Daniela Melchior: "Só os meus amigos mais chegados é que sabem o quão eu sou insegura, às vezes"
Em menos de uma década, a jovem atriz alcançou a fama a nível internacional ao integrar o elenco de algumas das sagas mais icónicas de sempre, como "Velocidade Furiosa", "O Esquadrão Suicida" ou "Guardiões da Galáxia". Em entrevista à Máxima, revelou como foi trabalhar ao lado de Vin Diesel e como está a lidar com a internacionalização da sua carreira.
Com apenas 26 anos, Daniela Melchior tem tudo para ser um dos rostos mais promissores do futuro na representação, mas não só, a nível nacional e internacional. Apaixonada pelo que faz, segura das suas capacidades e com os pés bem assentes na terra, a jovem atriz sentou-se à conversa com a Máxima a propósito do seu papel em Velocidade Furiosa X (de Louis Leterrier e com estreia marcada para 18 de maio), o décimo filme da saga, no qual interpreta Isabel, uma piloto brasileira que enfrenta Dante (Jason Momoa) e Dom Toretto (Vin Diesel) nas ruas de Rio de Janeiro, ao volante de um Datsun amarelo.
Daniela teve a sua estreia na telenovela Mulheres, em 2014, e desde aí que nunca mais parou. O seu nome e talento ultrapassaram as fronteiras de Portugal ao participar no elenco de Esquadrão Suicida 2 (2021), de James Gunn, - valendo-lhe fama a nível internacional - e mais recentemente em Guardiões da Galáxia Vol. 3 (2023), do mesmo realizador.

Como se sente com a internacionalização da sua carreira?
Ainda não sei, sinceramente, que sentimentos em concreto tenho em relação a isso. Tenho vivido sempre com os pés muito bem assentes na terra e a tentar viver cada momento. Porque lá está, a vida é feita de experiências e de memórias e não quero, daqui a uns anos, ter a sensação de que vivi as coisas sempre com o olho no futuro e no que é que vem a seguir e no que é que posso ambicionar a seguir.

Como foi trabalhar com alguns dos nomes mais conhecidos de Hollywood? No último filme da saga Velocidade Furiosa contracenou com Vin Diesel.
É sempre muito especial, mas já começa a ser cada vez mais normalizado. No meu primeiro projeto lá fora tinha a sensação de surpresa, mas sempre com aquele pensamento de "ok, agora tenho que fazer de tudo para que este não seja o [meu] primeiro e último projeto lá fora, tenho de continuar". Agora, esse sentimento já não existe, começa a ser mais normalizado trabalhar com estes nomes enormes, e tem sido muito positivo, mas também não é nada de sobrenatural.

Sente aquele frio na barriga quando sabe que vai gravar e trabalhar com estas pessoas que são tão conhecidas?

Por acaso não! Não, porque o clima é tão profissional que não me passa pela cabeça [esse pensamento]. Acho que sinto mais isso, por exemplo, quando depois acabo por estar em casa a ver séries ou filmes com os mesmos atores e vem esse friozinho na barriga porque penso "ah, eu já estive a trabalhar com ele", mas no momento não me passa pela cabeça sequer.
Qual é o aspeto que gosta mais sobre estar em Hollywood?
Se eu for muito prática e pensar na parte profissional da pergunta, eu diria que é a facilidade que tenho em poder fazer o meu trabalho, porque de facto não há obstáculos, não há limites, porque não há problemas de tempo, ou financeiros, não há isso, não é? Portanto, tenho essa liberdade e essa possibilidade, essa sorte de poder focar-me só no meu trabalho. Depois, o resto, diria que são as experiências e as memórias que coleciono.


Com uma vida profissional tão agitada, o que é que não pode faltar no seu dia a dia?
Música. Eu diria que onde quer que esteja no mundo ou a fazer o que quer que seja, de férias ou a trabalhar, de facto é a única coisa que não me pode faltar todos os dias.
É uma das coisas que a mantém com os pés bem assentes na terra?
Sim. Isso e meditação, também.

Como é um dia de folga perfeito para si?
Hum. Essa pergunta é interessante. Talvez seja acordar e meditar, fazer as minhas coisas do dia a dia, estar com a minha cadela, incluí-la nesse dia perfeito de folga e estar com os meus amigos.

Conte-nos algo que poucas pessoas saibam sobre si.
Essa é difícil… Posso dizer que poucas pessoas sabem, ou só os meus amigos mais chegados é que sabem, o quão insegura sou às vezes. Acho que todos temos as nossas inseguranças.
O que é que gosta mais de gravar? Telenovelas ou filmes?
Filmes. Apesar das telenovelas ficarem para sempre, até comparando séries a filmes eu prefiro sempre filmes. Eu vejo isso como um legado que deixo cá, quer como atriz, quer como produtora, se vier a produzir ou a realizar um dia. Mas sim, em termos de arte: filmes.
O que é que gostaria de fazer que ainda não tenha conseguido realizar?
Produzir. Já estive mais longe [disso]. Realizar, porque não? E fazer alguma coisa na música.
E em termos não profissionais?
Viajar, viajar o máximo que puder.

Se tivesse de escolher só um país para viver o resto da vida, qual seria?
Eu diria que, neste momento, com os países que já fui até hoje, o país onde fui mais feliz foi a Tailândia. Pela energia em si, pela cultura, pela maneira como os locais vivem a vida deles e também pelos sítios, as praias e tudo mais. É o meu happy place.
Tem algum método especial para se preparar para os papéis? Alguma rotina específica?
Tenho. É ler os guiões muitas vezes, completos. Também costumo fazer documentos com todas as cenas da minha personagem, apesar de muitas das vezes as produções me darem as cenas em papel, eu faço sempre questão de escrever todas as minhas cenas. Também costumo fazer um documento com o arco da minha personagem, e depois também passa por pensar "okay, que línguas é que a personagem fala? que talentos é que ela tem?" e ir explorar isso. E também costumo fazer uma playlist para cada personagem que tenho, porque acho que a define e ajuda-me a encontrar a energia dela.
Uma espécie de moodboard da personagem?
Sim.
Tem uma cadelinha, a Heidi Maria. Conte-nos um episódio engraçado que tenha acontecido com ela. Sabemos que anda consigo para todo o lado.
Sim, ela está cá! Acabei de ter há pouco uma entrevista, e ela mal me viu fez uma festa enorme, mas depois ficou quietinha aqui no sofá, convenceu-nos a todos de que se ia portar bem, e a partir do momento em que a câmara começa a gravar, ela começa a roçar-se aqui na alcatifa, começa a ladrar, começa a pedir atenção. E pronto, enganou-nos a todos. O papel principal foi dela.


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