Celebridades

O poderoso e emotivo discurso de Kate Winslet sobre os perigos das redes sociais

A atriz ganhou um Bafta pelo papel em "I Am Ruth", um drama sobre uma mãe cuja filha sofre os efeitos tóxicos das redes sociais. A sua filha Mia é quem contracena com ela.

Foto: Getty Images
16 de maio de 2023 Ângela Mata
Onde quer que Kate Winslet apareça para dizer umas palavras, ela não desilude. A atriz, vencedora de Óscares, Globos de Ouro e Emmys, somou à sua extensa carreira e à longa lista de premiações mais uma distinção - um Bafta, concedido pela indústria britânica. Pelo filme do Channel 4, I Am Ruth, no qual ela interpreta uma mãe perturbada com a imersão da filha adolescente nas redes sociais. Um filme em que a filha fictícia de Winslet é interpretada pela sua própria filha, Mia Threapleton, de 22 anos, fruto do seu relacionamento com o primeiro marido, o realizador Jim Threapleton. E foi a ela que dedicou o prémio num emocionante discurso muito ligado ao tema do filme.

Quando subiu ao palco para receber o prémio, entre lágrimas, a atriz que ficou conhecida pelo filme de sucesso Titanic, agradeceu aos produtores e realizador (Dominic Savage), mas as palavras que até hoje ecoam foram estas: "Queremos as nossas crianças de volta".

Winslet apelou diretamente para aqueles que, segundo ela, têm a capacidade de fazer tudo diferente. "Para as pessoas no poder e as pessoas que podem fazer mudanças: por favor, penalizem o conteúdo nocivo. Por favor, removam o conteúdo prejudicial. Nós não queremos isso. Queremos os nossos filhos de volta. (...) E para todos os jovens que estão ouvindo, que se sentem presos num mundo que não é saudável, por favor, peçam ajuda. Não há vergonha em admitir que o apoio é necessário, ele está aí, basta pedir.".
Kate e a filha Mia no filme 'I am Ruth'
Kate e a filha Mia no filme 'I am Ruth' Foto: Channel 4

A atriz, visivelmente emocionada, dedicou também o prémio à filha. "Se eu pudesse cortar este prémio ao meio, daria à minha filha, Mia Threapleton. Conseguimos isto juntas, querida", afirmou à beira das lágrimas, enquanto a jovem chorava na plateia e mandava beijos. "Havia dias em que era uma agonia para ela ir tão fundo, entrar em territórios emocionais tão assustadores. Tirou-me o fôlego. I am Ruth foi feito para pais e filhos, para famílias que se sentem reféns dos perigos do mundo da internet. Para pais que desejam comunicar-se com os filhos adolescentes, mas não podem mais. E para os jovens viciados em redes sociais e as suas facetas mais obscuras: as vossas vidas não precisam de ser assim."

Esta não é, no entanto, a primeira vez que Winslet fala sobre o tema das redes sociais, mas é uma das mais poderosas, tendo em conta o sítio onde o fez, numa entrega de prémios com audiência global. Em entrevista à BBC britânica em dezembro de 2022, ela já tinha explicado que não vive trancada numa bolha: "Não tenho uma fórmula mágica nem um manual. Eu sou como qualquer outro pai que tem que sobreviver." Mas depois afirmou que os filhos "não têm nem tiveram" contas em redes sociais. "Existem muitos perfis falsos meus e dos meus filhos, estranhamente, é isso que me dizem. Mas é possível dizer: 'Não, não podem ter um perfil. Não podem porque eu quero que aproveitem a vida. Quero que sejam crianças, quero que olhem para as nuvens, não tirem fotos delas e coloquem numa página de Instagram e depois decidam se vale a pena olhar ou não porque alguém achou que são lixo", argumentou a atriz.

"Muitas vezes há uma manipulação muito simples da auto-estima, mas, numa escala maior e mais sombria, a manipulação da auto-estima dos jovens vai até eles perderem completamente a noção de quem são e não saberem comunicar entre eles. Com os amigos, até mesmo com as famílias, e isso deixa-os deprimidos. Obviamente é um problema sério. Não, não deixem os vossos filhos terem um telefone se eles forem muito novos para saber o que fazer com ele.", revelou, na altura, a atriz.

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