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Beleza / Wellness

O que acontece quando se para de tomar Ozempic? O que diz um novo estudo

Figuras públicas como Oprah assumiram ter recorrido a ele para perder peso. Um novo estudo garante que pôr um fim à toma do medicamento tem consequências.

Foto: Pexels
27 de fevereiro de 2024 às 11:23 Rita Silva Avelar

O famoso medicamento semaglutido (nome comercial Ozempic), destinado ao tratamento da diabetes tipo 2 e que se popularizou para ser usado para efeitos de emagrecimento por pessoas sem esta condição, foi alvo de novos estudos. Desta vez, o objetivo foi apurar que consequências existem quando se deixa de tomar esta substância focando-se, neste caso, num medicamento da mesma família.

Trata-se, assim, de uma investigação publicada na revista científica The Lancet, que identifica as consequências para quem para de tomar o medicamento liraglutida, um antidiabético e antiobesidade utilizado por meio de solução injetável diferente do medicamento que está por trás do Ozempic e do Wegovy, mas que também pertence ao ramo dos produtos farmacêuticos conhecido como agonistas receptores do péptido-1 semelhante ao glucagon (GLP-1). Agonistas são substâncias capazes de se ligar a um recetor celular e ativá-lo para provocar uma resposta biológica, e, tal como o Ozempic, este medicamento funciona ao imitar uma hormona natural do organismo que controla o açúcar no sangue e foi inicialmente concebido para tratar a diabetes.

O estudo, feito na Dinamarca por um grupo de investigadores, teve como base 109 adultos obesos, divididos aleatoriamente em quatro grupos. Um grupo realizou um plano de perda de peso de um ano que incluía apenas injeções de liraglutida. Um outro grupo recebeu liraglutida e exercícios moderados a vigorosos supervisionados durante duas horas por semana; um outro fez apenas exercícios supervisionados. Por fim, um quarto grupo não realizou nenhum plano específico de perda de peso. Ao fim de um ano, os resultados: aqueles que tomaram liraglutida recuperaram cerca de dois terços da perda de peso inicial, e os que fizeram apenas exercícios físicos tiveram melhor desempenho no longo prazo. Resumindo, embora a liraglutida possa resultar em perdas de peso comparáveis ao exercício, o medicamento não é tão eficaz na manutenção da perda de peso como o exercício por si só, concluem os investigadores. Portanto, ao fim da toma constante, é preciso manter uma rotina de exercício fisico também constante.

"A partir dos nossos dados, fica claro que aqueles que seguiram um regime de exercício com ou sem tratamento com medicamentos para obesidade sentiram-se menos cansados e com mais energia. O mesmo não se aplicava àqueles que apenas recebiam tratamento médico. Na verdade, sentiam-se mais cansados e com menos energia", afirmou o biomédico Signe Sørensen Torekov, citado pela Globo, e um dos responsáveis pelo ensaio. "O estudo quase me faz querer desaconselhar o tratamento médico sem aumento do exercício físico, especialmente se não quiser tomar os medicamentos para o resto da vida."

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