O nosso website armazena cookies no seu equipamento que são utilizados para assegurar funcionalidades que lhe permitem uma melhor experiência de navegação e utilização. Ao prosseguir com a navegação está a consentir a sua utilização. Para saber mais sobre cookies ou para os desativar consulte a Politica de Cookies Medialivre
Atual

Homens ganham mais 157 euros por mês do que mulheres

A desigualdade salarial na União Europeia é equivalente a 59 dias de trabalho, índice que não era tão alto desde o início da década. Portugal apresenta disparidade ainda superior à média europeia, com uma diferença de 17,5%.

03 de novembro de 2018 às 20:28 Aline Fernandez

Estamos em 2018 e as mulheres continuam a ganhar 16,2% menos do que os homens na União Europeia. O cálculo representa o equivalente a 59 dias de trabalho e €157,10 a menos por mês. É como se, de 3 novembro até o dia 31 de dezembro as mulheres não recebessem remuneração pelo mesmo emprego. Irónica e simbolicamente, no dia 3 deste mês assinala-se o Dia Europeu da Igualdade Salarial.

A informação, relativa a 2016, foi divulgada pela Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE). Portugal apresenta um nível de disparidade ainda superior à média europeia, de 17,5%. Infelizmente, os dados verificam-se em todos os países da União Europeia, oscilando entre os 25,3% na Estónia, 21,8% na República Checa e 21,5% na Alemanha, aos menores registos, como os 5,2% na Roménia e 5,3% na Itália. 

Na perspetiva deste dia, o primeiro vice-presidente Frans Timmermans da Comissão Europeia, a comissária Marianne Thyssen e a comissária Vera Jourová fizeram a seguinte declaração:

A igualdade entres mulheres e homens é um dos valores fundadores da União Europeia. Mas as mulheres continuam efetivamente a trabalhar sem serem remuneradas durante dois meses por ano, em comparação com os seus colegas masculinos. Não podemos continuar a aceitar esta situação. (…) Colocam as mulheres em situações precárias ao longo da sua carreira, que se acentuam ainda mais depois de se reformarem: as disparidades entre homens e mulheres a nível das pensões são de 36,6 %. Os novos dados hoje publicados sublinham a importância da adoção urgente da legislação em matéria de conciliação entre a vida profissional e a vida familiar apresentada pela Comissão Europeia”, detalham no comunicado.

As cinco principais causas da disparidade salarial entre homens e mulheres na União Europeia:

• Os cargos de gerência e supervisão são maioritariamente ocupados por homens. Dentro de cada setor, os homens são mais frequentemente promovidos do que as mulheres, e recebem melhor como consequência. Esta tendência culmina no topo, onde entre os CEOs, 6,3% são mulheres.

• As mulheres encarregam-se de importantes tarefas não pagas, como o trabalho doméstico e o cuidado dos filhos ou parentes numa escala muito maior do que a dos homens. Trabalhadores homens gastam, em média, 9 horas por semana em atividades domésticas, enquanto as mulheres que trabalham gastam 22 horas, ou seja, quase 4 horas por dia. No mercado de trabalho, isso reflete-se no facto de que mais de uma em cada três mulheres reduzem seu horário de trabalho remunerado em tempo parcial, enquanto apenas um em cada dez homens faz o mesmo.

• As mulheres tendem a passar períodos fora do mercado de trabalho com mais frequência do que os homens. Essas interrupções na carreira não apenas influenciam o pagamento por hora, mas também afetam os ganhos e reformas futuras.

• Segregação na educação e no mercado de trabalho; isso significa que, em alguns setores e ocupações, as mulheres tendem a ser super-representadas, enquanto em outros os homens estão super-representados. Em alguns países, ocupações predominantemente executadas por mulheres, como ensino ou vendas, oferecem salários mais baixos do que ocupações predominantemente realizadas por homens, mesmo quando o mesmo nível de experiência e educação é necessário.

• A discriminação salarial, embora ilegal, continua a contribuir para as disparidades salariais entre homens e mulheres.

Leia também

O mistério Eva Green : "Eu não sou uma mulher fatal, nem uma sedutora"

Tem uma carreira fulgurante, mas revela uma contenção crónica. Possui um físico de mulher fatal, mas exala uma timidez embaraçosa. Por mais espantada que fique, esta fascinante atriz e musa dark de Tim Burton é um mistério muito cinematográfico. Conversámos com a embaixadora da Casa Bulgari, em Roma.

As Mais Lidas