Princesa Mako do Japão diz sim ao amor e perde 12 milhões de euros
O casamento uniu a sobrinha do imperador Naruhito ao plebeu Kei Komuro, depois de um longo e tumultuoso noivado marcado pelo escândalo financeiro, stress-pós-traumático e uma opinião pública dividida.

Quer se goste ou não, a monarquia ainda ocupa um lugar de destaque em muitas nações. É um facto: a realeza faz as delícias do público. E histórias de príncipes e princesas que decidem passar o resto das suas vidas ao lado de plebeus são a cereja no topo do bolo.
Na nobreza ocidental em especial nas casas reais europeias, há bons exemplos disso mesmo. Não nos esqueçamos que Meghan Markle veio de Hollywood para casar com o príncipe Harry enquanto Letizia trabalhava como jornalista e estava divorciada antes de se tornar princesa das Astúrias e, mais tarde, rainha de Espanha. Por sua vez, Sofia Helqvist havia participado num reality show sueco antes de conhecer o príncipe Carl Philip e Mette-Marit era mãe solteira até à união com o herdeiro ao trono norueguês. Rania da Jordânia trabalhava na Apple e Charlene do Mónaco era nadadora olímpica, tudo prépertença ao universo real.

Agora, foi a vez da princesa Mako do Japão, 30, escolher alguém sem sangue azul para partilhar o resto da sua vida. Um pormenor importante, a lei japonesa contempla que as mulheres – e somente as mulheres – da família imperial que decidam casar com um plebeu sejam obrigadas a renunciar à realeza.
Assim, quando esta manhã, a sobrinha do imperador e filha do príncipe herdeiro casou com o namorado de faculdade, Kei Komuro, 30, perdeu imediatamente o título imperial. Uma cerimónia discreta, realizada num modesto cartório de Tóquio, longe do aparato habitual para um evento deste calibre. O casal deu, no entanto, uma conferência de imprensa num hotel na mesma cidade, onde manifestou o seu amor mútuo. "Para mim o Kei é insubstituível", declarou a princesa Mako, acrescentando "o nosso casamento é um passo necessário para que possamos proteger os nossos corações de forma carinhosa". Já Kei, depois de afirmar amar a princesa, acrescentou: "Só temos uma vida e queremos vivê-la com quem amamos".
O casal vai mudar-se para os Estados Unidos, possivelmente para Nova Iorque, onde Kei trabalha como advogado. A princesa Mako, agora Mako Komuro, passa a ser uma cidadã comum e já afirmou querer viver uma vida tranquila ao lado do marido.

Paz de espírito essa, que poderá estar na base da recusa ao dote de cerca de 12 milhões de euros, que normalmente é oferecido aos membros do sexo feminino que deixam a casa real nipónica nas mesmas circunstâncias.
A fé neste amor, parece, pois, ser a maior força da princesa. Recorde-se que o casal anunciou o noivado em setembro de 2017, já lá vão quatro anos. A cerimónia ainda esteve marcada para 2018, mas constrangimentos vários levaram ao seu adiamento.
A polémica foi uma constante na relação. A família de Kei Komuro viu-se envolvida num escândalo financeiro, quando a mãe deste foi acusada pelo ex-noivo de lhe dever dinheiro. Kei afirmou que a divida em questão, foi, na verdade um presente e apesar de se ter prontificado a devolver o dinheiro através de um documento justificativo de 28 páginas, o caso caiu muito mal junto do público. Os média não o pouparam e até o seu corte de cabelo, aparentemente demasiado longo, foi alvo de escrutínio. Kei viria a sair do país, procurando refúgio em Nova Iorque onde prosseguiu com os seus estudos e trabalho. Nisto, a princesa Mako, com toda a atenção da imprensa, viria a ser diagnosticada com stress pós- traumático, como afirmou a agência imperial. A relação dividiu profundamente a opinião publica daquela nação e mesmo, hoje, no dia do casamento, houve protestos de rua contra a celebração matrimonial.

A princesa nascida em Tóquio, a 23 de outubro de 1991, é filha do príncipe herdeiro Fumihito e da princesa Kiko, sendo a mais velha de três irmãos. Teve uma infância e adolescência resguardada, muito longe dos holofotes. Conheceu Kei em 2012 na Internacional Christian University.
O casamento de ambos trouxe de novo à tona a questão de sucessão no Japão, onde as mulheres não são elegíveis para o trono – apesar de terem existido imperatrizes japonesas, uma lei em 1889 proibiu-as de governar - e a sucessão deverá ser patrilinear, o que, invariavelmente limita muito o número de possíveis monarcas. Mais uma vez, a perceção do público divide-se, sendo que uma ala mais conservadora do governo continua a rejeitar uma alteração na legislação.
No entretanto, fazem-se manchetes pelo mundo e o casal é mesmo comparado a Meghan e Harry e o polémico megxit, aquando da sua mudança para os Estados Unidos e afastamento da família real britânica. Será este o fim da controvérsia na relação de Mako e Kei? Aguardemos.

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