Ainda era muito jovem quando surgiu pela primeira vez no grande ecrã. Reese Witherspoon tinha apenas 14 anos na altura em que o drama O Homem da Lua (1991) chegou às salas de cinema. Porém, no momento de ir para a faculdade, não foi esta a área que escolheu. A sua paixão por livros levou-a de Nashville, onde cresceu, para Stanford, para estudar Literatura Inglesa, mas este percurso académico acabou por ser interrompido pela sua carreira em ascensão como atriz.
Começou por integrar elencos em pequenos filmes, o que ajudou a consolidar o seu caminho em Hollywood, mas pouco depois deu o salto para papéis de maior relevo, como em Eleições (1999) ou Estranhas Ligações (1999). No entanto, foi Legalmente Loira (2001) que fez com que o público reparasse realmente em Reese. O clássico "bend and snap" acabou por torná-la num ícone - e fazer com que os espectadores quisessem mais uma dose do filme, no qual Whiterspoon se estreou como produtora -, mas foi com com a biografia Walk The Line (2005), em que deu vida a June Carter Cash, que recebeu o Oscar de melhor atriz.
Esperava-se que esta distinção a diferenciasse num meio tão competitivo, mas a verdade é que, tal como outros profissionais, sentiu que o seu telemóvel raramente tocava com novas propostas, nos seus 30’s. Contudo, a resiliência da protagonista de comédias românticas como Uns Sogros de Fugir (2008) e Água aos Elefantes (2011) impediu-a de continuar à espera.
Com um impulso dado Jim Toth, seu marido na altura - que lhe lembrou que "não era o tipo de pessoa que fica sentada e espera que o telefone toque" e que devia aproveitar o seu amor por livros para gerar ideias para filmes em que gostasse de participar -, criou, em 2012, a sua própria empresa de produção cinematográfica, Pacific Standard.
Foi assim que adquiriu os direitos do thriller Em Parte Incerta (2014), de Gillian Flynn, e Livre (2014), de Cheryl Strayed, e adaptou-os para o grande ecrã. Este último, que também protagonizou, valeu-lhe uma nova nomeação para o Óscar de melhor atriz.
"Não consigo pensar numa história de maior sucesso em que uma atriz se torna em produtora": é assim que Helen O’Hara, autora do livro Women Vs Hollywood: The Fall and Rise of Women in Film, citada pelo The Telegraph, recorda Reese Witherspoon.
Daí, foi um pequeno passo até produzir - e, por vezes, interpretar uma personagem - outras películas e séries que se tornaram grandes êxitos, como Little Fires Everywhere (2020), The Morning Show (2019-2021) ou Big Little Lies (2017-2019).
Este último afirmou-se como um marco para a sua empresa, que, em 2016, sofreu um processo de rebranding e se passou a designar Hello Sunshine. "Não me estavam a oferecer oportunidades para a minha produtora crescer até que consegui este triunfo", contou ao The Wall Street Journal, salientando que as mulheres precisam de se esforçar muito mais que os homens: "um homem distingue-se no festival Sundance e consegue [integrar o elenco do] Jurassic World".
Assim, o seu valor financeiro aumentou, passando a conseguir mais de 1 milhão de dólares por episódio em que participe ou vários milhões em projetos cinematográficos, avança o The Telegraph.
Todavia, foi quando vendeu grande parte da empresa, em 2021, à Blackstone, que a sua net worth cresceu verdadeiramente. A Forbes chegou mesmo a considerá-la a atriz mais rica no mundo, com um valor estimado de 400 milhões de dólares (o equivalente a mais de 260 milhões de euros) no banco.
É ainda de referir que, além de manter o seu clube de leitura e ter mesmo publicado o seu primeiro livro infantil, Busy Betty, no ano passado, Reese Witherspoon tem uma marca de roupa e acessórios, a Draper James, que tem, atualmente, três lojas físicas nos Estados Unidos.