Poderá o chocolate negro reduzir o risco de diabetes?
Um estudo publicado pelo The British Medical Journal conclui que a ingestão de cinco ou mais porções poderá contribuir para uma baixa probabilidade de termos diabetes. Fomos procurar saber mais, com a ajuda de Marta P. Silvestre, nutricionista especialista em nutrição clínica e professora auxiliar da NOVA Medical School.

O chocolate negro, conhecido pelo seu sabor intenso e teor elevado de cacau, está novamente no centro de atenções. Um estudo sugere que este alimento pode trazer benefícios surpreendentes para a saúde, incluindo uma possível redução do risco de desenvolver diabetes. Mas o que nos dizem as evidências científicas?
Um artigo publicado no The BMJ - British Medical Journal - revelou que o consumo regular de chocolate negro – cerca de 5 ou mais porções semanais (30g cada) – está associado a uma redução de 21% no risco de desenvolver diabetes. "Este efeito, no entanto, não foi observado em relação ao chocolate de leite, que, pelo contrário, mostrou estar ligado a um maior ganho de peso", informam-nos os resultados do estudo.

Os benefícios do chocolate negro parecem residir na sua elevada concentração de polifenóis, compostos antioxidantes encontrados em alimentos de origem vegetal. Estes compostos podem ajudar a melhorar a sensibilidade à insulina e a reduzir a inflamação, dois fatores-chave no desenvolvimento da diabetes tipo 2. Além disso, os resultados mostraram-se particularmente relevantes para indivíduos com menos de 70 anos, sugerindo que os benefícios podem ser mais evidentes em pessoas mais jovens, afirma à Máxima Marta P. Silvestre, nutricionista especialista em nutrição clínica e professora auxiliar da NOVA Medical School.
Apesar destes resultados promissores, é crucial sublinhar que os estudos realizados até ao momento são de natureza observacional, ou seja, identificam correlações, mas não provam uma relação de causa e efeito. A nutricionista reforça este ponto ao afirmar que, embora a análise estatística seja sólida e robusta, "são necessários estudos clínicos de intervenção que permitam mostrar a causalidade desta hipótese".
Ainda assim, deve-se olhar para o contexto global. O excesso de peso e a má distribuição da gordura corporal continuam a ser os fatores de risco mais significativos para o desenvolvimento de diabetes. Segundo Marta P. Silvestre, "o fator de risco modificável com mais impacto no desenvolvimento de diabetes continua a ser o excesso de peso e a distribuição da gordura corporal". Por isso, embora o chocolate negro possa ser uma adição interessante à dieta, o seu consumo deve integrar-se num padrão alimentar equilibrado e variado.

A inclusão moderada de chocolate negro na alimentação não deve ser vista como uma solução mágica, mas como um complemento potencialmente benéfico. Como em tudo, a moderação é essencial, especialmente porque o chocolate, mesmo na sua forma mais pura, é calórico.
Assim, se é amante de chocolate, o negro, com pelo menos 70% de cacau, poderá ser a escolha mais amiga da saúde. Mas lembre-se: o segredo está numa alimentação globalmente equilibrada e numa vida ativa. Afinal, o caminho para a prevenção da diabetes passa mais pela consistência nas escolhas diárias do que por soluções milagrosas.

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