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Mulheres que valem por 30: de Michelle Obama a Kathryn Bigelow

Passaram 30 anos desde o lançamento da Máxima e um número incontável de mulheres contribuiu para enriquecer e dignificar com talento, coragem e combate essas três décadas. Recordamos muitas delas numa homenagem às próprias e à condição feminina.

10 de novembro de 2018 às 08:00 Maria João Martins

Primeiras entre pares

No ano em que a Máxima surgiu nas bancas havia uma grande estrela feminina na política internacional. Com o penteado armado como um capacete e uma imagem elegante e austera, Margaret Thatcher foi a primeira mulher a desempenhar as funções de primeiro-pinistro no Reino Unido, cargo que ocupou entre 1979 e 1990, permanecendo como a grande estadista a nível global do século XX, já que mulher alguma deteve tanto poder ao comando de uma potência nesse século. Particularmente dura em processos de negociações com os sindicatos e na condução da Guerra das Malvinas (frente à Argentina pela disputa da soberania do arquipélago desse nome), foi, no seu tempo, a excepção que confirmava a velha regra de que a política era assunto de homens. Um breve olhar pelas páginas de política e de economia da imprensa generalista da época e ficamos esclarecidas quanto à total predominância do sexo masculino em tais sectores, tal como hoje. Já este ano, o Governo espanhol liderado por Pedro Sánchez tornou-se notícia ao formar um Governo com uma maioria de ministras. E ninguém parece ter-se espantado muito com isso.

Em 1988, Portugal já tivera uma mulher nas funções de primeiro-ministro. Por nomeação presidencial (de António Ramalho Eanes), Maria de Lourdes Pintasilgo esteve no cargo entre 1 de Agosto de 1979 e 3 de Janeiro do ano seguinte (candidatar-se-ia, sem sucesso, às Presidenciais de 1986), mas o seu exemplo não foi seguido. Não pode, no entanto, dizer-se que a relevância das mulheres em importantes posições de Estado não tenha crescido nos últimos 30 anos. É verdade: segundo dados comunitários revelados em Março deste ano, Portugal detinha a quinta menor percentagem de mulheres da União Europeia (UE), mas está acima da média comunitária na representação feminina no Parlamento. O relatório indica que, em Novembro de 2017, o Governo português integrava apenas 16,7% de mulheres, uma percentagem que fica mais de dez pontos percentuais abaixo da média comunitária, que é de 27,7%. No entanto, de acordo com o mesmo estudo, Portugal encontra-se bem posicionado com uma representação parlamentar feminina de 35,2%. O Parlamento português é o oitavo, entre os 28 Estados-membros, na lista de países em que a percentagem de mulheres é mais elevada, sendo superado pela Suécia (46,1%), Finlândia (42%), Espanha (40,6%), Bélgica (38,7%), Dinamarca (37,4%), Eslovénia (35,6%) e Holanda (35,3%). A média comunitária é de 29,3%.

Essa média não é excelente, mas não pode esquecer-se, ainda assim, o papel desempenhado por mulheres como Manuela Aguiar (ex-secretária de Estado das Comunidades), Leonor Beleza (antiga ministra da Saúde, actual presidente da Fundação Champalimaud), Isabel Mota (antiga secretária de Estado do Planeamento e do Desenvolvimento Regional), Manuela Ferreira Leite (ex-ministra de pastas como a Educação ou as Finanças), Teresa Gouveia (foi secretária de Estado da Cultura e é administradora da Fundação Calouste Gulbenkian), Ana Gomes (eurodeputada, primeira embaixadora de Portugal na Indonésia, após a libertação de Timor), Maria de Belém Roseira (foi ministra da Saúde, ministra da Igualdade e candidata presidencial, em 2016), Ana Benavente (ex-secretária de Estado da Educação), Maria José Nogueira Pinto (ex-subsecretária de Estado da Cultura, foi líder do CDS-PP), Catarina Martins, Joana e Mariana Mortágua (dirigentes do Bloco de Esquerda), Marisa Matias (eurodeputada e candidata às Presidenciais de 2016), Assunção Cristas (actual líder do CDS-PP), Zita Seabra (membro destacado do Comité Central do PCP e, mais tarde, deputada do PSD) ou Odete Santos (histórica dirigente e deputada do PCP). Isto sem esquecer Assunção Esteves que, entre 2011 e 2016, foi a primeira mulher no segundo mais importante cargo de Estado no nosso país, a presidência da Assembleia da República. Isto depois de, em 1989, com apenas 32 anos, se ter tornado a primeira Juíza Conselheira do Tribunal Constitucional.

O que se passou em Portugal não é muito diverso do que ocorreu um pouco por todo o mundo. Se, em 1988, a Dama de Ferro londrina era ainda a excepção que confirmava a regra, hoje já ninguém se surpreende com o protagonismo de mulheres como a chanceler alemã Angela Merkel ou a presidente da Croácia, Kolinda Grabar-Kitarovic. Ao longo destas três décadas, vimos Mary Robinson ser Presidente da República da Irlanda(1990-1997)e Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos (1997-2002), Madeleine Albright, Condoleeza Rice e Hillary Clinton desempenharem sucessivamente o cargo de secretária de Estado nas Presidências de Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama.

Em França, a única mulher a chefiar o governo foi Édith Cresson e fê-lo entre 1991 e 1992. Na América Latina, Violeta Chamorro foi Presidente da Nicarágua entre 1990 e 1997, derrotando os violentos sandinistas de Daniel Ortega. Muito polémicas, Cristina Kirschner e Dilma Rousseff dirigiram os destinos da Argentina e do Brasil, a primeira entre 2007 e 2015, e a segunda sucedeu a Lula da Silva, em 2011, tendo sido afastada em Agosto de 2016. Michelle Bachelet foi, por sua vez, Presidente do Chile entre 2014 e 2018. Até num país muçulmano como o Paquistão, vimos uma mulher, Benazir Bhutto, chegar duas vezes a primeiro-ministro (a primeira de 1988 a 1990, a segunda de 1993 a 1996). Depois de um longo período de auto-exílio, seria assassinada (em 2007) tal como o seu próprio pai e irmão, antes dela.

No âmbito dos Direitos Humanos, destaque para o papel desempenhado pela jovem paquistanesa Malala Yousafzai, hoje com 21 anos, conhecida pela defesa do acesso das mulheres à educação  na região do Swat, onde os talibãs recorrem a extremos de violência para lhes vedar esse acesso. O mesmo tipo de coragem física e política encontráramos, décadas antes, na birmanesa Aung San Suu Kyi que, em 1991, foi distinguida com o Prémio Nobel da Paz devido à sua persistente luta contra a ditadura militar no seu país. Durante 15 anos, Aung foi uma das presas políticas mais famosas do mundo e é contestada, na actualidade, por retroceder nos seus princípios e por contribuir por inacção para a perpetuação do genocídio do povo rohingya. Por isso, a Comissão do Prémio Nobel da Paz lamenta não poder retirar o galardão que atribuiu, há 27 anos, à actual chefe de Governo de Myanmar que assim desperdiça o capital político e de prestígio.

Da política à economia, o protagonismo das mulheres não cessa de crescer. Christine Lagarde é, desde 2011, a primeira mulher a dirigir o Fundo Monetário Internacional (FMI), mas é cada vez maior o número de mulheres em cargos de decisão económica e financeira da máxima responsabilidade. Em Portugal, há que referir, entre outras, Cláudia Azevedo (que, em 2019, assumirá a direcção da Sonae Empresas depois de ter renunciado à direcção da Sonae Capital), Paula Amorim, chairman da GALP, ou Isabel Vaz, CEO da Luz Saúde.

Margaret Thatcher;
Foto: Getty Images
1 de 4 / Margaret Thatcher;
Maria de Lourdes Pintasilgo;
Foto: Getty Images
2 de 4 / Maria de Lourdes Pintasilgo;
Angela Merkel;
Foto: Getty Images
3 de 4 / Angela Merkel;
Hillary Clinton;
Foto: Getty Images
4 de 4 / Hillary Clinton;

 

Ao lado de grandes homens...

Tradicional em países de regime presidencialista como os Estados Unidos da América ou a França, a figura da primeira-dama pauta-se, regra geral, por uma discrição que nem sempre é decorativa. Nos EUA, nos últimos 20 anos, duas mulheres fizeram muito mais do que ornamentar os salões de visitas da Casa Branca: Hillary Clinton e Michelle Obama. Ambas tornaram-se mulheres muito influentes (até em decisões políticas assumidas pelos maridos), a ponto de a primeira ter concorrido à presidência e de a segunda alimentar a esperança de poder trilhar o mesmo caminho político. Uma situação que contrasta nitidamente, até pelo carisma, com o apagamento (voluntário ou talvez não) de Melania Trump ou de Marcela Temer, do Brasil. Curiosamente, duas primeiras-damas brilharam, antes delas. Ressaltamos Nancy Reagan que apesar de ter ficado conhecida pelo apetite voraz por jóias, por Alta-Costura e por festas (recuperando para a Casa Branca o glamour perdido desde a época Kennedy) conseguiu destacar-se em acções cívicas e criou a campanha contra o consumo de drogas Just Say No, durante a presidência do marido, tendo-o influenciado politicamente, segundo se sabe. E também destacamos Raisa Gorbachev que a glasnot e a perestroika revelaram para espanto do mundo civilizado, que não estava habituado a conhecer as mulheres dos líderes soviéticos e, muito menos, com a graciosidade e a elegância a vestir de Raisa. Pelas piores razões, Imelda Marcos ficou identificada pelo apoio implícito às atrocidades cometidas durante o regime ditatorial do marido, pela extorsão de dinheiros públicos e pela lendária colecção composta por milhares de sapatos.

Michelle Obama;
Foto: Getty Images
1 de 4 / Michelle Obama;
Nancy Reagan na capa da revista Vanity Fair;
2 de 4 / Nancy Reagan na capa da revista Vanity Fair;
Manuela Ramalho Eanes;
3 de 4 / Manuela Ramalho Eanes;
Maria de Jesus Barroso;
4 de 4 / Maria de Jesus Barroso;

 

Explosões de talentos

As últimas três décadas trouxeram a consagração mundial de artistas plásticas de gerações e estéticas tão diversas como Joana Vasconcelos, Ana Jota ou Ana Vidigal,que se juntaram a outras com provas já dadas em 1988 como Menez, Paula Rego, Graça Morais, Helena Almeida ou Lourdes Castro. Consagraram actrizes que à data do primeiro número da Máxima não passavam de jovens promessas como Alexandra Lencastre ou Rita Blanco. E trouxeram uma infinidade de revelações que hoje são certezas: Beatriz Batarda, Catarina Wallenstein, Margarida Marinho, Rita Lello, Margarida Vila-Nova, Maria João Luís, Maria Rueff  e Carla Chambel, entre outras. Isto sem falar em mulheres que continuaram a lutar por um trabalho mais independente, quer na encenação, quer na interpretação como São José Lapa, Fernanda Lapa, Maria do Céu Guerra, Eunice Munõz, Monica Calle, Lucia Cigalho ou, na dança, Olga Roriz e Clara Andermatt.

As letras nacionais ganharam um punhado de ficcionistas de grande qualidade como Dulce Maria Cardoso, Ana Teresa Pereira, Filomena Marona Beja, Inês Pedrosa, Ana Margarida Carvalho. Ou poetisas como Raquel Serejo Martins, Adília Lopes ou Ana Luísa Amaral.

Mas estas três décadas foram marcadas, e de que modo, pela veia literária de Maria Teresa Horta, Lídia Jorge, Hélia Correia, Luísa Dacosta, Agustina Bessa-Luís, Maria Judite de Carvalho, Teolinda Gersão, Maria Velho da Costa e Sophia de Mello Breyner Andresen

Fora de portas, J.K. Rowling passou de professora de Inglês em dificuldades a multimilionária e "mãe" de Harry Potter. Zadie Smith Ngozi Adichie, Hilary Mantel, Elena Ferrante, Penelope Fitzgerald, A.S Byatt  e Arundhati Roy tornaram-se valores seguros da Literatura mundial.

Em 30 anos, tivemos ainda oito Prémios Nobel para autoras, o que constitui um recorde na história de tal distinção (embora baixo em relação aos homens): Nadime Gordimer (em 1988), Toni Morrison (em 1993) Wislawa Szymborska (em 1996), Elfriede Jelinek (em 2004), Doris Lessing (em 2007), Herta Muller (em 2009), Alice Munro (em 2013) e Svetlana Aleksiévitch (em 2015).

Paula Rego;
1 de 3 / Paula Rego;
2 de 3
J. K. Rowling
Foto: Getty Images
3 de 3 / J. K. Rowling

 

Prontas para o close up

Mystic Pizza é a comédia que, em 1988, revela ao mundo uma beleza singular, ainda muito jovem, chamada Julia Roberts. Nascida em 1967, a actriz confirmar-se-ia como valor seguro, dois anos depois, quando, ao lado de Richard Gere, protagonizando a história da prostituta transformada em Cinderela, Pretty Woman. Hoje, com 50 anos, um Óscar (pelo papel em Erin Brokovich) e três filhos, Julia só episodicamente aparece no grande ecrã, mas quando o faz recebe cachets principescos e é aclamada pelo público que, com amor, acompanhou a sua maturação, o que ainda faz dela uma das mais bem-sucedidas actrizes de Hollywood.

Nestas três décadas, sobretudo no continente americano, foram várias as actrizes que se transformaram em grandes estrelas, estatuto que nem sempre implica a chancela de Hollywood: Angelina Jolie, Cher, Nicole Kidman, Cate Blanchett, Frances McDormand, Michelle Pfeiffer, Sandra Bullock, Andie Macdowell, Holly Hunter, Geena Davis, Fernanda Montenegro, Marília Pêra, Fanny Ardant, Jessica Lange, Kim Basinger, Catherine Deneuve, Carmen Maura, Isabelle Adjani, Hanna Schygulla, Annette Bening, Liv Ullman, Nastassja Kinski, Kathleen Turner, Jamie Lee Curtis, Whoopie Goldberg, Meg Ryan, Viola Davis, Sissi Spacek, Winona Ryder, Brooke Shields, Sigourney Weaver, Geena Davis, Jennifer Jason Leigh, Sharon Stone ou Charlize Theron, entre tantas outras. Nenhuma delas "roubaria", porém, o brilho a actuais veteranas como Meryl Streep, Glenn Close, Diane Keaton, Helen Mirren, Judi Dench, Jane Fonda, Jodi Foster, Sally Field ou Susan Sarandon.

Desta margem do Atlântico afirmar-se-iam, por sua vez, nomes como as britânicas Kate Winslet, Keira Knightley, Tilda Swinton, Emma Thompson, Rachel Weisz e Kristin Scott Thomas, as francesas Emmanuelle Béart, Isabelle Huppert, Marion Cotillard, Juliette Binoche, Ludivigne Saignier e Léa Seydou, a italiana Monica Bellucci, a espanhola Penélope Cruz ou a portuguesa Maria de Medeiros.Num outro plano, Daniela Ruah foi a primeira portuguesa a participar nas várias temporadas de uma série televisiva, a Investigação Criminal – Los Angeles, e Ana Cristina de Oliveira conquistou pequenos papéis em filmes como Miami Vice, de Michael Mann.

A grande novidade destes 30 anos é, nesta área, a afirmação de um número crescente de realizadoras com obras reconhecidas pelo público, pela crítica, pelo circuito internacional dos festivais de cinema e, até, pela insuspeita de qualquer simpatia feminista Academia de Hollywood. O caso mais singular será provavelmente o de Kathryn Bigelow que, em 2008, se tornou a primeira mulher a ganhar um Óscar de realização, não com uma história de amor, não com um drama humano de relevância social, mas com um filme que também agradou por poder ter sido realizado por um homem, Estado de Guerra. Depois disso, em 2012, a cineasta que em tempos fora casada com James Cameron voltou ao duro plateau do deserto e à realidade, ainda mais dura, do Médio Oriente, com 00:30 – Hora Negra, um filme centrado na captura de Osama Bin Laden pelos norte-americanos. Sofia Coppola estreou-se na realização, em 1999, com As Virgens Suicidas e logo demonstrou que vinha para ser muito mais do que a filha do mítico Francis Ford Coppola. Confirmá-lo-ia, mais tarde, com os filmes que se seguiram, Lost in Translation – O Amor é um Lugar Estranho (2003), Marie Antoinette (2006), Somewhere (2010) e The Gang of Hollywood(2013), não só pela evidente qualidade, como pela criação de um 

imaginário muito próprio, muito centrado nas ambiguidades e dúvidas, mas também na poesia da adolescência. Numa outra latitude, na Índia, Mira Nair continua a dar trunfos com uma realização que se demarca da superficialidade de Bollywood (Salaam Bombay ou Mississippi Masala). Por sua vez, Agnès Varda, Chantal Akerman e Lina Wertmüller continuaram as suas cinematografias e destacaram-se também, entre muitas outras (que, mesmo assim, não conseguem comparar-se em número aos homólogos masculinos), Jane Campion, Sally Potter, Susanne Bier, Nora Ephron, Mimi Lider, Haifaa Al Mansour, Angelina Jolie, Ava DuVernay, Dee Rees e Greta Gerwig.

Em Portugal, também estes últimos 30 anos foram marcados pelo aparecimento de mais mulheres na realização cinematográfica, com destaque para Teresa Villaverde, Margarida Gil, Cláudia Clemente, Rita Nunes, Rita Azevedo Gomes, Leonor Teles, Raquel Freire, Cláudia Tomás ou Catarina Ruivo.

Em 2017, Hollywood tornou-se notícia, mas não por motivos cinematográficos. O movimento #MeToo, protagonizado por várias actrizes, veio falar publicamente das coacções sexuais de que muitas delas foram alvo por parte dos seus empregadores. Em causa esteve, antes de mais, o produtor Harvey Weinstein, mas, em breve, provar-se-ia que ele era apenas uma das partes mais visíveis de um "sistema" há muito estabelecido. E não esquecemos um filme de referência, de 1991, com duas grandes actrizes e duas personagens femininas que são uma ode à libertação feminina: Thelma & Louise, com Susan Sarandon e Geena Davis.

Daniela Ruah;
1 de 4 / Daniela Ruah;
Julia Roberts;
Foto: Instagram @juliaroberts
2 de 4 / Julia Roberts;
Penelope Cruz
Foto: Instagram @penelopecruzoficial
3 de 4 / Penelope Cruz
Kathryn Bigelow;
Foto: Getty Images
4 de 4 / Kathryn Bigelow;

 

Na caixa que mudou o mundo

A 6 de Junho de 1996, estrearia, com produção da HBO, uma série que, ao longo de oito anos, transformaria completamente não só o conceito de sitcoms, como a própria relação das mulheres consigo mesmas. Falamos naturalmente de Sexo e a Cidade com Sarah Jessica Parker, Kim Catrall, Cynthia Nixon e Kristin Davis. Num artigo recentemente publicado no The Guardian, Kim Akass (professor de Estudos Cinematográficos da London Metropolitan University) considera que "a série, mais do que uma sitcom, foi algo que mudou a linguagem das mulheres, dando direito de cidadania e respeitabilidade ao que antes não passava de mexericos". Sem quebras de popularidade, a série prolongou-se por seis temporadas, dois filmes e muito merchandising vendido. Nos tempos mais recentes, as séries televisivas catalisaram audiências, nomeadamente em Portugal, e revelaram produções e actrizes de países cuja qualidade desconhecíamos como as da Noruega, da Finlândia, da Islândia ou da Suécia. As telenovelas portuguesas ganharam fulgor, fazendo empalidecer as produzidas no Brasil, e consolidaram actrizes e argumentistas femininas. Sendo pensadas essencialmente para a audiência feminina, as nossas telenovelas mantêm nas mulheres as figuras de proa.

Não foi só na ficção que a Televisão dos últimos 30 anos produziu ícones de poder no feminino, entre os quais avulta, mais cintilante do que todos os outros, o de Oprah Winfrey. Ao longo de 25 anos, com o seu The Oprah WinfreyShow,transmitido pela ABC, a norte-americana criou um império mediático, financeiro e de influência que a tornou uma das pessoas mais poderosas do mundo na área do espectáculo e que integra a lista das mulheres mais poderosas da Forbes americana e a das mulheres mais influentes da Time para 2018. No Brasil, Marília Gabriela tornar-se-ia ela própria uma "marca", já que o programa que tem o seu nome (Marília Gabriela Entrevista) se manteve no ar, no canal GNT, entre 1998 e 2015. Em Portugal, a transformação radical trazida pela abertura dos canais privados (SIC e TVI), em 1992, revelou ao espectador um sem-número de rostos e propostas novas, quer na ficção, apresentação e Jornalismo. Ao de Alberta Marques Fernandes, que, a 6 de Outubro desse ano, inaugurou a emissão da SIC (primeiro canal privado a ir para o ar), seguiram-se tantos outros como os de Clara de Sousa, Cândida Pinto, Conceição Lino (Informação), Catarina Furtado, Bárbara Guimarães, Júlia Pinheiro, Teresa Guilherme ou Cristina Ferreira no entretenimento. Fossem as ocasiões talk shows, gala e concursos, cada uma no seu estilo provou ser aquilo a que nos Estados Unidos se daria o nome de one-woman-show.

Maria Elisa Domingues;
1 de 3 / Maria Elisa Domingues;
Oprah Winfrey;
Foto: Getty Images
2 de 3 / Oprah Winfrey;
Sarah Jessica Parker;
Foto: Getty Images
3 de 3 / Sarah Jessica Parker;

 

 

Império do não tão efémero

A Máxima nasceu em plena era dourada das supermodelos. Dois anos depois, George Michael gravava o famoso videoclip Freedoom, no qual aparecem, tórridas e sensuais, Cindy Crawford, Linda Evangelista, Naomi Campbell, Christy Turlington e Tatjana Patitz. Este grupo restrito de beldades foi potencialmente aumentado nos anos 80 e 90 com Claudia Schiffer, Paulina Porizkova, Stephanie Seymour, Helen Christensen, Iman, Elle Macpherson, Kate Moss, Tyra Banks, Amber Valetta, Christy Brinkley, Kristen McMenamy ou Shalom Harlow. Todas apresentavam as criações dos grandes nomes da Moda dessas décadas de 80 e 90. Em 2001, o atentado contra as Torres Gémeas virou o mundo de pernas para o ar e, com ele, o conceito de Moda. As supermodelos inacessíveis como "rainhas da neve" cederam lugar a raparigas nem sempre com ar saudável, mas na maioria bem mais reais, como a própria Kate Moss que, hoje, com 44 anos, resiste a todas as mudanças, mas sobretudo como a brasileira Gisele Bünchen, durante anos e até 2017 a modelo mais bem-sucedida e mais bem paga, toda ela empenhamento em causas sociais e ecológicas. Nesta linhagem surge a portuguesa Sara Sampaio, estrela indiscutível dos desfiles da Victoria’s Secrets (e não só) e as modelos angolanas, algo inédito nesta indústria, Maria Borges, Sharam Diniz, Amilna Estêvão.Em Portugal e no estrangeiro brilham, agora, Maria Clara, Maria Miguel e Sara Sampaio. Mas desde o ano de lançamento da nossa revista fizeram carreira modelos como Xana Nunes (que foi a primeira capa da Máxima), Ana Marta Faial, Yolanda Noivo, Vanessa Neffe, Sofia Aparício, Isabel Costa, Diana Pereira, Elsa Rodrigues, Ana Isabel Cardoso, Filipa Leitão, Margarida Hilário, Cristina Câmara, Ana Padrão, Ana Borges, Elsa Raposo e Mi Romano, que participou em campanhas internacionais e que foi a co-fundadora com o marido, o ex-modelo Tó Romano, da Central Models, a primeira agência de modelos em Portugal. Um caso de resistência é Nayma, a primeira modelo não caucasiana a marcar a moda portuguesa. Entre todas, foi Julia Schönberg quem alcançou notoriedade internacional, tendo-se tornado a musa de Jean-Paul Gaultier.

Em Portugal, os últimos 30 anos transformaram tudo. Basta recordar, por exemplo, que a primeira edição da ModaLisboa se realizou em 1991 e que, antes disso, a FIL Moda, desde os anos 70, e as Manobras de Maio, em 1986, deram o "pontapé de saída" para que a Moda espoletasse no nosso país. Criado um novo circuito de exibição e comercialização das colecções (que passa também pelo surgimento de títulos como a Máxima, interessados em tratar a Moda de forma muito mais profissional), apareceram também novos valores na área da criação. Entre tantos exemplos no feminino, ao longo do tempo, há a destacar a pioneira Ana Salazar e também Fátima Lopes, Anabela Baldaque, Lena Aires, Katty Xiomara, Alexandra Moura, Lidija Kolovrat e Marta Marques da dupla de designers Marques’Almeida que ganhou estatuto internacional.

Quando a nossa revista lançou o primeiro número já rivalizavam com os seus homólogos as designers de moda Sonia Rykiel, Katharine Hamnett, Rei Kawakubo, Vivienne Westwood, Ann Demeulemeester, Betsey Johnson, Carolina Herrera, Diana von Furstenberg, Simone Rocha, Vera Wang, Donna Karan ou Norma Kamali. Hoje, predominam Miuccia Prada, Donatella Versace, Stella McCartney, Phoebe Philo, Sarah Burton, Alberta Ferretti, Maria Grazia Chiuri e Isabel Marant.

Sharam Diniz
1 de 5 / Sharam Diniz
Cindy Crawford;
Foto: Instagram @cindycrawford
2 de 5 / Cindy Crawford;
Elle Macpherson;
Foto: Instagram @ ellemacphersonofficial
3 de 5 / Elle Macpherson;
Maria Borges;
Foto: Instagram @ iammariaborges
4 de 5 / Maria Borges;
Sara Sampaio;
Foto: Instagram @sarasampaio
5 de 5 / Sara Sampaio;

 

Socialites & realezas

No ano em que a Máxima surgiu nas bancas a figura do jet set internacional que marcava as revistas femininas, de moda e de actualidades "cor-de-rosa" era Carolina do Mónaco e, ainda que de um modo não tão fulgurante, a irmã Estefânia do Mónaco. A princesa Carolina era também a musa de criadores como Karl Lagerfeld ou Jean-Paul Gaultier. Era um símbolo de sofisticação e dos glitterati, mas não da aristocracia ou da velha monarquia europeia. Esse lugar seria preenchido por Diana de Gales: Diana com tiara, com jeans, em vestido de noite, com os filhos, enfastiada na presença do marido e demais família real, ora lacrimejante, ora efusiva, mas sempre com a câmara sedenta da sua presença. Até ao fim trágico, a 31 de Agosto de 1997. E, depois disso, no funeral filmado para todo o mundo. Mantém-se como a mulher mais fotografada. Vinte anos depois, as socialites mais fotografadas do mundo são agora as suas noras, Kate Middleton e Megan Markle, apenas ensombradas na popularidade pelas Kardashians ou pelas sucessivas companheiras de Cristiano Ronaldo, cujas "coroas" dependem apenas dos apetites do "rei das chuteiras".

Mas, ao longo dos últimos 30 anos, os fãs das revistas del corazón não perderam pitada das rocambolescas vidas de Paris e de Nicky Hilton, das lutas pela herança Agnelli (dinastia proprietária da FIAT) e da Duquesa de Alba, até à sua morte, em 2014.

Com a dinastia Grimaldi mais sossegada (após o casamento do Príncipe Alberto com Charlene Wittstock, em 2011, e a serena maturação de Charlotte Casiraghi, filha de Carolina), os holofotes passaram a incidir sobre a casa real espanhola. Com estrépito, diga-se. O silêncio venerando da prensa del corazón durante décadas cedeu lugar à ampla divulgação dos escândalos financeiros em que se envolveram a Infanta Cristina e o marido Iñaki Urdangarin, às cenas domésticas protagonizadas pela Rainha Letizia (com quem Filipe VI, na altura ainda Príncipe das Astúrias, casou em 2004) e, mais recentemente, aos "vícios privados" (e caros) mantidos por Juan Carlos, o Rei Emérito, ao longo de décadas. Por cá, bem mais recatada é a vida do candidato ao trono de Portugal, Dom Duarte Pio, que em 1995 casou com Isabel de Herédia, de quem tem três filhos. Do Médio Oriente, chega, desde 1993 (data em que casou com o então Príncipe Abdullah, actual Rei), a luz da elegância e serenidade de Rania da Jordânia. Mas os EUA proporcionaram-nos imagens da "nata da nata" da sua "melhor" sociedade a viver em Nova Iorque, com socialites chiques, multimilionárias ou não: Brooke Astor, Lee Radziwill ou Nan Kempner, entre outras.

Princesa Diana na capa da revista Harper's Bazaar;
1 de 4 / Princesa Diana na capa da revista Harper's Bazaar;
Meghan Markle na capa da revista Vanity Fair;
2 de 4 / Meghan Markle na capa da revista Vanity Fair;
Kate Middleton na capa da revista Vogue;
3 de 4 / Kate Middleton na capa da revista Vogue;
Madonna na capa da revista Interview;
4 de 4 / Madonna na capa da revista Interview;

 

 

Momentos de glória 

Nos primeiros anos de publicação da Máxima, havia duas grandes heroínas do desporto português, Rosa Mota e Fernanda Ribeiro, que conquistaram medalhas de ouro para o atletismo português nos Jogos Olímpicos de Seul (1988) e de Atlanta (1996), a primeira na maratona e a segunda nos 10 mil metros. Rosa Mota e Fernanda Ribeiro conquistaram, ainda, as medalhas de bronze, nas mesmas distâncias, nos Jogos Olímpicos de Los Angeles (1984) e em Sidney (2000), respectivamente. O exemplo frutificou e não só surgiram muito mais títulos no feminino, como aumentou o número de mulheres a praticar desporto e em modalidades até aí vedadas ao sexo feminino. Em breve falar-se-ia (muito e bem) sobre a judoca Telma Monteiro (entre outros títulos, já foi campeã do mundo na categoria -52 kg), Vanessa Fernandes (três vezes campeã do mundo em triatlo moderno), Naide Gomes, campeã do mundo em salto em comprimento, ou, mais recentemente, Patrícia Mamona, campeã europeia de triplo salto. Mas nem tudo é mente sã em corpo são no Desporto. Em 1998, o mundo foi abalado pela notícia da morte da grande campeã de atletismo norte-americana Florence Griffith Joyner, popularmente conhecida por Flo-Jo. Considerada a mulher mais rápida do mundo, a atleta foi encontrada morta em casa, aos 38 anos, dando, assim, muito que especular aos media. Ao que parece, foi vitimada pela epilepsia de que padecera durante toda a vida, tendo sufocado durante o sono. Também dos Estados Unidos viria o terror causado pelo ataque da patinadora Tonya Harding e o então marido a uma colega de modalidade, Nancy Kerrigan. Irradiada para sempre do mundo da patinagem, Harding voltou-se para o boxe, tal como conta o filme biográfico Eu, Tonya.

O espectáculo desportivo não pode parar. A ginasta norte-americana Simone Biles foi uma das "estrelas" dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro com a conquista de quatro medalhas de ouro e uma de bronze numa só edição dos Jogos, igualando os recordes de Larissa Latynina, Vera Caslavka e Ecaterina Szabo. De outra maneira, destacaram-se ainda Kimia Alizadeh Zenoorin, praticante de taekwondo, e Yusra Mardini, nadadora. A primeira foi a primeira mulher iraniana a ganhar uma medalha olímpica. A segunda, de origem síria, participou na delegação de atletas refugiados, depois de ter salvo 20 pessoas no Mar Egeu.

Estamos, no entanto, bem longe de uma situação de igualdade de oportunidades. Como indicador dessa disparidade surge, por exemplo, a lista da Forbes que fazia o ranking dos 100 atletas mais bem pagos do mundo em 2017 (lista liderada, aliás, por Cristiano Ronaldo). Entre essa centena, apenas se menciona uma mulher: a tenista norte-americana Serena Williams, colocada (apenas!) em 51.º lugar.

Patricia Mamona;
1 de 3 / Patricia Mamona;
Simone Biles;
Foto: Instagram @simonebiles
2 de 3 / Simone Biles;
Telma Monteiro;
Foto: Instagram @telmamonteiro57
3 de 3 / Telma Monteiro;

 

O canto das sereias

Madonna, a absoluta Queen of Pops, já incendiara os espíritos mais conservadores em 1985 com a canção Like a Virgin, que permanece como a mais conhecida da carreira. Mais do que a cantora, Madonna encarnou uma mulher independente, feminista a seu modo, contestatária e que muito contribuiu para combater o conservadorismo da sociedade americana, nomeadamente na era Reagan, levando tudo isso para os discos, os videoclips e os livros. O facto de surgir na capa de uma revista contribuía para que a edição esgotasse (tal como acontecia com Diana de Gales). Trinta anos e muitos sucessos depois, a cantora norte-americana continuaria, vencida a barreira dos 60 anos de idade, a ser a rainha incontestada do pop/rock internacional, de que surgiram, entretanto, uma série de "candidatas à sucessão" mais ou menos assumidas. Por referir fenómenos globais, há que não esquecer o sucesso louco de uma girlsband que hoje poucos recordarão e que foram as Spice Girls. O panorama da música dita ligeira foi tão rico no aparecimento de mulheres nestes 30 anos que nos deparamos com uma lista infindável de nomes, tal como no Cinema, e para ambos os casos teríamos de recorrer a um suplemento. Se Madonna emerge como a Rainha da Pop para muitos, convém referir que ainda há divas com uma carreira tão longa que ficarão num panteão da Música. Carreiras tão longas e bem-sucedidas serão difíceis de rivalizar nas cantoras da actualidade e essas divas são, além da imortal Aretha Franklin, as superdivas Diana Ross, Dionne Warwick, Barbra Streisand ou mesmo Cher. Sem o fulgor duradouro destas, também Donna Summer conquistou o seu lugar ao sol. Mas o estrelato foi reinventado para Tina Turner com o álbum Private Dancer e Ross, Warwick, Streisand e Dolly Parton tiveram o renascimento graças aos álbuns compostos por Barry Gibb, dos Bee Gees. Se a nova voz incontestada das três décadas passadas foi a de Whitney Houston, não se pode negligenciar (goste-se ou não do que cantam) as vozes de Mariah Carrey, Christina Aguilera, Celine Dion, Katy Perry, Patti Labelle ou Natalie Cole. A nível mágico surgiram as vozes de Sade Adu, Mica Paris, Anita Baker, Cassandra Wilson e Oleta Adams, curiosamente mulheres não caucasianas. E Janet Jackson alcançou uma notoriedade nos anos 90 que poderia ensombrar a de Madonna. Num registo diferente tivemos, entre outras, Siouxsie Sioux, Patty Smith, Björk, PJ Harvey e Carla Bley. Mas como conseguiremos não citar Blondie, Cindy Lauper, Sinéad O’Conner, Alanis Morissette, Lauryn Hill, The Go-Go’s, Chaka Khan, Chrissie Hynde, Annie Lennox, Pat Benatar, Grace Jones, Kylie Minogue, Erykah Badu, Suzanne Vega, Linda Ronstadt, Tanita Tikaram ou Tracy Chapman? Hoje, a convulsão de cantoras que também poderão ser compositoras é constante também devido à Internet, como sejam os casos de Lana del Rey ou de Lorde. E fora disso, continuam a brilhar Beyoncé, Rihanna, Mary J. Blige, Jill Scott, Adele, Alicia Keys, Norah Jones, Christine and the Queens, Solange, Florence Welsh, Lily Allen e Taylor Swift. E a memória de uma mulher que passou nesta vida como um cometa desgovernado: Amy Winehouse.

Mais perto de nós, Alaska garantiu o pódio em Espanha. E em língua portuguesa, com o doce sotaque brasileiro, não poderemos esquecer Elis Regina, Elza Soares, Gal Costa, Maria Bethânia, Clara Nunes, Maria Rita, Adriana Calcanhotto, Alcione, Rita Lee, Maria Gadú, Bebel Gilberto, Fafá de Belém, Marisa Monte, Cassia Eller, Ana Carolina, Tânia Maria, Leila Pinheiro ou Flora Purim.

Em Portugal, estes 30 anos trouxeram a renovação do Fado, em moldes menos convencionais do que o tradicional modelo. Surgiram e afirmaram-se novas intérpretes como Mariza, Katia Guerreiro, Cristina Branco, Ana Moura, Carminho, Gisela João, Mafalda Arnauth, Cuca Roseta, Mísia, Raquel Tavares ou Joana Amendoeira. Mas também no jazz e na música erudita, as mulheres portuguesas asseguraram a renovação das gerações. No jazz, Sara Serpa alcançou uma carreuira internacional e Maria João, Maria Vieira, Luísa Sobral ou Maria Anadom deram cartas, enquanto na música mais erudita há que destacar as cantoras de ópera Elsa Saque e Conceição Matos, esta última com uma notável carreira internacional como soprano, e a maestrina Joana Carneiro, hoje à frente da Orquestra Sinfónica Portuguesa. No panorama operático internacional brilham também, entre outras, Beverley Sills, Jessye Norman, Kiri te Kanawa, Cecilia Bartoli, Teresa Berganza, Victoria de Los Angeles, Joan Sutherland (com uma ovação de despedida inesquecível), Barbara Hendricks, Montserrat Caballé, Renata Scotto e Kathleen Battle.

Não poderemos esquecer mulheres que em diferentes registos conseguiram destaque no panorama da música popular portuguesa, tais como Adelaide Ferreira, Ágata, Amélia Muge, Ana Bacalhau, Anamar, Áurea, Concha, Dina, Dulce Pontes, Eugénia Melo e Castro, Filipa Pais, Lara Li, Lena d’Água, Lula Pena, Lura, Mafalda Veiga, Manuela Bravo, Mariza, Né Ladeiras, Pilar Homem de Mello, Rita Guerra, Rita Redshoes, Sara Tavares, Gabriela Schaff, Susana Félix, Teresa Salgueiro, Teresa Silva Carvalho, Maria da Fé e Xana (dos Rádio Macau). Assistimos ao aparecimento de girlsbands portuguesas, tais como as Doce e as Cocktail. E não poderemos esquecer que a diva Amália Rodrigues mostrou o que ainda valia até aos inícios da década de 1990.

Carminho;
1 de 7 / Carminho;
Celina Dion;
Foto: Instagram @celinedion
2 de 7 / Celina Dion;
Whitney Houston;
Foto: Getty Images
3 de 7 / Whitney Houston;
Janet Jackson;
Foto: Instagram @janetjackson
4 de 7 / Janet Jackson;
Lana del Rey
Foto: Instagram @lanadelrey
5 de 7 / Lana del Rey
Christina Aguilera
Foto: Instagram @xtina
6 de 7 / Christina Aguilera
Bjork na capa da revista ES;
7 de 7 / Bjork na capa da revista ES;

 

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