Dia da Criança: roupa, sapatos e acessórios
O primeiro de junho está a chegar e este é o dia de todas as crianças! Juntamos os presentes de Moda mais divertidos.
Quando se sentam connosco via Zoom, Isabel Silva e José Reffoios encontram-se distantes. Ele em afazeres fala-nos a partir do carro. Ela conversa connosco a partir da fábrica onde se produzem os ténis da JAK Shoes. A azáfama está explicada: é que a marca portuguesa prepara-se para abrir mais uma loja, desta vez no Chiado, em Lisboa.
Antes de lançar a JAK, Isabel e José, ambos lisboetas, já partilhavam histórico no calçado. Trabalhavam juntos numa outra marca, a Officina Lisboa, quando decidiram fazer um primeiro teste no universo dos ténis. Fizeram um modelo e colocaram-no na montra da loja que tinham no Príncipe Real. "Começou logo a correr muito bem! As pessoas começaram a comprar, a comprar uma segunda vez, a fazer perguntas e a dizer que eram muito confortáveis", recorda José. A satisfação de quem comprava, aliada à visão de futuro, fê-los pensar. "Começámos a perceber que no mercado não havia muitas marcas de ténis [com vendas] diretas ao consumidor final de ténis, dentro do target que nós queríamos, feitas em Portugal, com um design minimalista", diz. Em 2014 lançaram a JAK, e as suas suspeitas confirmaram-se. "[A Officina Lisboa] vai acabar. Mantivemos as duas marcas até ao ano passado, mas à medida que os JAK foram ganhando preponderância, a Officina deixou de fazer sentido", explica o fundador.
Neste percurso entre etiquetas aprenderam bastante, admitem, tendo alterado o próprio modelo de negócio. Nesta nova marca não há grandes coleções, nem saldos. "Este ciclo está muito associado à venda em loja, e nós queríamos precisamente o oposto", diz José. A JAK é o resultado dessa aprendizagem. A produção tem por base o conceito de slow fashion. A marca não lança coleções, mas antes modelos individuais, unissexo, intemporais, com linhas simples e feitos para durar. "Queríamos combater desde o início aquela filosofia que havia quando eramos miúdos de que quando os ténis estavam sujos iam para a máquina de lavar, andavam ali aos trambolhões, ficavam feitos num oito e passado uns tempos tinham de ir para o lixo", diz Isabel, que desenha todos os modelos da JAK. "Nós queremos combater isso. Os ténis não são para ir para a máquina de lavar, se as pessoas tratarem deles eles vão durar", alerta. Por isso, a marca vende também kits de tratamento para manter o aspeto dos sapatos e ajudar na sua longevidade.
Os ténis da JAK são feitos, na sua maioria, em couro, e custam entre 150 e 170 euros. A produção é 100% nacional, em fábricas no norte do país, com destaque para Santa Maria da Feira. A venda é direta aos consumidores, através do site, e das lojas físicas, uma no Porto, outra em Lisboa.