Baron do design
Um dos mais estimulantes e criativos designers franceses mora em Lisboa há 20 anos. Vista Alegre, Benetton, Pierre Frey e Dior são algumas das marcas que já agarraram o seu talento.
Depois de trabalhar com Christian Dior, de quem herdou a direção criativa da maison após a morte do costureiro e mentor, em 1957, Yves Saint Laurent, com apenas 21 anos, assumiu uma das mais emblemáticas casas da moda. Com o merecido reconhecimento, em 1962, decide trabalhar por conta própria e — em conjunto com Pierre Bergé — fundou a sua marca homónima e transformou o seu nome numa das principais referências da alta-costura do mundo. Muito à frente do seu tempo, o designer francês criou versões femininas dos cortes masculinos — eternizando o Le Smoking —, apresentou ideias escandalosas para a época, como blusas e vestidos transparentes e o ousado perfume chamado Opium, um best-seller da YSL Beauty até aos dias de hoje.
É impossível não identificar imediatamente Saint Laurent ao ver o blusão khaki Saharienne ou o vestido Mondrian — mas também as suas referências ao mundo da Arte, nomeadamente a Picasso, Matisse e Van Gogh. As suas coleções e apresentações marcaram a história da moda, com a lendária coleção Ballets Russes, e também o guarda-roupa do Cinema, com o vestido preto com gola e punhos brancos para o filme de Luis Buñuel Belle de Jour (1967), com Catherine Deneuve.
Para contar tantas conquistas, a jornalista Laurence Benaïm teve a tarefa de resumir 40 anos de uma brilhante trajetória no novo livro de 200 páginas lançado pela Assouline. Yves Saint Laurent: The Impossible Collection é confecionado à mão e faz parte da Ultimate Collection da editora de luxo. Desde os primeiros looks da sua coleção de estreia homónima nas passerelles, em janeiro de 1962, até ao seu desfile de despedida da Dior, ou à apresentação final de alta-costura, antes da sua reforma em 2002, Laurence fez uma curadoria das 100 peças mais emblemáticas do designer na obra que também inclui 180 ilustrações.
A edição vem numa luxuosa caixa de seda e suas páginas fazem-nos perder por vestidos de festas drapeados, peças em veludo, renda, penas e o icónico padrão leopardo, sem esquecer o gosto de Saint Laurent por joias em tons brilhantes. Um livro que corresponde ao nível da maison francesa já disponível à venda e para guardar para sempre.