Moda / Tendências

De tecidos antigos, colchas e toalhas de mesa para novas peças: o universo sustentável de Béhen

A jovem criadora portuguesa apresenta pela primeira vez na ModaLisboa, uma coleção da sua autoria com consciência ambiental, social e cultural. E foi ao baú das avós para o fazer.

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09 de outubro de 2020 Rita Silva Avelar

Joana Duarte é nome por detrás da marca nacional Béhen. De sorriso sempre aberto, é assim que nos fala daquilo que a incentivou a criar a marca que reutiliza os materiais no fundo dos baús das avós, para resgatar as colchas, as toalhas de mesa – todo enxoval de antigamente, na verdade – para criar peças frescas, criativas e irrepetíveis.

A visão sobre como o fazer nasceu numa viagem à Índia. "Descobri muitas coisas, por exemplo em relação à passagem de geração dos saris, e sobre a proteção em relação aos têxteis." Mais tarde, já em Portugal, foi no enxoval da avó que descobriu como poderia por em prática aquilo que a Índia lhe ensinou. "Eu não sabia se haviam muitas pessoas que se iriam relacionar com o conceito, mas o que é certo é que toda a gente se lembra do tal napron que tem em casa e que não usa."

É assim que dá vida, hoje, aos "enxovais da avós do Portugal inteiro" conta-nos, entre risos, nos quais descobre tecidos antigos como colchas, lençóis, saris ou naprons com bordados, rendas ou com outras técnicas de costura feitas à mão. "Já tenho uma rede de mulheres que me enviam fotografias, vídeos, vou ter com elas a feiras e mercados. Há já uma networking de mulheres que não só me mostram as coisas como me contam as histórias por detrás das peças." Também vai à procura de tesouros lá fora, como nos revela. "Procuro ter um mix de outras culturas."

Talvez te escreva, o nome que deu a esta coleção, é "uma ode à infância e à dor de crescimento chamada amor, bordado com cristais Swarovski, gota a gota por mãos de fada como que lágrimas de felicidade" lê-se na apresentação da coleção, que foi apresentada no segundo dia da ModaLisboa, na Estufa Fria. O branco, o rosa, o vermelho, o azul e o amarelo são as cores que contam a história de peças como vestidos de noiva dos anos oitenta, descobertos em parceria com a Humana e com a Fundação Aga Khan, entre outras peças como tops e casacos, muitas vezes apimentados com frases típicas dos chamados pratos falantes portugueses, com frases como "És má", "Amo-te muito" ou "Viva os noivos". Os sapatos foram recriados através de coleções antigas da Seaside e os ramos de flores são da Oh, Maria.

Sobre as histórias destes vestidos, conta que "é engraçado porque contam histórias felizes mas também tristes, têm um mix de carga emocional. É interessante juntar as peças e ver o que acontece. "É a minha avó que me conta a maior parte das histórias. A minha favorita tem a ver com o bordado que é o logo da marca: tem a ver com um coração com uma chave que a minha trisavó bordou quando casou com o meu trisavô."

Conheça a coleção no vídeo, acima.

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