A Fundação Círculo de Leitores anunciou esta quarta-feira o vencedor do Prémio Literário José Saramago. Julián Fuks, escritor brasileiro de origem argentina, é o vencedor da edição deste ano, com o romance A Resistência. A Fundação Círculo de Leitores instituiu o prémio em 1999 para celebrar a atribuição, no ano anterior, do Nobel da Literatura a José Saramago.
A Resistência, editado em 2015 pela Companhia das Letras, é o quarto livro do escritor brasileiro Julián Fuks, nascido em São Paulo em 1981, e o primeiro a ser publicado em Portugal. O romance é uma narrativa ficcionada cuja história gira à volta da figura do irmão adotivo de Fuks, Emi. A Resistência já havia vencido em 2016 o Prémio Jabuti, no Brasil, ficando em 2.º lugar no Prémio Oceanos de Literatura em Língua Portuguesa. "Estamos perante um excelente romance. Colocando-se no registo de atestação de uma experiência pessoal intensa, Julián Fuks conseguiu alcançar em A Resistência o difícil patamar da contenção discursiva no interior daquele arco simultaneamente emocional e intelectual que define as construções literárias mais cativantes", afirmou o crítico literário Manuel Frias Martins, um dos membros do júri, na declaração que anunciou o prémio.
Além de Manuel Frias Martins, fizeram parte do júri a poetisa angolana Ana Paula Tavares, a professora de Estudos Portugueses da Universidade Nova de Lisboa Paula Cristina Costa, o escritor português António Mega Ferreira, a escritora brasileira Nelida Piñon, a investigadora Nazaré Gomes dos Santos, da Universidade Autónoma de Lisboa, bem como Pilar del Rio, presidente da Fundação José Saramago.
Em 2003, a brasileira Adriana Lisboa venceu o prémio com Sinfonia em Branco e, em 2011, Andréa del Fuego, também brasileira, venceu com Os Malaquias.