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Atual

Parlamento Europeu aprova resolução contra o assédio sexual

Vítimas garantem que existe uma “cultura de silêncio” que as desencoraja de ir à polícia.

27 de outubro de 2017 às 16:11 Marta Carvalho

A violência e o assédio sexuais continuam presentes nos locais de trabalho e os corredores do Parlamento Europeu não são exceção: só durante esta semana, o presidente do PE recebeu 30 testemunhos de assédio sexual, alguns de violações, escritos por homens e mulheres que ali trabalham. Muitas pessoas que se identificaram como vítimas de assédio e violência sexual garantem que "há uma cultura de silêncio" no PE e que, mesmo tendo recebido ajuda em certos casos, são desencorajadas de ir à polícia.

A comissária europeia para a Igualdade de Género, Vera Jourova, surpreendeu a assistência de um colóquio em Bruxelas quando confessou que ela própria tinha sido vítima de violência sexual e incentivou outras mulheres a juntarem-se ao movimento #MeToo que a atriz Alyssa Milano começou no Twitter depois do escândalo sobre os abusos de Harvey Weinstein. Outras eurodeputadas acabaram por aderir ao movimento também, incluindo a alemã Terry Reintke e a sueca Linnéa Linnéa Engström.

Entretanto, os eurodeputados aprovaram ontem uma resolução sobre a luta contra abusos sexuais na UE, que começará por reiterar um apelo à Comissão Europeia para que "apresente uma estratégia global contra todas as formas de violência baseada no género". A resolução foi aprovada por 580 votos a favor, 10 contra e 27 abstenções.

Um inquérito feito em 2014 pela Agência dos Direitos Fundamentais da UE concluía que uma em cada três mulheres é vítima de violência física ou sexual na sua vida adulta e que cerca de 55% das mulheres na UE foram vítimas de assédio sexual. Mais de 75% das mulheres com profissões qualificadas ou em cargos de direção dizem ter sido sujeitas a assédio sexual e em 32% dos casos o agressor foi um superior hierárquico, um colega ou um cliente. 20% das jovens com idades entre os 18 e 29 anos na União Europeia foram vítimas de assédio e uma em cada dez mulheres já foi vítima de perseguição ou de assédio sexual através das novas tecnologias.

 

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