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"Racismo, medo, e intimidação" As novas revelações sobre Ellen DeGeneres

É a comediante norte-americana mais famosa, e o seu programa é um sucesso há quase duas décadas. Em causa, estão revelações da equipa do programa em como Ellen é desagradável e hostil para quem a rodeia. Será que o talk show resiste às críticas?

10 de agosto de 2020 às 14:52 Rita Silva Avelar

Normalmente, o nome Ellen DeGeneres vem acompanhado de uma boa gargalhada. Seja no seu famoso programa The Ellen DeGeneres Show, no ar pela primeira vez em 2003, seja pela conta de Instagram onde replica o humor que faz no programa em pequenas frases ou imagens, a comediante de 62 anos tornou-se uma das mulheres mais influentes na área. Ellen é sinónimo de felicidade, gargalhadas e aplausos, pelo menos até há bem pouco tempo.

Talvez seja por tudo isso, e por surgir sempre sorridente e amistosa (e até pelo programa ter um cunho solidário), que as suspeitas de que afinal Ellen pode ser hostil e mal educada, chegando a ser snob, estejam a causar surpresa entre os seus fiéis seguidores e também na própria indústria.

Em Ellen DeGeneres: Relatable, em que falava sobre a sua carreira que estreou em dezembro de 2018 pela Netflix Ellen já havia desmentido algumas afirmações de que seria uma pessoa desagradável. "Eu sou boa pessoa. Eu sei que sou. Mas eu sou um ser humano, e tenho dias maus" referindo ainda: "Eis o lado negativo: nunca poderei fazer nada de indelicado. Nunca. Eu sou a rapariga que deve sempre 'ser gentil'".

Durante este último ano e meio, a apresentadora e comediante americana tem recebido cada vez mais críticas, sendo acusada de proporcionar um ambiente tóxico nas suas equipas de programa e de "fechar os olhos" a situações mais críticas. O assunto tornou-se mais público em abril deste ano, em plena pandemia mundial, quando cerca de 30 membros da equipa do programa expressaram a sua indignação por não ter havido comunicação sobre horas ou pagamento durante a quarentena (alguns tiveram reduções no ordenado de cerca de 60%), enquanto DeGeneres contratou técnicos externos para montar uma emissão remota a partir da sua casa.

Num artigo que o jornalista Michael Schulman dedica ao tema no The New Yorker, este escreve: "Em meados de julho, Krystie Lee Yandoli informou disse ao  site Buzzfeed que DeGeneres se manteve no topo de uma cultura de escritório de "racismo, medo, e intimidação". Ex-funcionários afirmaram que foram despedidos por terem ido de licença médica ou por terem tirado dias de luto para ir a um funeral." Entretanto, a WarnerMedia, a empresa-mãe da produtora do espectáculo, lançou uma investigação interna a fim de averiguar estas acusações. Antes, em março, o comediante Kevin T. Porter tinha iniciado um tópico no Twitter pedindo às pessoas para partilharem "as histórias mais chocantes que ouviram sobre Ellen [DeGeneres] ser más" e reforçando que Ellen "era, notoriamente, uma das pessoas mais cruéis vivas." O tweet tem mais de 2.600 respostas. 

Right now we all need a little kindness. You know, like Ellen Degeneres always talks about! ??

She’s also notoriously one of the meanest people alive

Respond to this with the most insane stories you’ve heard about Ellen being mean & I’ll match every one w/ $2 to @LAFoodBank

Dias depois DeGeneres escreveu uma carta à equipa do programa assumindo a responsabilidade e prometendo mudanças, dizendo que tinha garantido desde o início fazer do programa um "lugar de felicidade". Mas entretanto levantaram-se mais vozes. Ex-empregados acusaram o escritor principal e produtor executivo, Kevin Leman, de apalpar membros do staff e de solicitar favores sexuais numa festa do escritório, embora este tenha negado as acusações. No artigo do The New Yorker, o jornalista revela mais. "Outro produtor executivo, Ed Glavin, foi acusado de estar "de mãos dadas com as mulheres" na sala de controlo e de usar tácticas de intimidação, tais como fechar a sua porta remotamente através de um botão de secretária."

Há, no entanto, uma história que sobressai no artigo do Buzzfeed, que refere as experiências de 10 funcionários, entre eles uma mulher negra que assume ter experienciado comentários, ações e "microagressões" racistas durante o ano e meio em que integrou a equipa do programa. Numa festa de trabalho, um dos principais argumentistas ter-lhe-á dito: "Lamento, só sei os nomes dos brancos que aqui trabalham", e outros colegas de trabalho "riram-se estranhamente" em vez de virem em sua defesa.

Uma das acusações pessoais contra Ellen remonta aos anos setenta, ainda no período de anonimato. É a de que fez bullying diário a Ben Gravolet, então com 11 anos, e quando trabalhava como recrutadora na empresa da mãe do rapaz em Nova Orleães, chamando-o constantemente de ‘gordo’. "Eu era apenas um rapaz e ela era uma mulher adulta que tinha prazer em ver-me ficar visivelmente perturbado" disse, ao DailyMailTV.

Desde que as críticas de que o programa tem uma cultura de trabalho tóxica e que a própria Ellen é fria e distante com os membros do programa ganharam mais força, correm rumores de que o seu tempo de antena chegou ao fim e pode ir para James Corden. "Há crise de autenticidade para a sua imagem pública" escreve Schulman.

DeGeneres tornou-se conhecida nos anos oitenta, como comediante de stand up em Nova Orleães, e agitou a sociedade americana ao tornar-se na primeira mulher lésbica com um programa de autor, e com um tempo de antena estrondoso e bem-sucedido: é o maior sucesso do horário diurno da NBC, com uma audiência diária de mais de 4,2 milhões de espectadores. Em 16 anos, ganhou 61 Daytime Emmys. É casada com Portia de Rossi desde 2008, com quem vive em Montecito, Califórnia, numa mansão avaliada em 3 milhões de dólares.

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