Diarreia aguda. Formas de prevenir que a doença lhe estrague o verão
Causas, sintomas e prevenção. Tudo sobre a doença que afeta vários portugueses anualmente.
Foto: IMDB03 de setembro de 2021 às 12:24 Ana Filipa Damião
Quando pensamos em férias de verão, imaginamos tardes passadas na praia (ou na piscina) e jantares fora, seja com a família, amigos ou até sem companhia. Porém, isto só acontece quando não ficamos doentes, nomeadamente com diarreia aguda, mais frequentes durante o tempo quente.
Este tipo de diarreia é caracterizada pela "presença de três ou mais dejeções por dia de fezes pastosas/líquidas" e geralmente apresenta sintomas como náuseas, vómitos, febre e dores musculares, podendo durar até duas semanas, explica Juliana Serrazina, médica gastroenterologista, em entrevista à Máxima.
"De um modo geral, uma vez que a maioria das diarreias são causadas por vírus, a diarreia resolve por si ao fim de 3-4 dias e não é necessário antibiótico logo de início", afirma. No entanto, deve-se ter atenção a certos sintomas como febre alta (>38º) durante mais de dois dias, perda de sangue nas fezes, muitas dejeções acompanhas de vómitos frequentes ou ainda pressão arterial baixa, e recorrer logo ao médico.
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Mas porque é que isto acontece? O intestino tem milhões de micróbios, fungos, bactérias e vírus, que vivem em equilíbrio com o resto do corpo. Além do intestino, também os alimentos carregam vários micróbios que, neste caso, necessitam de calor para crescer. O problema acontece quando passamos mais tempo fora de casa no verão e consumimos alimentos que estiveram expostos ao sol durante várias horas.
"A grande maioria destes microorganismos adora calor (como muitos de nós) ", conta Serrazina. "Durante o ano conservamos os alimentos no frio, para evitar que se contaminem. No verão, os alimentos ficam facilmente expostos a altas temperaturas, facilitando a proliferação e disseminação de vírus ou bactérias", continua.
Além disso, esta doença é muitas vezes associada à diarreia do viajante, ou seja, a pessoas que viajam para países de clima tropical com diferente microbiota ambiental, e a parasitoses intestinais. Nestes casos, deve-se evitar alimentos que "aumentem o trânsito intestinal, ricos em fibras insolúveis (frutos secos e leguminosas)" bem como alimentos ricos em açúcares e com alto teor de gorduras, afirma a especialista. Também é aconselhável a restrição do consumo de lactose, presente no leite de vaca, principalmente em adultos.
Relativamente à cura, beber muita água ajuda mas a prevenção é o melhor remédio. "O primeiro passo para prevenir a transmissão de infecções começa por lavagem das mãos com água e sabão ou, em sua substituição, com solução alcoólica. Esta deve ser frequente e é particularmente importante antes da ingestão de alimentos (ou toque das mãos com a boca), após idas à casa de banho, muda de fraldas ou contacto com pessoas doentes", diz-nos Sarrazina. "Por outro lado, os cuidados na cozinha exigem a lavagem de alimentos crus (vegetais ou fruta), a conservação adequada dos alimentos no frigorífico (<4ºC) ou congelador (-17ºC) e evitar consumir alimentos que permaneçam a temperatura ambiente por um período superior a duas horas ou superior a uma hora em ambientes muito quentes (>32ºC)", continua.
A médica de gastroenterologia alerta ainda que existem alguns tópicos a ter em conta quando se vai de férias de modo a não ficar doente, como o local escolhido para relaxar. "Caso decida um destino com utilização de águas públicas, é importante reconhecer que a água não potável pode ser fonte de infecção". Explica que "uma pessoa doente excreta os microorganismos pelas fezes e continua a fazê-lo antes e pouco tempo após terminar a diarreia" e que " no caso de ter ou ter tido diarreia nos últimos sete dias aconselha-se a não nadar em piscinas, rios ou oceanos".
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