'Ele ressona e eu tenho o sono leve' – quando dormir separados salva o casamento
Estão juntos na vida, mas dormem em camas ou casas diferentes. Privilegiam uma noite bem dormida e provam que o sono retemperador é um asfrodisíaco na vida conjugal.
Natal e Passagem de Ano são, tradicionalmente, sinónimo de uma maior indulgência à mesa, brindes frequentes e um consumo de álcool acima do habitual. Entre jantares de família, encontros com amigos e celebrações que se prolongam pela noite dentro, é fácil perder a noção das quantidades e do impacto que certas escolhas podem ter no nosso organismo. A boa notícia é que, para quem decide beber, há opções que tendem a ser menos agressivas do ponto de vista metabólico. A má notícia (inevitável) é que o excesso nunca joga a nosso favor. Como em quase tudo na saúde, o equilíbrio continua a ser a palavra-chave.
O álcool tem um efeito direto no fígado, órgão responsável tanto pela metabolização do etanol como pela regulação dos níveis de açúcar no sangue. Quando bebemos, o fígado entra em “modo prioritário” para eliminar o álcool, deixando temporariamente em segundo plano o controlo da glicose.
De acordo com um artigo do Medical News Today, o consumo de álcool pode interferir com as hormonas responsáveis por manter níveis saudáveis de açúcar no sangue. Em algumas situações, isto pode levar a hipoglicemia (níveis perigosamente baixos de açúcar), especialmente quando se bebe em jejum. A longo prazo, o consumo excessivo pode ainda reduzir a eficácia da insulina, contribuindo para níveis elevados de glicose no sangue e aumentando o risco de intolerância à glicose ou diabetes - algo frequentemente observado em pessoas com doença hepática alcoólica.
Então, que bebidas causam menos picos de glicose? Jessie Inchauspé, bioquímica francesa conhecida como Glucose Goddess, tem partilhado informação baseada em investigação científica sobre como minimizar os picos de glicose no dia a dia - incluindo quando se consome álcool.
Segundo a especialista, as bebidas alcoólicas que tendem a causar menor impacto nos níveis de glicose são aquelas com pouco ou nenhum açúcar adicionado, como: vinho (branco ou tinto), cerveja ou até bebidas espirituosas (vodka, gin, whisky), idealmente consumidas com água com gás ou gelo.
Por outro lado, os cocktails açucarados representam um desafio maior para o organismo. Ao combinarem etanol com açúcar ou xaropes, obrigam o fígado a lidar simultaneamente com duas cargas metabólicas, o que pode resultar em picos de glicose mais acentuados e maior stress hepático.
Mais do que o tipo de álcool, o como e o quando fazem uma diferença significativa. Jessie Inchauspé destaca várias estratégias práticas, apoiadas por investigação científica recente, para reduzir os impactos negativos do consumo de álcool. Começa por referir que beber cerca de uma bebida por hora é consideravelmente menos prejudicial do que concentrar várias doses em poucos minutos. Sublinha também, num artigo publicado no seu site, a importância de nunca beber em jejum: comer antes - idealmente uma entrada rica em vegetais - ajuda a abrandar a absorção do etanol e a reduzir a sobrecarga do fígado. A autora destaca ainda o papel do exercício físico regular, referindo um estudo publicado em 2017 que sugere que a atividade física pode atenuar alguns dos efeitos adversos do álcool, incluindo o risco de certas doenças. Por fim, lembra que o dia seguinte também conta, recomendando um pequeno-almoço salgado e rico em proteínas, evitando açúcares e hidratos de carbono refinados, como forma de prevenir novos picos de glicose e reduzir o stress metabólico
Então, qual é o “melhor” álcool? Não existe uma resposta absoluta. Do ponto de vista metabólico, bebidas com menos açúcar - como vinho, cerveja ou destilados simples - tendem a ser escolhas mais equilibradas do que cocktails doces. Ainda assim, nenhum tipo de álcool é isento de impacto no organismo.
Na época festiva, o mais sensato é encarar o álcool como um complemento ocasional, não como o centro da celebração. Beber com consciência, acompanhado de comida, respeitando o ritmo do corpo e priorizando a qualidade em detrimento da quantidade pode fazer toda a diferença - não só na manhã seguinte, como também na saúde a longo prazo.