O guarda roupa polémico e milionário de Melania Trump
Envolvida em várias controvérsias devido aos looks que usa em ocasiões pouco apropriadas, a primeira-dama dos Estados Unidos continua a escolher roupas escandalosamente caras para as suas aparições públicas, desta vez para discursar na Convenção Nacional Republicana.
Desde que Donald Trump chegou à presidência dos Estados Unidos da América que a primeira-dama tem ofendido boa parte dos norte-americanos (e do mundo). Dos saltos altos que escolheu para percorrer as zonas do Texas afetadas pelo furacão Harvey, em agosto de 2017, à parka estampada com a frase "I really don't care, do u?", em junho de 2018, que vestiu para visitar os centros de detenção de imigrantes da fronteira dos Estados Unidos com o México, onde várias crianças estavam retidas.
Para além disso, o guarda-roupa da primeira-dama é habitualmente aparatoso e caro. Basta lembrar o bomber em seda da Amiri (€1600), que usou para assistir à final da Super Bowl, o vestido de Ano Novo em seda cor-de-rosa bordada da Erdem, que custou €4395, ou o vestido vermelho Dior usado em Hamburgo por ocasião do G20, em 2017.


Agora, acaba de surgir mais uma polémica em torno da escolha de indumentária da primeira-dama americana. Na segunda noite da Convenção Nacional Republicana, usou um conjunto de Alexander McQueen, que é um casaco de corte militar com uma saia combinada. Trata-se de um uniforme verde, de corte direito, que faz lembrar as fardas de um ditador e, talvez por ser em tom verde seco, precisamente a de um ditador nazi. Melania completou o conjunto com uns sapatos de Christian Louboutin. O Twitter foi rápido a reagir, com um utilizador a dizer: "Melania a aparecer com uma roupa de estilo militar não é um acidente. Os Trumps estão a confirmar-nos que são autoritários."
Esta está longe de ser a primeira vez que Melania escolhe mal o guarda-roupa.Em outubro de 2018, a primeira-dama dos Estados Unidos visitou o Parque Nacional de Nairóbi, no Quénia, onde foi criticada pela escolha infeliz do chapéu. O acessório redondo (um pith helmet, em inglês) foi usado pela primeira vez pelos exploradores europeus para se protegerem do sol. Logo, tornou-se o reconhecido uniforme dos soldados britânicos que colonizaram a África e a Índia no século XIX e depois espalhou-se entre os civis, solidificando-se como um símbolo de opressão e domínio colonial. Melania pronunciou-se sobre o ocorrido ao jornal Washington Post: "É muito importante o que eu faço, o que estamos a fazer com a ajuda dos Estados Unidos e o que eu faço com as minhas iniciativas, e gostaria que as pessoas se concentrassem no que eu faço e não no que eu uso". Talvez a tarefa fosse mais fácil se a primeira-dama desse a mesma atenção às suas causas que dedica ao seu guarda-roupa.

No que toca aos casacos, por exemplo, a primeira-dama já conta com uma coleção que ronda uns escandalosos 15 mil euros (a contar...), com destaque a um modelo rosa-choque da Fendi (€4433), tornando-se assim a estrela da visita oficial do presidente colombiano Iván Duque Márquez à Casa Branca, em fevereiro de 2019.
Em junho do mesmo ano, durante uma visita oficial a Londres, por causa da comemoração ao 75º aniversário do ‘Dia D’, Melania voltou a dar que falar pelas razões erradas, começando pelo facto das suas escolhas de guarda-roupa não incluirem nenhum designer britânico, mas sim marcas francesas e italianas. A primeira-dama escolheu, por exemplo, um vestido da Dolce & Gabbana, uma possível homenagem à princesa Diana. Contudo, nem mesmo o chapéu era inglês, e sim um desenho sob medida do francês Hervé Pierre. Para a gala oferecida pela rainha Isabel II no Palácio de Buckingham, Melania vestiu um longo vestido branco da Dior. No segundo dia da visita, num encontro com a então primeira-minista do Reino Unido, Theresa May, Melania usou um modelo da icónica carteira da Hermès, a Birkin, que chega a custar cerca de 50 mil euros. A carteira simboliza poder e autoridade, uma vez que é usada há décadas pelas mulheres mais influentes da política inglesa, da rainha Isabel II a Margaret Thatcher. Uma homenagem ou uma provocação, numa atmosfera de incertezas económicas devido a crise do Brexit, fica a dúvida.
Durante as comemorações do 4 de julho de 2019. A primeira-dama escolheu um vestido branco da designer Carolina Herrera (à venda por €4834 na Farfetch) para a celebração do Dia da Independência dos Estados Unidos da América em Washington D.C.. O que Melania não contava era que a chuva torrencial revelasse que não estava a usar soutien – o que não é obrigação para ninguém, bom seria se a primeira-dama apoiasse o movimento Free the Nipple, campanha de igualdade de género que visa eliminar a censura online de imagens em que aparecem mamilos femininos. Três dias depois, Melania voltou a usar um vestido claro deixando os mamilos visíveis, dessa vez em Ralph Lauren, no regresso à Casa Branca, dando continuidade a polémica.

Para o Halloween na Casa Branca de 2019, a primeira-dama usou um trench coat da Michael Kors, que custará cerca de €5500, combinado uns clássicos saltos BB da Manolo Blahnik, no valor de €560.
Em fevereiro de 2020, ao acompanhar o marido numa visita à Índia, Melania apareceu mais uma vez com alguns combinados valiosos. Logo enquanto estava a embarcar, escolheu uma malha preta de gola alta e um par de calças brancas com riscas pretas da designer indiana-americana Rachel Roy. No entanto, antes de desembarcar na Índia, a primeira-dama dos EUA trocou o look por um macacão branco do Atelier Caito for Hervé Pierre, ao qual deu um toque final com um lenço de seda verde com padrão indiano à cintura. No segundo dia da visita, Melania usou dois vestidos Carolina Herrera: de manhã, um branco de algodão com flores bordadas (€2871 na Farfetch), e para o jantar no palácio presidencial um rosa (US$2,990, cerca de €2750) com brincos do joalharia de Jaipur Amrapali Jewels.

