Sofiane Bennacer. O mais recente escândalo no cinema francês
O ator francês foi removido da lista de finalistas da Académie des César depois de ter sido acusado sexualmente por quatro mulheres. Carla Bruni, cunhada de Bennacer, veio defendê-lo a público.
França está a lidar com um novo escândalo sexual, desta vez no mundo das Artes e do Cinema. Em causa está uma notícia avançada pelo Le Parisien, a 21 de novembro, revelando acusações de violação e assédio ao ator Sofiane Bennacer, de 25 anos e de Marselha, que protagonizou recentemente o filme Les Amandiers, realizado pela sua namorada atual, Valeria Bruni Tedeschi, de 54, irmã de Carla Bruni.
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No entanto, as acusações aconteceram já em outubro. A 24 de novembro, por sua vez, o Liberátion, voltou a trazer o assunto à tona, tendo conversado com algumas das alegadas vítimas, que alegam que as violações ocorreram entre 2018 e 2019 em Mulhouse, Estrasburgo e Paris.
Carla Bruni, irmã de Tedeschi, namorada atual de Sofiane, veio a público defender o ator, recorrendo à sua conta de Instagram para acusar o Libération de falta de isenção. "Um dos fundamentos da nossa democracia é a presunção de inocência. Sem a presunção de inocência, toda a justiça é incerta, questionável e possivelmente corrupta. O Libé dá-nos lições de moralidade há 40 anos, mas a presunção de inocência é obviamente completamente estranha. Condenar na primeira página de um jornal, hoje em dia, é condenar todalmente. É crucificar alguém, sem sequer saber o que ele ou ela realmente é. É desrespeitar um dos fundamentos das nossas democracias", escreveu a ex primeira-dama. "Lamento ter-te comprado, fi-lo porque acreditei que respeitavas a humanidade, acreditei ingenuamente que eras o jornal que defendia os oprimidos, os desconhecidos, as vítimas da vida, aquele que está sozinho contra a matilha, mas tu és o oposto: não passas de um pobre órgão do estabelecimento que pensavas estar a combater", escreve ainda Carla Bruni, dirigindo-se diretamente ao jornal.
Sofiane Bennacer lançou-se com este filme de Tedeschi, que é um relato dos seus anos de formação teatral na escola de Les Amandiers em Nanterre, sob a direção de Patrice Chéreau. O filme estreou em Cannes em maio passado e estava na lista internacional de longas-metragens daquele que é considerado o "Óscar da França" - o César - antes do seu lançamento nos cinemas franceses em 16 de novembro. Entretanto, a Académie des Césars anula a tribuição da nomeação do prémio Revelations (prémio de revelação) a Sofiane, substituindo-o por outro ator.
A realizadora e companheira do ator já reagiu, ao dizer que tem "um imenso respeito pela libertação do discurso das mulheres e um apego muito profundo ao facto de poderem ser ouvidas", tendo ela própria sido "abusada na [sua] infância" e conhecendo "a dor de não ter sido levada a sério". Em seguida, declarou-se "indignada que um jornal como o Liberátion pudesse atropelar a presunção de inocência a tal ponto, exibir vergonhosamente esse caso e destacar na primeira página a fotografia de um jovem com sangue na mão."

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