Entre a popularidade das dietas rápidas e o boom do Ozempic nas redes sociais, o chá voltou ao centro das atenções, sendo apontado como um aliado na perda de peso. Mas será que esta bebida milenar realmente faz diferença na balança? Antes de chegarmos a conclusões, importa compreender o que compõe este chá tão venerado.
Originário da planta Camellia Sinensis, o chá verde é conhecido pela sua riqueza em antioxidantes e pelo processo de produção, que preserva os seus polifenóis naturais (compostos orgânicos encontrados principalmente em plantas e frutas). De acordo com um artigo publicado pela Harvard T.H. Chan School of Public Health, a falta de oxidação das folhas de chá verde, em contraste com o chá preto, permite manter os antioxidantes intactos, explicou Teresa Fung, professora adjunta de nutrição. Fung esclarece que, embora o chá verde ofereça benefícios como a regulação dos níveis de açúcar no sangue e até a prevenção de cáries, o impacto direto na perda de peso é mínimo.
Muitos dos vídeos virais no TikTok afirmam que o chá verde aumenta a produção de GLP-1, uma hormona que regula a libertação de insulina e retarda a digestão. Contudo, um artigo do The New York Times sublinha que a ligação entre o chá verde e a perda de peso através desta hormona ainda carece de provas robustas. Por outro lado, o extrato de chá verde, rico em polifenóis como o galato de epigalocatequina (EGCG), tem, de facto, demonstrado potenciais benefícios para a saúde, mas não é um "remédio milagroso" para emagrecer.
A verdade é que, enquanto o chá verde é uma opção saudável, especialmente quando consumido sem aditivos como açúcar, os seus efeitos na perda de peso são modestos. Para quem procura uma solução mágica, é importante alinhar as expectativas. Fung recomenda desfrutar de três chávenas diárias como parte de um estilo de vida equilibrado. Afinal, o poder do chá verde pode estar menos em transformar o corpo e mais em nutrir a mente e promover a saúde a longo prazo.