação da mãe, em 1953, e viria a tornar-se conhecida como princesa real três décadas mais tarde, em 1987, uma antiga distinção atribuída à filha mais velha da família real, original do século XVII. O que, neste caso, era uma "escolha" óbvia. Para lá de tradição, esta era vista como um símbolo de trabalho árduo, de como o esforço do indivíduo era valorizado dentro da Coroa, uma honra que se mantém até hoje.


Aos 18 anos, quando atingiu a maioridade, contava com uma agenda preenchida – o seu primeiro compromisso oficial foi a abertura de um centro educativo e de formação em 1969. Com 21 anos, era nomeada Personalidade Desportiva do Ano pela BBC, e aos 26 fazia parte da equipa equestre da Grã-Bretanha para os Jogos Olímpicos de Verão de 1976, que tiveram lugar em Montreal, tendo senso ainda presidente da Federação Equestre Internacional de 1986 a 94.


É, assim, possível que tenham sido as férias em família, longe de olhares curiosos, os diversos eventos reais e a mútua paixão pela equitação e pelo desporto os elementos que fortaleceram a sua relação com a mãe, entre protocolos rigorosos e regras que não deixavam espaço para demonstrações de afeto em público. Ou talvez, quem sabe, Isabel fosse uma fonte de conforto e sabedoria para Ana, dado que cresceu rodeada de rapazes. Como grande parte do mundo, via na mãe uma figura destemida, confiante e intrinsecamente envolvida nos deveres que tinha para com os seus cidadãos. Tal como os irmãos, admirava a falecida soberana. "Ela era o epítome do que o país representava", disse.

No entanto, a rainha também adorava as suas "escapadelas", em parte porque incluíam tudo o que ela gostava, recordou a princesa no programa A Tribute To Her Majesty The Queen, da BBC. "O campo, os cães – alegadamente dois Corgis, um Dorgi e um Cocker Spaniel – os cavalos e o facto de estar fora e de estar apenas a passear e de poder afastar-se um pouco do olhar público".


Enquanto crianças, "podemos não ter sido muito exigentes no sentido de compreendermos quais foram as limitações no tempo e as responsabilidades que lhe foram dadas como monarca nas coisas e viagens que teve de fazer", afirmou em 2002, à BBC. "Mas não acredito nem por um segundo que ela não se preocupasse connosco exatamente da mesma forma que qualquer outra mãe".


Mantendo a sua promessa, Ana permaneceu ao lado da mãe desde a sua morte, que aconteceu na passada quinta-feira, 8 de setembro, em Balmoral, Escócia, acompanhando inclusive o caixão de Isabel II até Londres. Na segunda-feira, 12, fez história ao ser o primeiro membro real feminino a participar na cerimónia Vigília dos Príncipes, ao lado dos irmãos, na Catedral de Santo Giles, em Edimburgo.


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