Entre o Brasil e Portugal. Joana de Verona fala-nos de "Tinnitus"
Marina, protagonista do novo filme em que a atriz entra, "é uma personagem muito forte, implosiva, persistente e que se supera." Breve conversa com Joana de Verona.
Foto: Joana de Verona12 de julho de 2023 às 07:00 Ângela Mata
Este é um drama desconfortável e até incómodo, mas que traz à tona um tema que parece ser ainda meio tabu. A doença em si, silenciosa, e também as relações de amor/ódio que muitas vezes surgem em qualquer tipo de desporto, sobretudo nos mais competitivos.
O filme tem muitas cenas realizadas dentro de água.
Foto: Tinnitus
O filme já estreou no Brasil, em Paris e em breve estará também em Portugal. Foi muito bem recebido pela crítica na República Checa e estreou no Festival de Gramado no Brasil. A Máxima falou em exclusivo com a atriz Joana de Verona, que é a grande protagonista, e que regressa assim ao grande ecrã com o sotaque doce do Brasil.
De recordar que Joana, a atriz de 33 anos que nos habituámos a ver em variadíssimas novelas portuguesas, nasceu no Brasil, tendo vindo bastante jovem para Portugal. Desde então, tem trabalhado com alguns dos melhores realizadores portugueses e também brasileiros.
Em 2010, ganhou um prémio para jovens talentos do Estoril Film Festival, e em 2019 o de melhor atriz nos Prémios Autores, tendo já sido também nomeada para os Globos de Ouro e para os prémios Sophia. No Brasil, em 2017, foi nomeada como melhor atriz no Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro.
Que personagem é esta tua, a Marina que ganha vida no filme Tinnitus?
É uma atleta super bem sucedida de saltos ornamentais sincronizados que compete mundialmente pela seleção brasileira. Mas pelo facto de sofrer de tinnitus, não consegue continuar no atletismo e vai trabalhar para um aquário vestida de sereia. É um espetáculo subaquático que existe, uma atividade que eu desconhecia antes de fazer o filme.
Um filme único no ponto de vista da sua estética e desenho sonoro, que não é 100% realista, que se inspira em muitas referências cinematográficas. Tem um universo próprio e fala de uma doença pouco explorada em obras artísticas e que atinge cerca de 17% da população mundial.