Afinal, quanto tempo tenho de estar ao sol para apanhar vitamina D suficiente?
Da forma correta de exposição solar aos problemas de saúde associados à deficiência de vitamina D no sangue, eis como tirar sempre o melhor partido dos raios solares, segundo um médico.

Em pleno verão, e com as temperaturas a atingir números elevados nas últimas semanas, o protetor solar torna-se ainda mais o nosso melhor amigo, principalmente se estivermos de férias. Isto porque, e embora o sol seja a principal fonte de vitamina D a existir, os seus raios UVA e UVB podem-se revelar perigososo para a saúde, sendo essencial a forma como se "apanha sol".
"A vitamina D é produzida no organismo na forma de vitamina D3 (colecalciferol), através da exposição à luz solar, dado que os raios ultravioleta B (UVB) estimulam a síntese de vitamina D quando em contacto com a pele", começa por explicar Paulo Jorge Maia, especialista em medicina geral e familiar da Clínica Espregueira no Porto, à Máxima. É um nutriente essencial para o corpo humano, uma vez que desempenha um papel decisivo na absorção do cálcio e do fósforo, minerais que são fundamentais para a saúde dos ossos e dos dentes, e contribui para um bom sistema imunológico, regulação hormonal e saúde cardiovascular. Também tem efeitos positivos na saúde mental, "existe evidência científica da associação de níveis baixos de vitamina D com perturbações como depressão, ansiedade e alterações do humor", diz.


Uma pergunta à partida simples, cuja resposta é um pouco mais complexa. "A produção de vitamina D ocorre principalmente quando a pele é exposta à luz solar direta", explica o médico, cuja quantidade varia ao longo do dia, sendo mais intensa durante o meio-dia solar. "Geralmente, a exposição ao sol entre as 10 horas e as 16 horas é considerada mais eficaz para o efeito, pois é quando a intensidade dos raios UVB é maior. No entanto, é importante lembrar que fazê-lo nesses horários também pode aumentar o risco de queimaduras solares e não só - também cancro da pele e envelhecimento precoce. Portanto, é necessário encontrar um equilíbrio entre a exposição suficiente para a produção de vitamina D e a proteção adequada da pele", frisa o médico, protegendo o corpo e o rosto após o período referido acima, para evitar danos solares.
Alternativas ao sol

Nos meses mais frios, "a produção de vitamina D através do sol pode ser reduzida em regiões com menor incidência de luz solar direta, especialmente em latitudes mais altas e áreas urbanas". Nesta altura, a posição do sol no céu é mais baixa, o que resulta numa menor quantidade de raios UVB a atingir a superfície terrestre.
A vitamina D3 também pode ser encontrada em certos alimentos, como peixes gordos (salmão e sardinha), laticíneos, gema de ovo ou fígado. Já na forma da vitamina D2 (ergocalciferol), está presente em alguns vegetais e fungos, afirma Paulo Jorge Maia. Além disso, "ajuda na absorção de cálcio e fósforo, então é importante consumir alimentos ricos nesses nutrientes", como leite, queijo, iogurte, vegetais de folhas verdes escuras e amêndoas. Em casos de deficiência, a suplementação pode ser uma opção, principalmente para idosos, indivíduos com tons de pele mais escuros ou para quem vive em regiões com menor incidência solar.
A falta de vitamina D é perigosa?
Grande parte da população mundial tem níveis pouco satisfatórios desta vitamina no organismo. Pesquisas recentes referem mesmo que, de uma mostra com mais de 55 mil participantes, 40% apresentava deficiência deste nutriente no sangue, uma forma confiável de determinar os níveis de cada pessoa. Contudo, os resultados podem variar dependendo de diversos fatores, como a época do ano, a exposição solar ou a ingestão de suplementos, entre outros. "Por isso, é sempre recomendado consultar um profissional de saúde para interpretar corretamente os resultados desses exames."

Saúde, Educação, Vitamina D, Exposição Solar, Sol, Protetor Solar, Férias, Doenças, Alimentação
Enxaquecas. O que comemos pode desencadeá-las?
Que alimentos podem potenciar a dor de cabeça ao nível de enxaqueca? E quais os que podem ajudar na prevenção? A desidratação é um gatilho? Este e outros mitos explicados pela nutricionista Isabel Pedroso Silva.
Como preservar a pele durante e após o tratamento de cancro
Segundo a Liga Portuguesa Contra o Cancro, no mundo inteiro, milhões de pessoas vivem com o diagnóstico de cancro. É importante saber como lidar com a sua pele após os vários tratamento que realiza. Falámos com uma farmacêutica para esclarecer as questões primárias.
O sol danifica mesmo os fios de cabelo? Um tricologista responde
Estaremos a fazer tudo o que podemos para proteger os cabelos, dos fios ao couro cabeludo, nos meses mais quentes do ano? Carlos Portinha, médico especialista em tricologia e diretor clínico do Grupo Insparya, esclarece as nossas dúvidas.
A chave para uma vida mais longa e saudável é combater a inflamação. Eis aqui como fazê-lo
É um processo oculto e perpétuo que está relacionado com o cancro, a doença cardíaca e a demência, mas há muita coisa que se pode fazer para reparar os danos.