Vanessa Barragão e Galeria Analora unem-se para celebrar a arte
A Máxima conversou com a artista portuguesa para saber mais sobre o processo de criação das suas obras mais recentes, apresentadas no Lisbon by Design 2023 e atualmente expostas na galeria de Anne-Laure.

Foi no decorrer do mês de maio que aconteceu a terceira edição do Lisbon by Design, uma feira de arte onde cerca de 50 artistas apresentaram as suas criações. Vanessa Barragão foi uma das criadoras convidadas por Anne-Laure, fundadora da galeria Analora, a fazer parte deste evento: "Ela [Anne-Laure] mostrou interesse no meu trabalho, simpatizámos mutuamente e ela propôs-me, no ano passado, colaborar no Lisbon by Design 2022 com a apresentação de uma peça. Desde então, é neste contexto que trabalhamos juntas. Este ano voltamos a fazer o mesmo", revelou em entrevista à Máxima.

A artista portuguesa apresentou uma obra composta por três peças de grandes dimensões apoiadas numa estrutura metálica. Quando a questionámos sobre a forma como encarou o desafio de criar mais uma obra para a galeria, Vanessa Barragão revelou que houve coisas a serem melhoradas de uma edição para a outra. "No ano passado tinha criado duas peças para a Analora com muito mais cor, e que deram para perceber que era preciso algo mais fresh, mais com estes tons [de branco e pastel]", disse, explicando que tonalidades mais claras poderiam ser encaradas com mais leveza por parte das pessoas, e que isso poderia potenciar a procura. Sobre o processo de criação da obra, refere que "a base tridimensional é feita a partir de uma estrutura de metal soldado", que depois é revestida por uma tela própria com espaços entre si - denominada talagarça - na qual se interlaça a lã através da técnica de Esmirna. "Depois há outras manipulações têxteis que uso que não têm nome", afirma, confessando ainda que esta foi a primeira vez que usou a técnica antiga.


Cada vez mais sensibilizada com o meio ambiente e respetiva perservação, Vanessa prima pela utilização de materiais green suas criações, como resíduos e restos de stock que algumas fábricas portuguesas já não precisam. "A sustentabilidade é [um aspeto] muito importante e o trabalho também se desenvolve todo muito nesse sentido. Essa é a base para tudo, mas não conseguimos nunca ser cem por cento sustentáveis, por mais que tente tenho de fazer os envios para fora e as peças vão de avião."



Vanessa Barragão licenciou-se em design de moda e foi durante o curso que percebeu que queria seguir design têxtil. Atualmente tem um atelier em Albufeira, no Algarve, perto do mar, o que lhe permite ter uma maior inspiração para os projetos que realiza. "A Natureza não é estática, tem movimento e dentro da água as coisas mexem... esse movimento do mar é uma inspiração e tornam o meu trabalho mais orgânico", afirmou a artista.
Das três peças de maiores dimensões resultaram cinco numa escala mais pequena, com a assinatura Studio Vanessa Barragão x Analora, que estão expostas na galeria lisboeta, na rua de São Bento.

Cultura, Inspiração, Arte, Artesanato, Analora, Vanessa Barragão
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