A que horas nos devemos deitar? Os especialistas respondem
Com base num estudo britânico, adormecer muito cedo ou muito tarde pode ter graves consequências na nossa saúde física. Perceba porquê e o que fazer em alternativa.

Deitar cedo e cedo erguer, dá saúde e faz crescer. Mas será mesmo? Um grupo de cientistas britânicos investigaram qual era a correlação entre a hora de dormir e o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. E de acordo com o seu estudo, publicado no European Heart Journal, quem desenvolvia menos patologias era quem se deitava entre as 22 e as 23 horas.
Para chegar a este resultado, os cientistas da Universidade de Exeter analisaram os dados de saúde de mais de 88 mil britânicos com idades compreendidas entre os 43 e os 79 anos (recrutados em 2006 e 2010). Os participantes tiveram de usar uma pulseira durante sete dias que registava a hora em que adormeciam e acordavam, bem como responder a um inquérito sobre o seu estilo de vida (hábitos de sono, estatuto socioeconómico) e condição física (diabetes, colesterol, etc).
No final, os dados indicavam que dos 88 mil voluntários apenas 3172 (3,6%) tinham desenvolvido uma doença cardiovascular e que a maior incidência estava naqueles que se deitavam mais tarde. Mais precisamente, os números indicavam que quem se deitava à meia-noite ou depois tinha um aumento de 25% de probabilidades de desenvolver problemas de coração no futuro. Porém, também diziam que quem adormecia antes das 22h mantinha uma probabilidade de 24%.
David Plans, autor principal do estudo, explicou em comunicado que tais resultados podem estar relacionados com a disrupção do nosso relógio biológico. "Esta perturbação de comportamento e do ritmo circadiano aumenta a inflamação [no organismo] e pode alterar a regulação de glicose, dois fatores que podem aumentar o risco de doença cardiovascular."
O estudo britânico indicou ainda que de todos os participantes, as mulheres foram as mais afetadas. "Pode haver uma diferença entre os sexos na forma como o sistema endócrino reage a uma perturbação do ritmo circadiano", afirmou Plans em comunicado. Ademais, a idade avançada dos sujeitos pode ser outro fator, porque com "com o início da menopausa, as mulheres ficam mais expostas ao risco cardiovascular", explicou Beaulieu, ainda segundo a Madame Figaro.
O conselho do médico é simples: evitar hábitos de descanso extremos, como adormecer às seis da tarde ou às três da manhã, e concentrarmo-nos na altura do levantar, que deve ser marcada "por dois sinais: ativação muscular, como caminhadas, e exposição à luz solar".

saúde, European Heart Journal, estudos, ciência, dormir, doenças cardiovasculares, medicina
Do mito à verdade: a lua pode influenciar a quantidade de horas que dormimos
Poderá o único satélite natural do planeta Terra influenciar as nossas noites, regulando o nosso sono? Investigadores norte-americanos e argentinos acreditam que sim.
Há boas razões para não correr com o telemóvel
Embora ainda não existam estudos científicos sobre o assunto, os especialistas alertam para os riscos de termos o telemóvel na mão durante a corrida.
As mulheres e o sono
A privação de sono é um dos problemas do século XXI e as mulheres têm uma relação especial com ela. Dormir é essencial e até está na moda. Por isso, se este artigo lhe der sono, tanto melhor.
Exclusivo. Os segredos da juventude segundo o médico Manuel Pinto Coelho
Para o especialista em medicina funcional, algumas das patologias mais comuns evitam-se com mudança de hábitos diários e não com medicamentos. Em 'Seja um Super-Humano!', já nas livrarias, Manuel Pinto Coelho desvenda 50 maneiras fáceis de levar uma vida mais feliz e saudável. Descubra uma delas neste excerto do livro.





