Jacquemus inspira-se em elementos tradicionais de vilas francesas
A abrir a semana da moda de Paris, Simon Jacquemus apresentou uma coleção intensa com um equilíbrio entre o moderno e o tradicional.
"Ultimamente tenho visto imensos filmes e o que mais gostei foi o Indochine com a Catherine Deneuve", começou a explicar Diogo Miranda e, depois de encontrar esta inspiração como ponto de partida da sua coleção pensou que poderia ver as suas criações quase como um guarda-roupa retro para a atriz francesa usar naquele filme. Indochine é um filme francês de 1992 e levou o criador português para um universo clássico, elegante e sofisticado. "Antes fazia muito mais casacos com formas oversized e desta vez optei por explorar a forma feminina e sofisticada", como por exemplo os vestidos de cocktail, assim como o jogo de masculino/feminino em que juntou os trajes militares do filme com a silhueta feminina.
O tema náutico também está muito presente, mas reinterpretado. Ou seja, as típicas riscas horizontais passam a verticais e o elemento surpresa desta coleção são as correntes em tamanho gigante. O tafetá é o material usado para criar formas exageradas, em contraste com saias plissadas e fluidas, que, como as camisas de laçada, são fortes referências à década de 1940. Dentro deste puzzle de formas e textura também a paleta cromática tem um papel fundamental e o criador explica que "quis trabalhar uma cores muito neutras. Até hoje nunca escolhi uma paleta tão fechada, tem marfim, cinza, bege, preto, azul marinho."
Diogo Miranda já está familiarizado com a semana de moda de Paris, que considera ser a semana de moda mais importante e confessa que por apresentar a coleção na capital francesa "ganha-se um acesso mais fácil a coisas que em Portugal não há acesso". Esta estação regressa com o Portugal Fashion para apresentar a coleção outono/inverno 2019/20. O desfile teve como cenário a Igreja Protestante L’Oratoire du Louvre, muito perto do museu, e com morada na famosa Rue Saint-Honoré, no centro da cidade.
Paulo Almeida, make up artist da M.A.C., considerou a beleza do desfile uma ode à feminilidade e explica que há duas versões de maquilhagem: uma de dia e uma de noite, esta com uma ligeira sombra nos olhos e batom para dar definição aos lábios. Em ambos os casos, a pele luminosa é perfeita, sem ser necessária muita maquilhagem, e as sobrancelhas são muito importantes. Como explica o make up artist, aqui a maquilhagem e a pele são "como uma jóia que não deve ser o centro das atenções, mas deve fazer a mulher sentir-se bonita."