Carolina Amaral, revelação de 'Glória', entregue à vertigem de ser atriz
A sua personagem evoca a dureza da condição feminina em Portugal nos anos da ditadura. Face à nossa câmera, sem artifícios, a atriz fala-nos de personagens, superstições e até do movimento #MeToo.
Há algo no olhar de Carolina Amaral. Ficamos presos à sua presença, no ecrã como na vida real. Ainda mal tínhamos esquecido o seu papel em Trouble, espetáculo encenado por Gus Van Sant, no Teatro D.Maria II em setembro, que surge agora em 'Glória', série portuguesa da Netflix pensada para o mundo. Timidamente, a narrativa da sua personagem ganha força e prende o espetador. Por causa do olhar de Carolina? Certamente. E também pela forma como se aborda os direitos das mulheres - que nasciam longe do privilégio e lutavam para poder sonhar - nas províncias de um país mergulhado na miséria da ditadura de Salazar. Portugal, nos anos 60 do século passado, não foi assim há tanto tempo.
Carolina começou a fazer teatro no Porto e após uma longa formação nas artes de palco veio estudar para Lisboa, tendo mais tarde passado pelo Conservatoire National d'Art Dramatique de Paris.
Há anos que o seu nome é apontado como um dos mais promissores.
João Canijo, Miguel Loureiro, Marco Martins ou Angélica Liddell deram-lhe a possibilidade de explorar caminhos diferentes. A Televisão ou o Cinema não a afastaram do teatro clássico nem da performance mais física, quase dançada. O talento vinca-se, multiplica-se. Queremos seguir estes passos.
Realização e edição: Mariana Margarido

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