Comer chocolate de manhã faz bem à saúde e reduz a fome por doces? O que diz um novo estudo
À partida, qualquer pessoa diria que comer uma tablete de chocolate ao pequeno-almoço é meio caminho andado para ter excesso de peso e fraca saúde dentária. Mas um estudo recente demonstrou que, pelo menos no que toca a mulheres pós-menopáusicas, isso não é verdade.

Quanto mais regras se impõe na vida, mais chata e rotineira ela se torna. Mas há pelo menos uma que parece óbvia e, certamente, saudável: não comer tabletes de chocolate ao pequeno-almoço. Convenhamos, a decadência e a indulgência têm limites. Comer dois ou três quadradinhos depois da refeição, ainda vá. Agora, começar o dia a lambuzar os beiços com um delicioso e fondente chocolate, é que nunca. Haja decência! Só que, afinal, não. De acordo com um estudo recente levado a cabo por investigadores do Bringham and Women’s Hospital, em Boston, e da Universidade de Múrcia, comer chocolate ao acordar – e chocolate de leite, nada desses quadrados de chocolate preto que sabem ao manto da Morte – traz grandes benefícios, principalmente para mulheres que já ultrapassaram a menopausa. Afinal, nem tudo pode ser mau.
A investigação, publicada na revista científica The FASEB Journal, analisou, num pequeno grupo de mulheres na fase pós-menopausa, os efeitos de comer chocolate de leite logo pela manhã, até uma hora depois do despertar, e ao fim da noite, uma hora antes de irem para a cama. E a conclusão foi que não só as participantes não ganharam peso, como o consumo de chocolate de leite teve uma influência positiva no equilíbrio da fome e do apetite, na composição da microbiota e no sono.

Na prática, o estudo mostrou que quem come chocolate ao acordar tem menos vontade de comer doces ao longo do dia – momento em que, de acordo com a investigação, comer chocolate traz menos benefícios para a saúde. Uma elevada ingestão de chocolate durante as horas da manhã pode também ajudar a queimar gordura e a reduzir os níveis de glucose no sangue, enquanto o consumo de chocolate à noite ou ao final do dia altera o metabolismo em repouso e durante o exercício na manhã seguinte.
"As mulheres sentiram menos fome ao comer chocolate à noite do que de manhã ou sem chocolate e tiveram menos desejo por doces ao consumir chocolate (tanto de manhã como à noite) do que sem chocolate," relatam os investigadores. Além disso, os registos do sono mostraram que o consumo de chocolate à noite levou a um horário de sono mais regular, com menor variabilidade na hora de adormecer, em comparação com o consumo de chocolate de manhã.
Sobre os resultados, Frank A.J.L. Scheer, neurocientista do Departamento de Medicina e Neurologia do Brigham and Women's Hospital sublinha o seguinte: "As nossas descobertas destacam que não é apenas o 'quê', mas também o 'quando' comemos que pode influenciar os mecanismos fisiológicos envolvidos na regulação do peso corporal." Já a investigadora Marta Garaulet, do mesmo hospital, explicou que as mulheres que participaram no estudo "não ganharam peso, apesar do aumento da ingestão calórica", acrescentando que "os nossos resultados mostram que o chocolate reduz a ingestão energética ad libitum [sem restrições, conforme a necessidade ou desejo do indivíduo], em linha com a redução da fome, do apetite e do desejo por doces observada em estudos anteriores."

Para o estudo, a equipa realizou um ensaio aleatório, controlado e cruzado com 19 mulheres pós-menopáusicas, que consumiram 100g de chocolate de manhã (dentro da primeira hora após acordar) ou à noite (dentro da última hora antes de dormir). É particularmente surpreendente – e animador – que os investigadores tenham decidido usar chocolate de leite por oposição ao negro – que se sabe já ter inúmeros benefícios para a saúde – e que, não obstante o alto conteúdo de gordura e açúcar, o chocolate de leite tenha provado ser benéfico.

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